Pensou em desistir do almoço, voltar para casa, trancar-se no seu quarto e só sair de lá quando realmente estivesse apresentável, mas era tarde demais. Quando se deu conta, estava no veículo saindo para almoçar com o seu marido.
— Você está bem? – Benjamim dirigia quando girou o pescoço para olhá-la pela décima vez.
Antonela não havia percebido que ele observava desde que eles entraram no carro. Ela estava tão distraída, se martirizando que não observou o que acontecia ao seu redor.
— Estou bem – ela forçou um sorriso e mentiu.
Ele a levou em um dos melhores restaurantes da cidade. O lugar estava cheio de gente da alta sociedade e as coisas dentro de Antonela pioraram bastante quando ela percebeu os olhares recaindo sobre ela.
Percebeu que um rapaz da mesa ao lado inclinou o celular discretamente e tirou uma foto deles dois. Ela abaixou a cabeça, imediatamente envergonhada. Antonela não queria estragar aquele momento com Benjamim, ela queria apenas se sentar ao lado dele e almoçar com o seu marido pela primeira vez como um casal. Desfrutar de sua companhia, conversar e contar seus segredos, mas percebeu que não seria possível.
Ela sentia-se péssima naquele lugar. A comida mal descia pela sua garganta. Antonela não prestava atenção nas coisas que Benjamim dizia, porque estava preocupada demais com os olhares sobre ela.
— Podemos ir embora? – a pergunta foi feita de repente, deixando Benjamim surpreso.
Antes que ele pudesse perguntar o que estava acontecendo, porque ele percebeu no semblante dela que algo a incomodava profundamente, seu celular tocou. Ele até pensou em ignorar a ligação quando percebeu ser o número de Henrico.
Quando Antonela escutou o nome do pai proferida pelos lábios de Benjamim, lembrou-se imediatamente que deveria estar trabalhando, mas Benjamim pareceu explicar tudo a ele pelo telefone.
A ligação se encerrou rapidamente. Antonela se levantou e disse que o esperaria no carro. Benjamim virou-se para olhá-la, mas não fez nenhuma menção que a impediria de sair do restaurante às pressas.
Ele pagou a conta e foi para o veículo. Antonela permanecia com a mesma expressão angustiada de antes, como se algo a incomodasse e ela não quisesse compartilhar com ele.

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