Jim devia ter percebido alguma coisa, porque de repente envolveu um braço nos ombros dela. Jessica ergueu o olhar, encontrando o seu meio sorriso, tão familiar que parecia até desconcertante, como se eles se conhecessem de outra vida.
Ela nem sabia como conseguiu terminar a música com ele. Havia algo no jeito como ele a olhava, diferente daquela confiança provocadora de sempre. Isso fez seu coração disparar de um jeito que ela não conseguia explicar.
Por sorte, ninguém a obrigou a ficar no palco depois do dueto. Ela foi para um canto tranquilo e tomou alguns drinques. O álcool era fraco, mas já era o suficiente para deixá-la tonta.
Quando a festa acabou, ela estava claramente meio bêbada.
Ao saírem do karaokê, Jim se ofereceu para levá-la para casa. Ela queria recusar, mas, de alguma forma, acabou entrando no carro dele.
A cabeça girava, os pensamentos estavam confusos e antes que percebesse, já dormia profundamente no banco do passageiro.
Jim olhou para ela e soltou uma risadinha discreta, sem jeito. Inclinou-se para prender o cinto de segurança com cuidado.
As bochechas dela estavam coradas pelo álcool, ela definitivamente tinha bebido mais do que podia. Enquanto olhava silenciosamente para jovem, um lampejo de emoção brilhou nos olhos dele. Seus dedos acariciaram suavemente a bochecha dela.
“Jessica”, sussurrou, quase inaudível: “Você realmente não me reconhece, né?”
Ele suspirou e ajeitou uma mecha solta atrás da orelha dela, então foi para o volante e a levou para casa.
Quando chegaram, Jessica se mexeu ao ouvir o nome dela sendo chamado baixinho. Piscou sonolenta, olhou pela janela e murmurou: Já em casa...?
Jim estava ao lado da porta do carro, segurando-a aberta para ela.
Ainda desorientada, Jessica desceu sem entender direito o que estava acontecendo. A cabeça rodava, e assim que seus pés tocaram o chão, quase perdeu o equilíbrio e caiu.
Ele a segurou a tempo, com um braço em volta da cintura, firme para evitar a queda. Ela se viu nos braços dele, respirando rápido e superficial pelo susto.
Os dedos dela agarraram o braço dele com força.
Então veio a risadinha baixa dele. “Quanto você bebeu? Tá completamente fora de si.”
Jessica franziu a testa, com as palavras enroladas e desafiadoras. “Não estou bêbada. Tô ótima.”
“Ah é? Então me olha”, disse ele, a voz ficando séria de repente. “Olha bem. Me reconhece?”
Ela o fitou, confusa com aquela expressão intensa. Será que ele achava que ela estava bêbada?
Com um sorriso maroto, deu um tapinha leve na bochecha dele. “Claro que sei quem você é. Você é Jim. Meu novo chefe.” Ela estava bêbada, sim, mas não a esse ponto.
Ele segurou o queixo dela com cuidado, o olhar escurecendo. “Olha de novo. Me diz quem eu realmente sou.”
Jessica encontrou os olhos dele e de repente, não tinha tanta certeza assim. Talvez ela não fosse a única bêbada.
As pupilas de Charles se contraíram. Jess? Desde quando são tão próximos?
Uma onda de ciúmes estourou no peito dele. Os punhos se cerraram de novo, prontos para outro soco.
Jessica agarrou os braços dele, segurando-o com toda a força. “Charles, por favor, se acalme!”
Mas os olhos escuros dele ardiam de fúria. Esse cara teve a ousadia de mexer com a mulher dele; como ele ia se acalmar?
A tentativa de Jessica de contê-lo só aumentou a raiva de Charles. O fogo no peito dele crescia a cada segundo. Por que ela estava tão decidida a proteger Jim?
Segurando firme, ela voltou os olhos suplicantes para Jim. “Por favor, você pode ir? Estou te implorando.”
“Jess, como vou embora se o Charles te trata tão mal?” A voz dele estava cheia de preocupação. “Como eu ia te deixar nas mãos dele?”
“Isso é coisa minha com ele”, ela disse, tremendo. “Você não precisa se preocupar. Só fica fora disso. Por favor, vai embora. Estou te pedindo.” Ela tinha medo de que Charles perdesse o controle e fizesse algo impensado.
Jim viu a luta nos olhos dela, viu o quanto ela estava dividida. O coração dele doeu, pesado e impotente. Que id*ota, pensou.
Com um longo e silencioso suspiro, finalmente cedeu. “Tá bom. Vou ficar fora disso. Mas se ele te machucar de novo, juro, vou fazer ele pagar.”
Virou-se sem dizer mais nada e entrou no carro.

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