Não, ela não podia deixar Jessica revelar seu segredo.
Na manhã seguinte, após o café, Jessica e Arthur brincavam no gramado, aproveitando o sol da manhã.
Um carro entrou na garagem dos Hensley, os pneus estalando sobre o cascalho.
Jessica ergueu os olhos ao som, a tempo de ver Hugh saindo do veículo.
Seu coração vacilou ao vê-lo ajudar Rhea a descer, seguida por Jane.
Eles vieram tão cedo assim?
Já sabiam que ela e Charles haviam se casado?
Seu olhar se voltou para Rhea. A morte de Jake ainda estava fresca em sua memória. Ela não havia esquecido quem poderia estar por trás daquilo.
Hugh conduziu sua esposa até a casa, depois se afastou para atender o celular, sinalizando para que as mulheres entrassem.
Após uma breve conversa, Hugh se virou e seus olhos se fixaram imediatamente em Jessica. Suas pupilas se contraíram.
Jessica?
Ninguém havia lhe contado sobre o casamento com Charles, então vê-la ali foi um choque.
Sua expressão se fechou. Ele caminhou rapidamente na direção deles.
Jessica sentiu a aproximação. Passou a mão nos cabelos de Arthur. “Mamãe está com um pouco de sede. Pode pegar uma água pra mim lá dentro?”
Arthur, alheio ao homem que se aproximava, sorriu e assentiu. “Tá bom!” Saiu correndo em direção à casa.
Assim que o pequeno sumiu de vista, Hugh surgiu diante de Jessica, com um olhar gélido. “O que você está fazendo aqui?”
Ela sustentou o olhar dele, com os lábios se curvando num sorriso calmo. “Por que eu não estaria aqui?”
“Quem te trouxe?” A voz de Hugh endureceu. Seus olhos se estreitaram. “Foi o tio Charles?”
“Quem mais poderia ser?”, Jessica respondeu, em tom provocativo.
O olhar de Hugh se intensificou, com o rosto endurecido pela raiva. Ele não esperava que ela tivesse manipulado seu tio a ponto de levá-la até ali.
Jessica o observou com atenção. Ele realmente não sabe sobre mim e Charles?
De repente, Hugh avançou, agarrou seu braço e a puxou com força. “Você tem que sair daqui. A propriedade dos Hensley não é lugar pra qualquer um!”
Jessica tropeçou, sem equilíbrio, enquanto ele a arrastava. Tentou se soltar, mas o aperto dele era firme demais.
“Hugh, solta meu braço!”, ela sibilou, a voz afiada mas contida.
Tia? Que tia? Sua esposa?
Mas quando foi que eles se casaram? Ninguém disse nada.
A mão de Hugh caiu, como se tivesse sido queimada. Sua mente girava.
Aquilo era uma loucura. Completamente insano.
Jessica passou por ele com calma, entrelaçando o braço no de Charles, de propósito.
A cena fez Hugh se contorcer por dentro. Ele tentou conter a raiva, mas não conseguiu. Sua voz saiu baixa, carregada de veneno. “Tio Charles, você sabe que tipo de mulher ela é? Você realmente se casou com ela? Ela me traiu e teve um filho com um qualquer. Você sabia disso?”
O olhar de Jessica se tornou gélido ao encará-lo. Percebeu como lembrava pouco da bondade dele no passado. O que ele havia sido pra ela, afinal?
Agora, só o ver já era suficiente para embrulhar seu estômago.
A expressão de Charles não mudou, mas seu cenho se aprofundou levemente. A voz saiu firme. “Hugh, já que ela agora é sua tia, é melhor começar a tratá-la com respeito.”
O som de passos correndo rompeu a tensão. Uma voz infantil chamou: “Mamãe, papai, achei vocês!”
Arthur correu até eles, entregando uma garrafinha de suco para Jessica. “Mamãe, achei um suco muito bom!”
Ela sorriu, pegando a garrafa. “Obrigada, meu amor.”
O olhar de Hugh se voltou para Arthur num estalo. “Papai? Tio Charles? Ele...” As palavras morreram em sua boca, quando a ficha caiu. O tio Charles aceitava aquele garoto como filho?

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