"Paciência: é o intervalo entre a semente e a flor."
• MINUTOS ATRÁS •
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• ALESSA AMATTO •
Neste momento estou concentrada na minha tela. Após trocar algumas palavras com Antônia que por sinal é muito simpática, a mesma começou limpar o escritório que já está limpo e a deixei com suas coisas e foquei na minha tela.
Permiti me levar por minhas emoções e uma cantiga de ninar me veio à mente comecei a cantá-la enquanto marcava traços na pintura. Como já preparei tudo com vermelho agora estou no azul.
Me desligue totalmente do mundo e não via mais nada além da minha obra...
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• 09:00 AM •
— Nossa, você tem um lindo talento essa pintura é perfeita. — Sem entender como ela conseguia enxergar o que tem na tela olhei para trás e notei segurar um quadro.
— Não é meu, mas deixe-me ver... — peguei a pequena tela de 30 × 30 reconhecendo a assinatura da minha mãe — foi minha mãe quem fez.
— Legal, você é igual a mim então... digo, trilhou os passos da sua mãe. — Explicou seguido de um sorriso largo.
— O que sua mãe faz? — Fiquei curiosa para saber se assim como eu, também tem um dom na arte.
— É governanta... — orgulhosa mencionou — quero ser uma também.
— Mas você não é namorada do Gaetano? Como terá essa profissão estando comprometida com um homem tão rico? — Questionei sentando no chão.
— Não somos, ele é somente o meu patrão Alessa. — com o rosto vermelho declarou — O próprio disse que pode me dar o mundo, mas sou filha da criadagem e não posso aceitar.
— Para com isso, é nítido que gosta dele e você tem o privilégio de ficar com o homem que ama já eu... não tenho essa sorte de ser livre. — Compartilhei parcialmente meu problema enquanto olho um casal se beijando no alto do monte sob uma árvore de ipê-roxo alisei a tela imaginando que minha mãe já foi feliz com meu pai.
— Sinto muito... — desviei o olhar para encará-la. — Não chora, notei que ama muito o Domenico e ele também é completamente apaixonado por você Alessa, não tenha dúvidas.
— É sim, a todo momento ele confessa que me ama. — Enxuguei minha lágrima e fiquei de pé.
Sem querer o quadro caiu da minha mão e notei que no verso tem uma dedicatória imensa.
[... Não vejo a hora de estarmos mais uma vez sob nosso lindo ipê-roxo com a luz das estrelas meu Amado, Enrico. Meu coração sempre foi seu...]
Sentei-me para ler novamente a declaração de amor. — Minha mãe traiu meu pai com esse Enrico!
Deixei o quadro de lado e voltei para minha tela, não quero pensar nisso se não serei consumida pelo meu passado.
Desliguei-me completamente do mundo e voltei a me dedicar à minha linda serpente que logo ganhará forma.
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• 10:40 - AM •
Finalizei com os traços azuis agora vou só fazer os retoques para pegar o verde.
Isolei-me mais uma vez e a cantiga tornou a vagar por minha mente... estava cantando e finalizando os retoques da cabeça da Dália quando a voz dele alcançou meu ouvido levando as borboletas voarem em meu estômago.
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