O Melhor de Mim romance Capítulo 89

Ponto de vista da Tanya:

O sorriso sinistro do Dorian arrepia a minha pele e me trás uma sensação de mal-estar e desconforto. Enfrentar mais uma vez o homem que foi enviado cinco anos atrás para me matar desenterra um medo primordial dentro de mim. Ele é como um predador e eu sou a presa, uma corça de olhos arregalados, indefesa e sozinha, longe do seu rebanho.

"Não tenha medo, querida. Não estou aqui para te machucar." O comentário é astuto e ele sabe que não diminui o pânico que ele induz em mim, mas ele continua falando de qualquer maneira: "Eu só pedi ao Eric para convidá-la a vir até aqui."

Eu zombo, sem fôlego: "Convidar não é a palavra que eu usaria."

Os lábios dele se abrem em um sorriso: "Eu estava tão ansioso para me encontrar com você. Preciso de um favor." Eu permaneço em silêncio enquanto ele explica o seu pedido: "Eu gostaria que você fizesse um frasco de perfume para mim. É tudo o que peço, nada mais e nada menos. E não vou te machucar."

É a frase final que mais se destaca. De qualquer maneira, conhecendo o Dorian, algo dentro de mim me diz que esse perfume deve ser algo destrutivo. Não consigo imaginá-lo pedindo outra coisa senão algo que possa infligir dor ou prejudicar alguém e não vou me envolver nisso.

"E se eu recusar?"

O híbrido arqueia uma sobrancelha, quase como se esperasse a minha recusa em conceder os desejos dele, e caminha lentamente em minha direção com um sorriso paciente. Eu estremeço quando a mão dele se move, mas ele apenas a ergue para tirar mechas do meu cabelo que estão no meu rosto, então acaricia levemente o meu queixo. Minha pele estremece com o toque predatório e ele inclina a minha cabeça para trás para que eu olhe sua figura imponente enquanto muda completamente de assunto:

"Você é tão bonita quanto eu me lembrava. Posso imaginar que o seu lindo rosto encantou muitos espectadores. Tenho certeza de que até mesmo o Marco é atraído pela sua graça e beleza." Meu corpo congela em frigidez enquanto ele olha nos meus olhos. "O que aconteceria se eu tirasse isso de você? Hum? E se eu esculpisse uma cicatriz nessa beleza intocada?" Ele coloca um dedo no canto direito da minha testa e desenha uma única linha longa até a parte inferior do meu queixo.

"O Marco ainda te amaria? Ele ia querer uma esposa feia com um rosto coberto de cicatrizes? Cicatrizes que o lembrariam para sempre que ele falhou em protegê-la?"

Eu o encaro com olhos assustados e vejo isso despertar confiança e presunção na expressão dele. "Vou contar de três até um. E, no final, se você ainda se recusar a fazer o perfume, vou esculpir o seu rosto com as minhas garras." Mas ele não para por aí: "E, mesmo depois disso, se você ainda não concordar, continuarei a contar e, a cada três, farei outro corte no seu rosto."

Ele ri sombriamente: "Tanta pele, tanta pele linda, linda para eu mutilar. Mostre se você realmente gosta dela."

E, assim, o Dorian começa a contagem regressiva. Suas pausas intencionalmente longas me dão segundos para decidir. Entretanto, eu já sabia o que fazer, desde o momento em que ele me ameaçou. O Marco me amaria não importa o que acontecesse, e eu não poderia fazer o mal. Eu sacrificaria tudo se isso significasse que eu estava sufocando os planos do Dorian, quaisquer que fossem.

Então, quando o Dorian chega no 'um', seus olhos se arregalam de forma não natural, o meu corpo treme de apreensão e os meus lábios permanecem firmemente fechados. Sinto um tipo de raiva e frustração quando ele ri de mim: "Está bem. Então veremos o quanto você estará disposta quando o seu rosto estiver cheio de cicatrizes."

Eu me encolho e fecho os meus olhos quando o Dorian levanta a mão. Sinto o leve vento do braço dele balançando para frente mas, em vez de sentir dor, ouço um alto 'ding'. Instintivamente, abro os olhos e vejo algo brilhando no meu peito através do tecido da minha jaqueta. Seja o que for, bloqueou a magia do Dorian e me protegeu do perigo. É quando me lembro do distintivo que o Sr. Barlow me deu antes de morrer!

Se o híbrido estava com raiva antes, agora as narinas dele se dilatam de ira enquanto ele olha para o objeto brilhante. "Tire a jaqueta!" Ele estala, mas não me dá tempo para reagir. Asperamente, ele tira a minha jaqueta e arranca rudemente o distintivo do meu suéter. "O Barlow te deu isso?!"

Ele olha para mim com descrença e bufa: "Aquele velho lançou uma proteção contra magia negra neste distintivo para você?" É ciúme que estou ouvindo? Realmente não posso dizer. Tudo o que sei é que o Dorian não está feliz por eu ter o distintivo do Barlow.

Claro, a expressão nervosa dele é rapidamente mascarada. Ele respira fundo, volta a ter uma expressão cautelosa e me pergunta de maneira muito casual: "Em qual canto miserável do mundo o velho está se escondendo?"