O Melhor de Mim romance Capítulo 48

Ponto de vista da Tanya:

Um grito escapa da minha garganta e eu imediatamente desvio da garra estendida. Minhas mãos se atrapalham e batem contra a porta do carro antes de finalmente deslizarem para a maçaneta. Eu quase caio para fora do veículo, forçando-me desesperadamente a ficar de pé e partir em uma corrida para salvar a minha vida.

A chuva cai com uma fúria estrondosa enquanto corro às cegas, gritando por socorro, mas ninguém me ouve, não com os uivos terríveis do vento, nem quando o céu se rompe com trovões que estremecem o chão.

Sem forma de loba, sem velocidade de loba e com o feto mal protegido pelo meu corpo fraco, falho em manter muita distância. Eu olho para trás para ver os olhos brancos brilhando no escuro e uma grande sombra ameaçadora, semelhante à forma de um lobo enorme, através das fendas do aguaceiro.

Não….

Viro para a frente, tentando correr mais rápido, mas consigo ouvir patas sinistras galopando atrás de mim, cada contato que elas fazem com o chão soando alto na minha cabeça, em contagem regressiva para a minha morte. Com a mente em desordem, não vejo um galho que é soprado pelo vento no meu caminho e tropeço nele, o que faz com que eu deslize direto para o chão e arranhe as palmas e joelhos.

Minha respiração acelera enquanto eu rolo de costas, tentando me afastar ao mesmo tempo que observo o lobo ímpio aparecer. A pele dele é branca como a neve, estranhamente pálida, com as pontas tingidas em um tom prateado como a lâmina de uma espada. Fico congelada de medo quando o lobo solta um rosnado assustador antes de voltar à forma humana do motorista.

Há um sorriso diabólico em seus lábios e a única semelhança com a forma de lobo é o cabelo grisalho que parece opaco pela chuva torrencial. Ele personifica assombrosamente a essência do ceifador, vindo para arrebatar a minha alma para a vida após a morte e arrogantemente se aproxima de mim, sabendo que mal posso fugir.

"Por quê?" Essa é a única frase que consigo gritar.

Ele dá os ombros, indiferente ao meu estado de pânico: "Você não é uma belezinha?" Seu tom brincalhão me enoja. "Se ao menos não estivesse grávida do filho do Marco, então talvez a Lily não ia querer que você morresse."

"Mas, como?" Como a Lily sabia? Estou em pânico, incapaz de rastejar para longe enquanto ele se aproxima.

Ele ri, de repente se agachando tão perto de mim que posso sentir sua respiração no meu rosto enquanto ele arqueia uma sobrancelha. "Eu devo um favor à ela, entende? E, mesmo que você seja mais bonita do que ela, eu nunca... quebro as minhas promessas..."

Antes que ele possa fazer outro movimento para me matar, eu me movo rapidamente, borrifando perfume de um frasco que tirei silenciosamente do meu bolso nele. Foi a melhor ideia que eu tive para tentar diminuir o ritmo dele na minha direção, e deixei ele falar o quanto quisesse para que eu tivesse tempo o suficiente para preparar o perfume.

É uma das minhas criações e também tem uma função especial. O perfume foi misturado com ingredientes alucinógenos, induzindo aqueles que o inalam a um estado psicodélico que os faz alucinar por trinta minutos.

Eu o acerto com uma quantidade significativa de perfume, forçando-o a fechar os olhos por causa da sensação de queimação. Percebo a surpresa dele, que não esperava que eu revidasse dessa maneira.

Entretanto, não tenho tempo para pensar na minha pequena vitória e aproveito a minha chance. Eu me levanto e mais uma vez corro. Eu sei que não tenho chance em uma estrada aberta como esta e, mesmo que eu não tenha sentidos de lobo, o meu cérebro disperso conclui que é melhor eu tentar despistá-lo na floresta.

Atravesso a estrada e passo pela linha das árvores. Meu cabelo se agita freneticamente ao meu redor, à mercê do vento, e as solas dos meus pés latejam em agonia, mas eu continuo correndo sem rumo pela paisagem arborizada.

Ponto de vista do Joseph:

Papéis e arquivos me cercam enquanto trabalho vigorosamente durante a noite. Minha mão se move para frente e para trás com a velocidade necessária enquanto articulo meus pensamentos em palavras que coincidem com a minha nobre autoridade. Estou redigindo um decreto para fazer do Marco o herdeiro do meu reino. Em breve, a Lily dará a poção ao Marco, e logo o meu filho estará curado e pronto para assumir o trono ao qual está destinado.

Poder e força são necessários para governar o Reino de Mador, e o Marco tem essas qualidades. Mesmo que a mãe do Eric seja uma Alfa como eu, ele não tem a mesma força que o Marco. É força que é necessária para administrar este reino, não há espaço para fraqueza dentro da civilização de lobisomens e Lycans. O poder é o que decreta o nosso futuro e a nossa prosperidade.

Estou tão absorto em escrever que mal olho para cima para ver o Eric entrar silenciosamente no meu escritório com um copo nas mãos. "Pai, você deve estar exausto por causa da preocupação com a saúde do Marco. Achei que seria sensato pedir ao médico que prescrevesse um tônico para nutrir o seu organismo."

O Eric sempre foi cavalheiro e cortês em seu comportamento comigo, mesmo que eu não seja o pai perfeito. "Obrigado, Eric." Eu digo, antes de tomar um longo gole do copo. O líquido quente escorre pela minha garganta de uma maneira que me acalma.

Volto a redigir o decreto apenas para perceber que não consigo mais ler minha a redação. Minhas sobrancelhas enrugam em confusão enquanto o papel começa a ficar fora de foco. De repente, sinto um calor forte, que começa a subir pela minha cabeça enquanto o mundo gira. Eu seguro a borda da mesa para me firmar, mas perco todo o controle sobre os meus membros e a minha cabeça bate com força na mesa enquanto a escuridão se divide nas bordas da minha visão.

Quase dormindo, observo quando o Eric vem até o meu lado e tira o documento que está debaixo de mim, dobrando-o e guardando-o no bolso. "Depois de tanto tempo sendo rei, você ganhou um merecido descanso." Eric mostra o seu sorriso habitual para mim, como se completamente inconsciente à minha situação, ou mais provavelmente, optando por ignorá-la. "Não se preocupe, pai, de agora em diante, eu governarei o Reino de Mador."

E então, perco a consciência quando os meus olhos finalmente se fecham.