O Melhor de Mim romance Capítulo 34

Ponto de vista da Tanya:

"Rápido! Segua a minha mão, Tanya!"

O apelo urgente da Cathy desvia o meu olhar dos dois homens apavorantes na porta e, apesar do pedido de pressa e da mão estendida, não aceito. Algo dentro de mim se encaixa quando de repente percebo a realidade da nossa situação e o que devo fazer para garantir que nossos sequestradores não vençam. "Vá sem mim."

"O quê? Não!"

Não tenho tempo para ouvir os protestos dela, então interveio rapidamente: "Cathy, a única maneira de escapar do terceiro andar seria pulando. Eu não tenho forma de loba. Eu arriscaria a minha vida tentando pular." Mesmo com a ausência de qualquer protuberância perceptível, minha mão instintivamente se coloca onde sei que o meu bebê está guardado, uma vida que jurei proteger, e sorrio com ternura por causa do pensamento. "Não vou arriscar a vida do meu bebê."

Obviamente, a Cathy procura uma solução para este argumento válido. Ela tenta: "Eu posso te carregar! Isso! Eu posso carregar você até o chão!"

Em mim, cresce um carinho pela Cathy. Mesmo depois da desaprovação dela diante do meu casamento com o seu irmão, sua relutância em me abandonar é comovente. Ela é uma pessoa decente, disposta a ajudar o próximo diante do perigo.

Mesmo assim, minha decisão já foi tomada: "Não. Se você for sozinha, ainda terá uma chance de escapar se eles perseguirem você. Mas, se você me levar, como não posso me transformar em loba, você terá que me carregar e eu vou te atrasar. Você vai acabar sendo pega de novo."

"Mas..."

"Não, Cathy, você precisa ir." Eu seguro a mão dela, mas apenas para dar um aperto gentil de esperança em seus dedos trêmulos, retratando minha confiança nela através de um sorriso forçado e expondo minha alma temerosa. "A vida do meu bebê está nas suas mãos agora. Vá encontrar o meu marido. Diga à ele onde estou e volte para me buscar."

Observo minhas palavras silenciando-a e então testemunho algo que nunca vi antes. Algo muda na maneira como a Cathy olha para mim. Ela tem uma expressão confusa que não consigo entender e parece estar à beira das lágrimas. Nunca vi tal expressão em seu rosto. Até então, ela sempre tinha um sorriso maligno que se deliciava com o meu fracasso, zombando de meu status inferior ou me rotulando de interesseira. É como se ela... estivesse tocada.

Mas não resta muito tempo para nós. Deixo meus dedos escaparem de seu alcance sem aviso, finalmente me rendendo aos predadores abaixo e me submetendo mentalmente às mandíbulas que se apoderam da minha mente e do meu corpo. Deixo o Alfa e seu Beta me derrubarem de nossa escada improvisada para a liberdade. E, a última coisa que vejo da Cathy, são as longas mechas douradas do seu cabelo antes de me virar para enfrentar a ira dos meus sequestradores lobisomens.

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Ponto de vista da Lily:

Eu esfrego a esponja de maquiagem embebida em base contra a pele do meu pescoço de um jeito vigoroso e rítmico, concentrando-me em cobrir a linha vermelha fraca e feia que ficou na curva do meu pescoço, uma evidente marca de estrangulamento que me faz recordar os acontecimentos das últimas horas.

Eu estava correndo para casa depois de sair do trabalho, com pressa, querendo ter o máximo de tempo possível para ficar bonita para o meu encontro com o Marco. A euforia estava brilhando e borbulhando dentro de mim como uma garrafa sacudida de um lindo champanhe rosé, apenas esperando para explodir em comemoração ao meu reencontro com o Marco. A imagem dele passava desenfreadamente pela minha mente, mesmo enquanto eu caminhava com nobre graça pelas ruas do meu futuro reino.

Eu também queria chegar em casa mais cedo para me arrumar com calma, afinal, eu merecia alguns mimos por todo o meu trabalho duro. Convencer a patética da Tanya a fazer o que eu quisesse era uma tarefa exaustiva e eu estava ansiosa para tomar um longo banho relaxante na banheira.

Eu estava na metade do caminho até a minha casa quando mãos enormes me agarraram, puxando-me para um beco escuro e deserto. Outro homem apareceu tentando ajudar a me capturar enquanto eu lutava contra eles, resistindo o máximo que pude. No entanto, ouvi os murmúrios deles: "Nossa, eu não sabia que a garota do príncipe Eric era tão cabeça-quente. Tem certeza de que ela é a Lily?"

Imediatamente senti a dúvida na voz dele. Talvez eles quisessem me sequestrar como uma forma de retaliação contra o Eric, mas não tinham certeza da minha aparência. Eu lutei muito, finalmente ganhando uma chance de falar: "Vocês estão falando sobre a noiva do primeiro príncipe, a Lily?" Fiz-me parecer assustada e confusa. "Vocês pegaram a garota errada. Eu não sou a Lily!"

Minha frustração cresce a cada minuto. Por que ele está tão preocupado com a Tanya? Por que ele se importa tanto? É tão irritante que um encontro que deveria ser sobre mim e o nosso amor, agora é sobre a Tanya novamente. Ela estraga tudo.

Apesar do agravamento acontecendo na minha cabeça, eu mantenho minha compostura. Antes que o Marco possa sair, eu agarro a mão dele, suavizo os meus olhos, minha expressão mostrando um olhar triste e perdido, tentando induzir alguma forma de pena no meu companheiro predestinado: "Marco, por favor, não vá. Não é sempre que temos tempo juntos e é muito importante que eu fale com você sobre certos assuntos."

Mas, para a minha surpresa, ele puxa o braço para longe do meu aperto, enquanto a linha da sua testa se franze em uma forma de repulsa: "Lily, eu só vim me encontrar com você porque a Tanya insistiu que eu viesse. E o que quer que você tenha a dizer, eu não quero ouvir." Seu tom é frio e implacável. "Vim aqui para deixar claro que nosso relacionamento acabou. Eu não te amo mais, Lily." Mantenho um rosto neutro, mas meus dedos se contorcem sob o olhar severo dele: "Sou casado, portanto, não teremos mais interações desnecessárias entre nós a partir de agora. Cathy, vamos."

Estou em choque absoluto e fico completamente em silêncio quando o Marco se vira para sair, incapaz de reagir ao ver a careta de regozijo da Cathy em resposta à minha desgraça. Como ele pode não me amar mais?

Eu não posso ser vista nesse estado, então saio rapidamente do palácio e volto para o meu escritório para tentar me acalmar. No entanto, mesmo lá, não consigo escapar dos insignificantes e esbarro desconfortavelmente na faxineira enquanto ela tira o pó da minha sala.

"Olá, querida. Eu queria perguntar uma coisa: notei a boneca grande na sala, você quer que eu guarde ela em algum lugar?"

"Não." Eu levanto um sorriso falso para ela. "Você poderia voltar mais tarde para terminar a limpeza? Eu gostaria de ficar um pouco sozinha."

A faxineira acena com a cabeça e se arrasta até a porta. Finalmente sozinha, eu encaro a boneca enorme e de repente a jogo do outro lado da sala, para liberar a minha raiva reprimida. Eu observo enquanto ela bate no chão e a força é suficiente para apertar o botão na caixa de voz embutida da boneca, emitindo a voz do Marco alta e clara.

É a mesma voz que a Tanya ouviu de fora do meu escritório naquele dia: "Eu te amo, Lily."