" Nunca se esquecem as lições aprendidas na dor. "
• 16:00 PM – PROVÍNCIA DE BARI •
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• ALESSA AMATTO •
Se soubesse que me sentiria tão leve como me encontro agora, já teria compartilhado tudo que guardei por anos dentro do meu peito, a sensação é um pouco estranha, mesmo com as lembranças vagando em minha mente, ainda assim me sinto livre.
Permanecemos em silêncio por um bom tempo até que meu pai Fabrício retornou com minha irmã e a Constância, embora o clima tenha ficado tenso, meu sogro relaxou um pouco, e deu alguns sorrisos já que Lexie solta umas pérolas interessantes sobre vinhos que o deixa bem animado.
Domenico também começou a ficar mais descontraído, minha mãe segurou firme em minha mão para saber que ela estava ali por mim e para mim. Finalmente a nuvem negra está se dissipando.
Após o flagra, Constância e o Fabricio praticamente se assumiram, trocam olhares e carinhos como um casal normal, e isso me enche de alegria. À tarde já tinha começado a cair quando os deixei no escritório e segui para o quintal sem que ninguém percebesse.
— Preciso sentir o cheiro da terra molhada. — murmurei me sentando em um banco que tem do lado de fora, e me assustei com a chegada de Ângelo — Que susto!
— Mil perdões, não queria assustá-la patroa. — aceitei suas desculpas, e comuniquei estar louca para sentir cheiro de terra molhada — Não seja por isso.
Caminhou um pouco mais, abriu uma portinha próxima ao canteiro de flores, e um barulho foi iniciado. Olhei para ele saindo de lá, e jatos de água foram lançados sobre as plantas e o cheiro invadiu minhas narinas. Estranhamente minha boca encheu d'água, meus olhos se fecharam para que eu pudesse sentir o sabor. — Que sensação maravilhosa!
— Prontinho! Patroa... minha tia, sabe onde posso encontrá-la? — disse que no escritório — Obrigado! — Agradeceu e assim que saiu, voltei a focar no aroma delicioso.
— Que bom... hmmm! — Meu corpo se arrepiava com esse sentimento maravilhoso.
Somente o cheiro da terra molhada me salivou a boca, alisei minha barriga pensando que isso seja coisa do meu Vincenzo. — Quem acha gostoso o cheiro da terra molhada? Tenho certeza que é coisa da gravidez.
— A gestação é bem estranha, não é mesmo? — questionei minha barriga como se fosse escutar alguma resposta — Muito em breve você estará enorme dentro de mim, meu bebezinho.
Estava ali alisando minha barriga plana, sentindo um cheiro maravilhoso da terra molhada quando as mãos grandes e quentes do meu amado alisaram meus ombros.
Dom se sentou ao meu lado, e me puxou para apoiar minha cabeça em seu peito.
— Obrigado por me contar! Sei o quanto deve ter sido difícil, contudo, saber que você sente confiança em me dizer algo, ainda que perturbador do seu passado, me deixa feliz, pois vejo que sente segurança em compartilhar comigo à sua dor. — beijou meu pescoço, e tornou a falar — mesmo com todas essas notícias ruins que vem nos perseguindo, posso afirmar que me encontro muito feliz. Tenho a mulher que amo ao meu lado, grávida de um filho meu, e minha família finalmente completa... donna mia, amo-te inexplicavelmente, nunca se esqueça disso!
— Eu também te amo! — me declarei, e senti um beijo demorado em meu pescoço — Dom... quero ir embora para nossa casa.
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