O marido misterioso romance Capítulo 86

Depois de desligar a ligação, Lily olhou para a mãe e disse: "Mãe, o Edric parecia estranho... Acho que tem alguma coisa errada!"

"Não se preocupa. Fala a verdade pra ele. O Steven vai se responsabilizar por tudo o que acontecer", disse Deborah com desdém.

"Mas ainda tô preocupada", respondeu Lily, hesitante.

"Não precisa ter medo. Vou cuidar de tudo pra você." Deborah tinha um sorriso sinistro no rosto. "Aquela p*tinha quer ficar com o Edric? Pode continuar sonhando! O Edric é seu, filha. Não vou só fazer com que ela e ele virem estranhos. Vou garantir que eles virem inimigos!"

Ao ouvir as palavras da mãe, Lily se sentiu mais aliviada e saiu para encontrar Edric.

O homem parecia furioso como ela nunca havia visto antes. "Eu tenho uma coisa pra te perguntar!"

"Qual é o problema?" Perguntou ela em um tom manso, de forma a atrair a simpatia dele. Ela e Deborah já haviam pensado em todas as situações possíveis e em como lidar com elas. Diante de Edric, a garota não entrou em pânico.

"Você sabia que a Irene é a sua meia-irmã?" Ele a encarava. Seu olhar era intenso, como se estivesse tentando descobrir os pensamentos dela.

"Então você sabe?" Lily parecia estupefata e olhou para o chão. "Eu sabia há muito tempo que ela é a minha irmã. A situação com a minha mãe causou um grande mal-entendido entre a gente. Ela nunca quis reconhecer que éramos parentes."

Com desdém, Edric comentou: "Então, a minha mãe e eu éramos os únicos que não sabiam de nada? Você sabia que ela era a sua irmã e que te odiava. Por que concordou em ser a barriga de aluguel?"

"Edric, me desculpa! A gente mentiu pra você. A Irene não conseguiu engravidar por tantos anos, aí ouvimos que a tia Margaret tratava ela muito mal por causa disso. O papai ficou bastante preocupado, então..." Lily não continuou.

"E daí?" Perguntou ele.

"O papai sempre sentiu pena da Irene, e a minha mãe também. Quando souberam que a tia Margaret tava sendo má com ela por causa da infertilidade, eles quiseram ajudar. Por coincidência, a sua mãe falou pra minha sobre a barriga de aluguel. No mesmo instante, a minha mãe pensou em mim. Eu não queria fazer isso, mas ela disse que era a nossa única chance de compensar a Irene pelo passado. Se eu tivesse um filho pra minha irmã, a tia Margaret com certeza iria parar de machucar ela. Com isso, vocês dois poderiam viver juntos e felizes. Eu também me sentia mal por ela, então concordei."

"Não acredito que vocês fizeram tudo isso..." Murmurou Edric para si mesmo. Ele nunca imaginou que Lily havia concordado em ser a barriga de aluguel apenas por causa da culpa que Steven e Deborah sentiam pelo que fizeram a Irene. Essa era a única razão que poderia explicar o motivo de uma herdeira rica como ela estar disposta a fazer algo do tipo.

"Edric, apesar de sempre ter gostado de você, nunca pensei em substituir a Irene. Juro!" Explicou Lily aos prantos.

"Não planejava contar a ela sobre o fato de que eu tava carregando o seu filho. Só queria que ele nascesse sem que ninguém soubesse, pra tia Margaret não torturar ela mais. Você precisa acreditar em mim; eu não tinha segundas intenções!"

Edric permaneceu em silêncio. Quando aquilo aconteceu, Margaret ficou exasperada por não terem conseguido salvar o bebê. Mesmo assim, Lily não reclamou de nada. E ainda, no momento em que saiu da sala de operação, implorou para que ele não culpasse Irene e disse que era tudo culpa dela. A garota estava tão fraca após a cirurgia, mas era tudo o que conseguia dizer.

Mais tarde, quando Lily soube que Margaret o forçou a se divorciar de Irene, ela estava chorando quando o encontrou. Alegava que a culpa era dela e pediu que ele explicasse as coisas a Irene. Até mesmo disse que iria junto com ele.

Em seguida, quando Margaret exigiu que ele se casasse com Lily, ela sempre falava de Irene na frente dele e sempre pedia desculpas quando se tratava dela. Ele nunca havia entendido o porquê, mas agora sabia que tudo isso tinha uma razão.

