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O Melhor de Mim romance Capítulo 46

Ponto de vista da Tanya:

Sento-me em um dos quartos, enterrando o rosto nas mãos e com a mente cheia de turbulências. Como pode ser? Por que as coisas tinham que ser tão boas, antes de serem arrancadas de mim?

Antes que eu possa afundar ainda mais no buraco da minha própria tristeza, ouço o clique de saltos quando alguém entra no quarto. Instantaneamente percebo que é a última pessoa que estou interessada em ver e os meus olhos se levantam lentamente para cair sobre a Lily.

Não há mais necessidade de formalidades entre nós duas. Nós sabemos onde estamos e o mais importante de tudo: ela venceu. A Lily venceu.

Portanto, não fico surpresa quando ela vai direto ao ponto: "Eu verifiquei os livros antigos e agora sei uma maneira de curar o Marco da maldição e salvar a vida dele." Parte de mim está aliviada porque o Marco tem uma chance de ser salvo, mas saber o que isso vai me custar é prejudicial para a minha sanidade.

Lily continua a falar: "O ingrediente mais importante para a poção é o sangue da companheira predestinada do Marco. Na verdade, se ele for exposto ao sangue de qualquer uma que não seja o da sua companheira predestinada, isso apenas agravará a maldição."

Meus olhos se arregalam ao ouvir isso. As gotas do meu sangue no perfume que o Marco usa para dormir devem ter aumentado a fatalidade da sua maldição. Eu. Fui eu quem causou isso nele. Se não fosse por mim, o Marco estaria bem. Em vez disso, ele agora está lutando pela vida.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto de um jeito lento e triste e eu cutuco a pele dos meus dedos em crescente raiva e auto-culpa enquanto a Lily se vira para mim, com os olhos mostrando a verdadeira compostura nobre, me fazendo entender que estou olhando nos olhos da verdadeira futura rainha do reino Mador, a verdadeira companheira predestinada do Marco. Não consigo desviar o olhar enquanto ela prega o último prego no caixão do amor entre o Marco e eu:

"Vou salvá-lo. Minha única condição é que você deixe o Marco e a capital para sempre. E você não deve contar à ele o verdadeiro motivo da sua partida. Se você realmente o ama, Tanya, fará o que for melhor para ele e para o reino."

Sempre soube que a vida era injusta mas, agora, mais do que nunca, percebo que não sou nada além de uma personagem secundária no mundo do Marco. E assim será.

"Você estará salvando a vida do Marco dessa maneira. É o melhor, Tanya." Eu mal consigo entender o resto das palavras dela, pois estou presa em um transe desgrenhado do meu próprio infortúnio.

"Toma, beba um pouco de água, tire um tempo para se acalmar e pensar na minha proposta." Em um movimento robótico, pego o copo, mas só depois de um segundo as minhas mãos registram a temperatura escaldante dele. E, em reação à sensação de queimação, deixo-o cair, no que ele se estilhaça no chão.

"Ah, Deus, eu sinto muito." Eu caio de joelhos instantaneamente, sibilando de dor enquanto na minha pressa para pegar os cacos eu corto os dedos, manchando o vidro com o meu sangue. Lily não parece incomodada, no entanto, seus olhos estão arregalados e parecem quase satisfeitos com a situação.

"Deixa aí, não tem problema. Eu limpo. Por favor, vá cuidar do seu machucado." Ela me conduz para fora quase com pressa e eu a deixo sozinha. Minhas pernas sabem para onde ir, manobrando facilmente pelo labirinto do palácio, até que me encontro na porta do Marco.

Quando sou informada de que é seguro vê-lo, escondo cuidadosamente todas as minhas emoções que possam aludir aos meus verdadeiros sentimentos, meticulosamente colocando de lado os meus medos e a devastação da minha mente. Preciso salvar a vida dele pela dor que causei à ele e, se isso significar que tenho que deixá-lo para sempre, então é isso que farei.

Passo pela porta silenciosamente, fechando-a atrás de mim quando vejo que ele está acordado. Seu sorriso cansado é apenas uma pequena chama acesa ofuscada pela minha angústia, mas mantenho as forças, indo até ele e sentando-me na beirada da cama, feliz por finalmente estar na sua presença enquanto ele está consciente.

Parece que conversamos por horas como velhos amigos que falam sobre coisas triviais: que seria bom reformar a casa, o que o Marco gostaria que eu preparasse para o jantar, se fico melhor com o vestido azul ou com o verde.

Capítulo 46 1

Capítulo 46 2

Capítulo 46 3

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