O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ romance Capítulo 122

" A medida do amor é amar sem medida. "

• 13:00 PM – BARI •

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• ALESSA AMATTO •

Despertei com uma vozinha baixa e por um instante pensei que fosse sonho, até que avistei uma criança extremamente magra abraçada com meu Dom, o que dificultou a identificação devido ser bem pequena. (meu Deus em que situação essa menina vivia)

Em seu pequeno corpo um vestido muito largo e o sapato maior que os pés. Seus cabelos negros e ondulados passam da bunda de tão grandes, suponho que nunca os cortou e o que mais me deixou espantada foi a finura do seu bracinho. — Não é possível uma criança viver nessas condições tão desumanas.

Totalmente desacreditada, cocei meus olhos disposta a acordar de um grande pesadelo, só pode ser! Não quero, ou melhor, me recuso terminantemente acreditar que essa menina tão magra seja a minha amada irmãzinha.

" Meu pai é um maldito! Como fez isso com minha mãe grávida da minha irmã!"

— Dom... — chamei seu nome para ter sua atenção, e assim que às duas bolas grandes azuladas no rosto daquela menina encontraram meus olhos foi impossível não chorar — Essa é minha... — Nem precisei terminar porque a própria confirmou com um lindo sorriso.

" Minha irmãzinha tem o mesmo sorriso do meu Dom, e ambos quando sorriem estreitam os olhos... "

— Sou sim! Caraca! Você é linda! — com sua mãozinha pequena cobriu a boca — Irmã, eu posso ir aí? Digo, subir na cama... — olhei para Dom com os olhos vermelhos — se quiser me lavo antes, eu não ligo, até gosto de banho.

Não entendi essa situação do banho, e abri meus braços para recebê-la.

— Venha, vem depressa! — assim que me abraçou senti sua pele áspera, e de perto chega ser ainda mais magrinha — Meu Deus! Domenico...

Tentou desconversar como se não quisesse estragar o momento com minha indignação pelo estado deplorável da nossa irmã, e me calei porque ele tem razão, devemos agradecer por finalmente estarem a salvo conosco. Iniciou o assunto sobre vinhos, e ao chamá-la de princesa ficou toda boba.

— Princesa! Serei uma princesa? — animada perguntou e meu Dom concordou — Quero subir na cama, eu posso?

— Claro! — Imediatamente Dom auxiliou devido à nossa cama ser bem alta.

Estou muito confusa com toda essa situação, ao que parece ela nunca viu uma cama antes, e assim que repousou o rostinho sobre a mesma seus olhos transbordaram em lágrimas. Saí dos meus devaneios, e estava prestes a sondar quando senti Domenico alisando meu braço como quem implora para não falar nada.

" Como deve ter sido à vida dessa criança que fica feliz com o pouco... uma simples cama lhe deu um enorme sorriso no rostinho pálido que tem... "

— Alessa! — alguém me chamou com uma vozinha baixa, olhei na direção da porta, e vi uma mulher tão magra quanto minha irmã e o rosto bastante machucado com hematomas, e um corte nos lábios — Filha! — Segurei o ar em meus pulmões.

Minha mãe... de perto deu para perceber ser ela, pois em sua face maltratada possui os mesmos traços que recordo da minha infância, e não consegui parar de chorar.

Assim como minha irmã, nossa mãe se encontra ainda pior, seus dedos finos alisaram meu rosto... — Puxei para um abraço e tive medo de machucá-la, já que mais parece uma daquelas crianças que passa em comercias da África de tão magrinha.

— Mamãe que saudades... — Consegui transmitir em palavras tudo que trago no meu peito. Na verdade, uma pequena parte.

— Filha! Graças a Deus! Você está bem meu amor, pedi muito a Deus para aguentar firme o carcamano do seu pai... — Com cuidado cobri sua boca, não quero falar dele.

— Não ouse pensar nele, mamãe... esqueça esse maldito. Estamos bem e juntas! Graças a Deus! — meu sogro ajudou a se sentar na cama, e quando olhei para o lado minha irmãzinha estava mexendo no meu cabelo — Cuidaremos de vocês e logo, logo estarão 100%.

Entre conversas e abraços acabei perdendo a noção do tempo quando dei por mim, percebi que minha irmã pegou no sono. Resolvi aproveitar para poder abraçá-la, e fiquei alisando seus longos cabelos negros que estão cheirosos.

— Devemos almoçar! Vocês precisam se alimentar para acelerar o processo de recuperação por tudo que passaram longe de nós! — Meio alterada comuniquei.

— Fica calma, cuidaremos delas, juntos! Pedi que meu advogado e um médico particular viessem para realizar todos os exames necessários nas duas, minha L'ssa relatou sobre o estado deplorável que viveram por todos esses anos, e necessitam de cuidados! — meu sogro declarou sorrindo enquanto alisa os cabelos imensos da minha mãe — O almoço já deve estar pronto, vamos logo nos reunir como uma linda família que somos!

Após os esclarecimentos avancei até meu armário, peguei um conjunto de moletom rosinha que possuo para ela se sentir melhor, já que chegou usando roupas muito largas para seu tamanho, e segui para acordar minha irmã com cuidado.

— Esperarei aqui fora... — Meu amado saiu para nos dar privacidade, e ousei fazer à pergunta que está martelando em minha cabeça.

— Alguém já tocou em você? — Interroguei com medo da resposta.

— Só mamãe e a vovó que me deu banho. — feliz por sua resposta, resolvi fazer uma linda trança em seus cabelos — Ai que bonito! Obrigada!

Se jogou em meus braços e aproveitei para lhe abraçar com todo o amor que habita em meu corpo.

— Dom... — o chamei para levá-la no colo, porém insistiu em caminhar, ele se posicionou entre nós e seguramos suas mãos — Já viu seu quarto?

— Tenho um? — nós dois concordamos — Pensei que dormiria com vocês!

— É claro que poderá dormir conosco, mas saiba que também possui um quarto nesta casa só para você. Ainda não arrumamos porque precisava de sua opinião, afinal de contas, o cantinho será seu, e queremos que fiquei do jeitinho que desejar. Assim que tudo for resolvido vamos às compras... — percebendo a cara de preocupação do Domenico alisei a ruguinha no meio da sua testa — iremos todo juntos! Eu, você, meu pai Fabricio, meu sogro com a mamãe e todos os que desejarem se unir a nós, Dom.

— Ótima ideia! — Me deu um sorriso perfeito, e juntou nossos lábios em um beijinho.

— Vocês! Irmão! ... Isso não pode! — Sua carinha de surpresa foi a melhor, e me fez lembrar que devemos uma explicação por não saber que somente ela, é nossa irmã.

— Eu e o Domenico não somos parentes! Aproveito para informá-la que em breve iremos nos casar, e posso te contar um segredinho? — aceitou toda animada — Embora ainda não foi confirmado, acredito que tenho um bebezinho aqui dentro.

Apontei para minha barriga e vi seu sorriso dividir os lábios.

— Bebezinho? Um neném aí dentro? — concordei — Estou contente! Muito mesmo, e devemos orar para agradecer a Deus por isso.

— Você tem razão... — Ela se ajoelhou no meio do corredor, sem pensar duas vezes eu e Dom fizemos o mesmo, e de mãos dadas agradecemos.

Minha irmãzinha começou a orar fervorosamente. Fiquei pensando que terá um companheiro para suas orações, já que se mostrou de fé como meu pai Fabricio. Após a oração linda que fez nos colocamos de pé, e seguimos para à cozinha. Antes de qualquer coisa peguei logo meu franguinho por garantia...

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