A garota olhou de soslaio para Edric e começou a enxugar as lágrimas com as mãos. "Sempre tive muita dó da Irene. Todos esses anos, não conseguia dormir à noite por causa da culpa. Se não fosse por mim, você e ela não teriam acabado desse jeito. É tudo culpa minha! Quando você disse que queria voltar pra ela, fiquei tão aliviada. Te dou todo o meu apoio. Se vocês dois ficarem juntos de novo, não vou mais precisar me sentir culpada quando vir a minha irmã."

Edric não respondeu. O homem não tinha onde descarregar suas frustrações. Se o que Lily disse era verdade, Steven e Deborah eram de fato os verdadeiros culpados por todo o incidente. Eles sacrificaram a filha para pagar pelos erros que cometeram. Lily era inocente; ela não tinha feito nada de errado.

A garota estava chorando e soluçando, e Edric não sabia o que pensar. Tudo isso era muito inesperado!

Irritado, ele pegou um cigarro. Antes que pudesse acendê-lo, o celular tocou. Assim que atendeu, ouviu a voz de Loraine, que estava em pânico: "Sr. Myers, por favor, volte para cá agora mesmo. A Srta. Nelson acabou de invadir a casa e está brigando com a Sra. Myers!"

Irene estava brigando com Margaret na casa dele? Chocado, o homem se apressou para entrar no carro. Lily ouviu a conversa deles e afirmou: "Eu vou com você."

Depois que Edric saiu do hospital, Irene foi para o quarto de Thomas. A perna do homem estava ferida, e ele não conseguia andar. Ela se sentou ao lado da cama dele e ficou conversando com o tio enquanto Eden brincava sozinho.

Irene e Thomas não faziam ideia, mas a criança havia desaparecido. Mais tarde, uma enfermeira entrou trazendo um envelope. Ela o entregou a Irene. "Alguém me pediu pra te dar isso."

Confusa, a mulher pegou o envelope. Quando o abriu, viu que havia uma mensagem. "Se você quer o seu filho de volta são e salvo, vá embora de San Fetillo!"

"Eden!" Foi só então que ela percebeu que o filho tinha sumido. Ansiosa, correu para procurá-lo e por acaso encontrou Kinsey, que havia acabado de chegar. Vendo como Irene parecia agitada, a amiga agarrou o pulso dela e perguntou: "O que aconteceu?"

"Pegaram o Eden!" Exclamou Irene.

"Não se preocupa, talvez ele só esteja brincando lá fora", confortou-a Kinsey.

Irene não estava tão otimista quanto a amiga. Ela lhe entregou o bilhete de antes. "Kinsey, acho que quem levou o meu filho foi a Margaret. Ela me ligou mais cedo e me pediu pra eu ir embora de San Fetillo, mas recusei... Aquela bruxa velha! Da outra vez, ela também contratou pessoas pra sequestrar o Eden. Só pode ter sido ela. Essa mulher faria qualquer coisa pra me tirar da cidade. Vou lá na casa dela agora mesmo."

"Ok, eu te levo lá!" Kinsey confortou Irene, que estava abalada, e dirigiu até a casa de Edric.

Margaret estava sentada na sala de estar, confortável, assistindo à TV e tomando uma xícara de chá. Loraine, por sua vez, estava limpando as escadas. Quando a empregada ouviu a campainha tocar, ela se aproximou da porta e a abriu. Ficou chocada quando viu Irene. "Senhorita... Senhorita Nelson?"

"Cadê a Margaret?" A voz de Irene ecoou pelo hall.

"Por que você está procurando a Sra. Myers?" Perguntou Loraine.

"Não interessa. Só quero que me fale: ela tá aqui ou não? Preciso falar com ela", insistiu a outra mulher.

Loraine olhou na direção da sala de estar, mas, antes que pudesse dar uma resposta, Irene seguiu o olhar dela e viu Margaret no sofá. Em seguida, entrou na casa. A empregada a deteve e avisou: "Srta. Nelson, você não pode entrar assim!"

Entretanto, era claro que Irene e Kinsey não dariam ouvidos a ela. As duas empurraram Loraine para longe e foram direto até a sala. Irene cerrou os dentes ao ver a ex-sogra. "Margaret Moore, o que foi que você fez?!"

"Por quê você tá aqui?" Margaret ficou assustada ao ver a ex-nora.

