O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ romance Capítulo 88

" Geralmente é a perda que nos ensina o valor das coisas. "

• 20:00 PM •

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• ALESSA AMATTO •

Após a descoberta de uma irmã me permiti pensar em tudo que ela viveu, mesmo com uma infância conturbada e violenta ainda assim a dela sem sombra de dúvidas foi muito pior. — Não vejo a hora de tê-la junto da gente.

À conversa no escritório já não estava tão agradável e em uma tentativa de ficar em pé acabei recebendo um puxão de orelha de todos aqui presentes.

— Fiquem calmos, quero apenas ficar deitada em minha cama! — declarei tentando conter o choro — Por favor, me leva Dom.

Pegou-me no colo e fomos em direção ao nosso quarto, nele observei meu noivo retirar as roupas, entrar no closet e voltar somente com uma bermuda.

— Estarei em casa essa manhã e ficaremos juntinhos o dia inteiro — Essa notícia me deixou um pouco melhor.

— Estou com sono e também muita fome! — sentindo minha barriga roncar imediatamente só por pronunciar a palavra "fome" — Será que Emilia fez comida?

— Fez, sim, espera um pouco enquanto pego para você... — quando fiquei sozinha, olhei para o teto pensando em tudo que vivi até aqui — meu pai verdadeiramente é um monstro, quem vende a própria filha? E pior, uma ex-esposa grávida.

Encolhi as pernas percebendo que os meus pés estão latejando. Deixei o choro me abraçar por completo. — Miserável! Nunca mais quero vê-lo na minha frente.

— MINHA MÃE! MINHA IRMÃ! TUDO CULPA DELE! — descontrolei-me tomada pela fúria — Nunca foi minha culpa, nunca... e por todos esses anos, acreditei em suas mentiras.

Senti algo embaixo das cobertas reconhecendo em seguida de quem se trata, é minha Dália... levantei a coberta para admirá-la se enrolar como um caracol sobre minha barriga.

— É maravilhoso como você consegue me acalmar Dália... — sorri e destapei a mesma deixando fora das cobertas — apenas anseio que isso acabe imediatamente! Para finalmente conseguir viver meu conto de fadas com meu marido e filhos..., na verdade, muitos deles, meu sonho é ser mãe de no mínimo quatro crianças.

— Teremos tudo isso mia Bella! — tomei um susto com Domenico que entrou sorrateiro sem se quer fazer um barulho — Desculpa, não queira te assustar.

Dália saiu indo para a cabeceira e juntos fizemos nossa refeição.

— Quando vai me contar sobre essas tatuagens hein? — questionei repousando meu prato vazio sobre a cabeceira e vendo que no dele ainda tem o frango maravilhoso que Emilia fez — Você comerá isso aqui?

Apontei para o grande pedaço que estava no canto do seu prato e sorrindo disse que não, lhe dei um olhar pidão, sem demora entregou o prato e pude comer a coxa exagerada e bem carnuda que me fez gemer de tão gostoso.

— Pensando bem, acredito que o seu frango ficou mais gostoso que o meu! — Reconheci mastigando a deliciosa carne macia.

— Quem sabe essa fome toda não seja um bebezinho vindo aí! — parei para fazer as contas sabendo que minha menstruação está para chegar — O que foi? Por que franziu esse narizinho bonito, hein?

— Logo ficarei nos meus dias e é sempre bem agoniante, os meus seios doem muito e sinto cólicas insuportáveis. — falei terminando de devorar a coxa que, por mim, comeria mais duas —... Hm, sabe Domenico, eu penso que meu estômago de princesa deseja mais duas dessas.

— Vou lá buscar... quer algo mais? — neguei por que de tudo que tinha no prato o frango era o único que me agradou — fica aí, já volto.

Seguiu para fora do quarto com os pratos na mão e pude encostar minhas costas na cabeceira da cama. Preciso comprar absorvente, sendo que os primeiros dias do meu ciclo são bem fortes.

Fique admirando o quarto e acredito que devo conversar com meu Domenico para morarmos aqui...

— Voltei! — vejo um prato com quatro coxas bem gordas e mais um pouco de legumes parando diante de mim que meus olhos até brilharam — Gostou bastante hein?

— Diga para Emília que pretendo jantar esse frango mais tarde... — com a boca salivando, declarei mordendo a mesma — ficou sublime, o melhor que já comi!

— Será mesmo, me dá um pedaço? — consenti e como tinha quatro, dei, uma para ele e ficamos comendo juntos — realmente está uma delícia!

— Uhum! O melhor que já comi. Agora fale das tatuagens! — Lindo como sempre me deu aquele sorriso maravilhoso que estreita seus olhos.

— Essa aqui... — apontou para uma que tem na perna com um pássaro muito bonito em cores vivas — foi minha primeira.

— Linda, o que significa... — dei um arroto muito alto, ficando extremamente sem graça — ... Desculpa!

Domenico começou a rir e não consegui me conter, acabei o acompanhando na risada.

— Ficou satisfeita? — concordei admirando os ossos e os legumes — Quer escovar os dentes agora? — Afirmei e assim seguimos para o banheiro.

Após a higiene bucal voltamos para cama e abraçadinhos ele começou a contar sobre suas tatuagens e fiquei sabendo que o tal pássaro foi uma homenagem ao avô que era um amante das aves.

Tornei admirar a tatuagem e nela contém um pássaro grande e outros pequenos voando ao redor, reparei que abaixo dela havia uma frase que a contornava por completo.

— E essa frase o que diz? — Perguntei passando meu dedo pela mesma.

— Pássaros que geralmente nascem em gaiolas acham a liberdade uma loucura... — um sorriso lindo surgiu em seus lábios — mio nonno contava isso para mim e o Gae. Que devíamos sair de casa e conhecer o mundo, pois como tudo nessa terra nada é para sempre e precisamos valorizar à vida assim como os pássaros que a cada estação do ano estão em um lugar diferente.

— Queria tê-lo conhecido... — sincera desabafei — parecia ser muito sábio.

— Sim, era um ótimo avó também, tudo que sei e minhas referências do que sou hoje veio dele, me refiro a ambição e o desejo por tantas terras para produzir mais vinhos — seu carinho estava perfeito em minhas costas e beijei seu peito — poucos sabem, mas hoje somos os donos de 70% dos vinhedos de Turim, Bari e cá na província, domino todo o lugar.

— Ambiciono saber sobre tudo para cuidar com segurança, conhecimento e é claro, ser a rainha desse império. — mencionei — Está no meu sangue o ramo do vinho e quero dominá-lo muito bem.

Juntei nossos lábios e quando estava ficando bom ele se afastou.

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