O marido misterioso romance Capítulo 85

Margaret ficou muito chocada ao saber que Edric correu o risco de ser atropelado para salvar Irene. Ele já havia se machucado por causa dela antes. A mulher achava cada vez mais que Irene só trazia azar. Se isso continuasse, Edric acabaria morto.

Era necessário tirá-la de San Fetillo o mais rápido possível! Marie disse que Irene havia perdido a casa em um incêndio e não tinha onde ficar. Além disso, também havia perdido o emprego. Parecia que era o momento perfeito para colocar lenha na fogueira. Margaret se aproveitaria disso tudo para negociar com a ex-nora e persuadi-la a deixar a cidade.

Pensando que era a oportunidade perfeita, ela ligou para Irene.

"Sra. Myers? O que você quer?" Irene atendeu o celular e falava com indiferença. Ouvir a voz da ex-sogra a deixava inquieta.

"Bom, acabei de ver as notícias e descobri o que aconteceu com o seu prédio. Queria te dizer que sinto muito", disse a mulher mais velha.

Era só no dia de São Nunca que Margaret faria uma ligação somente para dizer que estava preocupada. A mulher devia ser a pessoa que mais estava feliz com a situação da ex-nora. Irene não respondeu, pois queria ouvir o que a outra mulher iria dizer a seguir.

Margaret continuou: "Sei que as coisas tão difíceis pra você agora. Você tá desempregada, não tem onde morar... Vai ser difícil ter que criar o seu filho e cuidar do seu tio. Já pensei sobre isso e quero te ajudar".

"Você me ajudaria mesmo?" Irene estava desconfiada.

"Irene, no fim, nós éramos uma família. Não gosto de te ver nessa situação. Não nasci uma mulher cruel, a gente só tinha pontos de vista diferentes. Mas eu também sou uma mãe, assim como você. Por conta disso, aceita a minha oferta: Se sair de San Fetillo, vou te dar tanto dinheiro que você vai ser rica pelo resto da sua vida. Não vai mais ter dificuldade pra criar o seu filho, e ele vai poder ter a melhor educação que o dinheiro pode comprar. Por favor, pensa a respeito disso", persuadiu-a Margaret.

"Margaret Myers, essa cidade é o meu lar. É onde cresci! Por que eu iria embora? Você e o Edric não tavam bem em Alsburg? Por que vieram pra cá? Se tá tão preocupada com ele, vão embora vocês dois, em vez de ficar tentando me forçar!" Rugiu Irene. "Vou ficar em San Fetillo, mesmo que tiver que morar nas ruas. Não vou embora, nunca!"

Tendo dito isso, ela desligou a ligação. O coração estava disparado. Qual era o problema de Margaret?

À noite, Irene contou a Kinsey, que veio fazer uma visita, tudo o que a ex-sogra havia dito. A amiga também ficou exasperada. Por que aquela velha bruxa era tão insistente?

"Irene, acho que você deveria aceitar a oferta dela. Pega o dinheiro que ela tá dando, já que você não tem mais nenhum apego ao Edric de qualquer jeito. Essa grana é o que a família dele te deve; não rejeita sem ter um bom motivo", aconselhou Kinsey.

"Eu sei, mas é que não quero ter nada a ver com eles. Nada mesmo", respondeu Irene.

"Você é tão teimosa!" Suspirou a amiga.

Depois de ficar no hospital por mais uma semana, Irene não sentia mais dor. Ela estava pronta para receber alta, mas o médico pensava o contrário. Ele alegou que o alto escalão do governo pediu ao hospital que só a permitisse sair quando ela estivesse completamente curada.

Irene sabia que isso devia ser obra de Steven, então não teve escolha a não ser voltar para a enfermaria. Pouco tempo depois, Edric abriu a porta e entrou com um recipiente térmico. Ele perguntou: "Você tá se sentindo melhor hoje?"

Irene não respondeu, apenas o encarou com frieza. Ele não deu atenção à indiferença dela, e serviu um pouco da sopa do recipiente. Depois, entregou-a a Irene e disse: "Toma um pouco!"

"Você pode parar de aparecer na minha frente?" Ela não pegou a sopa.

"Posso. Vou embora depois que você tomar isso aqui." Edric continuou oferecendo a comida a ela, que aceitou e bebeu tudo de uma vez. "Pronto, terminei. Pode ir embora agora."

Mas ele não partiu. Em vez disso, começou a arrumar as coisas no quarto. "Não se preocupa com a casa, já preparei uma pra você. Pode se mudar assim que receber alta. E quanto ao seu trabalho..."

"Edric Myers, não preciso que você cuide de mim!" Interrompeu-o Irene. Ela ainda estava furiosa com a ligação que recebeu de Margaret mais cedo.

"Por que você veio pra San Fetillo? O mundo é tão grande! Precisava vir aqui pra ficar me forçando a fazer o que você quer? Só vai ser feliz quando eu estiver morta?"

"Irene, não tô tentando te forçar a nada. Só quero te ajudar!" Dava para ver no olhar de Edric o quanto ele a queria.

"Sai!" Irene apontou para a porta. A vida dela mudou muito desde que o conheceu.

Se não fosse por ele, ela teria encontrado um emprego estável depois de se formar e teria levado uma vida normal, mas plena.

Não teria passado por toda essa dor e sofrimento, nem teria enfrentado tanta humilhação. "Edric Myers, dá o fora daqui. Eu nunca mais quero ver você de novo pelo resto da minha vida!"

Edric franziu as sobrancelhas. As emoções no olhar dele eram indecifráveis. Por fim, o homem suspirou: "Ok, vou embora".

Ela estava machucada e em um momento bem vulnerável. Por mais cruel que a mulher estivesse sendo, Edric não queria provocá-la e deixá-la pior. Atrás da parede, na esquina do corredor, ele acendeu um cigarro.

Tinha feito tudo que estava ao seu alcance para mudar o centro de operações da empresa de Alsburg para San Fetillo. Tudo porque aquela era a cidade natal dela. As pessoas diziam para nunca esquecer suas raízes, então Edric acreditava que ela voltaria um dia.

Bom, Irene havia, de fato, voltado para San Fetillo, mas as coisas tinham fugido do controle dele. Agora, era como se fossem estranhos. Ela o odiava profundamente. De que forma ele conseguiria mudar isso? Edric jogou fora a bituca do cigarro e se virou, irritado, mas aí avistou um homem caminhando pelo corredor.

Steven?

Ao vê-lo entrar no quarto dela, Irene ficou tensa. "O que você tá fazendo aqui?"

"Minha filha, você sofreu tanto!" Steven tentou pegar a mão da filha, mas ela a puxou para trás. Sentindo-se rejeitado, o homem desistiu do gesto. "Irene, sinto muito!"

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