"Cadê o meu filho? Margaret, como você pode ser tão má? Entrega ele pra mim agora!" Com fúria no olhar, Irene encarava a mulher mais velha.

Margaret ficou pasma. "Do que você tá falando? Entregar o seu filho? Ele não tá comigo!"

"Você tá me dizendo que não me enviou esse bilhete?" Irene jogou o bilhete na cara da mulher. "Margaret Moore, você também é mãe. Como pôde ser tão cruel?"

Margaret pegou o bilhete e bufou: "Irene Nelson, você tá maluca? Como pode ter tanta certeza de que fui eu que mandei isso?"

"Porque você já pagou alguém pra sequestrar o meu filho antes. Não vou embora de San Fetillo. Me devolve o meu filho agora!" Gritou Irene.

"Sra. Myers, o que você tá fazendo é ilegal. Entrega logo o Eden, senão vamos chamar a polícia!" Acrescentou Kinsey.

"Chamar a polícia? Isso é uma piada? Vocês duas tão invadindo a minha residência e causando uma confusão. Eu é que deveria estar chamando a polícia!" Margaret virou-se para a empregada e disse: "Bota elas pra fora da casa!"

"Srta. Nelson, o seu filho não está aqui. É melhor você ir embora agora", sugeriu Loraine.

"Não vou embora até ver o meu filho. Margaret, sei que foi você. Não tenta negar. Me fala onde ele tá. Agora! Senão, vai ver só!" Gritou Irene.

"Como você pode ter certeza de que o seu filho tá comigo?" Margaret estava furiosa. Irene teve a audácia de invadir a casa dela e estava gritando como se fosse dona do lugar. Ninguém jamais se atreveu a falar com ela naquele tom.

"Que arrogante da sua parte, agora que teve um filho e é mãe! Você precisa saber como criar uma criança. Só de ver pela sua atitude, não me admiro que o seu filho tenha sumido!" Respondeu Margaret.

"Não tem nenhuma outra pessoa além de você que faria isso com ele. Sua bruxa velha e perversa, pode vir atrás de mim se quiser. Mas por que machucar uma criança?"

Irene apontou para a ex-sogra. "Seu coração é feito do quê? Como você teve a coragem de fazer isso com um menininho? Não tem medo de acabar nas profundezas do inferno?"

Margaret ficou tão furiosa que queria cuspir fogo quando Irene apontou para ela. A mulher estava acostumada a ser nobre e poderosa e, dominada pela raiva, quis dar um tapa forte no rosto da ex-nora.

Irene não esperava que Margaret fosse bater nela em um momento como aquele. No entanto, ela não era mais a mulher fraca de antes, e não permitiria que a ex-sogra fizesse o que queria. Sendo assim, ergueu o braço e bloqueou a mão da velha.

Como também estava brava, Irene acabou fazendo muita força. Por causa disso, Margaret caiu no chão. Foi aí que as coisas saíram do controle. A mulher mais velha começou a xingar, levantou-se e se lançou sobre Irene para atacá-la. "Você perdeu a cabeça. Se atreve até a me bater agora!"

Então, repreendeu Loraine, que estava parada ali: "Você é cega? Não vai vir me ajudar?"

A empregada de imediato se aproximou para seguir as ordens da patroa e ajudá-la, mas Kinsey a deteve. Margaret sibilou para Irene todos os palavrões que conhecia.

"Sua p*ta, como se atreve a me bater na minha própria casa? Você vai ver só, eu vou acabar com a sua raça!"

"Se você não entregar o meu filho, nós vamos morrer juntas!" Incandescente de fúria, Margaret puxou o cabelo de Irene. A mulher mais jovem agarrou o cabelo da velha também.

As brigas entre mulheres não costumavam ir muito além disso. Margaret era bem mais velha, por isso ficou logo em desvantagem. No entanto, recusava-se a ceder e continuava xingando Irene.

"Você é tão rude e sem educação. Não me admira que não teve uma mãe pra te ensinar como se comportar direito. Como você ousou sonhar ficar grávida? Não merece ter um filho. Você e o seu moleque vão os dois pro inferno!"

Quando ouviu Margaret falar mal de Myra e de Eden, Irene ficou completamente fora de si. Ela pressionou a velha contra o sofá e vociferou: "Vou te matar estrangulada! Nenhuma das duas vai sair viva daqui!"

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