Quando Antonela entrou no cartório ainda lembrava da sensação que sentiu quando colocou aquele vestido. Ela tentou não pensar muito na ideia de que estava se casando com Benjamim e que dali algumas horas estariam morando debaixo do mesmo teto como marido e mulher.
Era inevitável. Parou em frente à porta e imaginou a decepção que sentiria caso Benjamim não estivesse dentro daquela sala esperando por ela. Antonela percorreu o caminho inteiro, se convencendo de que dessa vez Benjamim não tinha motivos para abandoná-las e, se ele a amasse de verdade, estaria a esperando.
Sentiu suas bochechas esquentarem, como se estivessem pegando fogo assim que ela o viu, parado em frente ao juiz de cerimônias, esperando-a ansiosamente. Aquele não era o seu casamento dos sonhos e estava sendo diferente do que havia sido da primeira vez. Antonela ainda cantarolava por vezes a música da igreja em que ela entrou vestida de noiva, se deparando com o lugar completamente vazio.
Dessa vez não tinha música, não tinha convidados, só Benjamim parado diante dela a esperando para torná-la sua mulher.
Se tinha uma coisa que ela jamais se esqueceria, seria do sorriso genuíno no rosto de Adam, como se ele entendesse realmente o que estava acontecendo. Repetia algumas vezes no caminho de volta para casa de Benjamim que mamãe e papai estavam casados.
Agiam como dois estranhos, mas agora casados. Se não houvera beijo, não haveria noite de núpcias e Antonela estranhou o fato de sentir-se completamente decepcionada. Quando entraram na casa, a expressão no rosto de Benjamim transformou-se em algo duro e sombrio. Antonela não entendia o que estava acontecendo e, quando seus olhos repousaram sobre Carlota, ela se arrependeu de não ter perguntado a ele como ele havia conseguido a casa de volta.
— O que você ainda faz aqui? - havia decepção no rosto de Benjamim, como se ele se arrependesse por confiar na própria mãe – eu disse que você precisava desocupar a casa imediatamente.
— Eu sei, mas… - de repente, Carlota parou de falar e colocou a mão sobre o peito como se sentisse muita dor.
Levou o corpo até a poltrona e com as mãos tremulas começou a chorar.
— Alguém vai me explicar o que está acontecendo aqui? - a voz de Benjamim se alterou de repente e houve um silêncio em seguida que só foi interrompido quando Carmélia, Dominique e Henrico entraram na casa.

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