“Ela tem tanta confiança porque a gente ainda está solteiro. Se você quer que ela se afaste, então é só casar comigo, Ellie."
Ele estava falando sério. Eu sei que estava.
“Não posso casar com você, desculpa."
Estou prestes a ir para o quarto quando ele me agarra.
"Me diz por que não."
Sua frieza me faz estremecer.
“Eu já falei por que — por causa das crianças. Não é justo para nenhum de nós."
“Eu já falei várias vezes que gosto de você, Ellie. E não só isso; tenho certeza de que te amo há muito tempo. Sei que você também sabe disso."
Ele toca meu rosto, e eu consigo ver o amor em seus olhos. Mas simplesmente não consigo aceitar; me recuso a acreditar. De novo, não. Ele aproxima seu rosto do meu e me beija — um beijo doce e gentil — e eu retribuo como costumo fazer.
"Fala alguma coisa, minha Quinn", sussurra ele.
Estremeço. Ele me chamou de "minha Quinn" de novo. Será que finalmente se lembrou de mim?
"O que você quer que eu diga?", sussurro de volta.
“Que também me ama. Você sempre me beija de volta, o que quer dizer que também sente algo por mim."
Eu o empurro para longe. Então, lanço um olhar frio para ele e sorrio. “A gente pode se beijar e continuar amigo. Aprendi isso com você, lembra?"
Ele parece confuso, como se eu não estivesse falando coisa com coisa. Em seguida, cerra os dentes. “Eu não sou o seu primeiro amor da faculdade, Ellie. Não me compare com aquele idiota!”
Rio amargamente. “Você não se lembra mesmo de mim? Não uso mais óculos, mas ainda tenho a mesma aparência. E o meu nome? Você não consegue se lembrar nem disso? Sou tão desprezível assim?"
“Do-o que você está falando, Ellie?"
“La Salle, Gestão de Negócios, menina nerd de óculos, que adora desenhar, que você sempre importuna até se aproximar dela, que você incentiva a fazer arquitetura e engenharia, porque era isso que ela amava, e depois a fazer Gestão de Negócios no mestrado. Alguma dessas coisas soa familiar?"
Ele ainda parece confuso, como se estivesse tentando se lembrar do que eu disse. “Não consigo mesmo me lembrar, Ellie. Eu sabia que estava faltando alguma coisa depois do acidente.”
Olho para ele, incrédula. “Você não me contou que tinha amnésia!”
“Porque eu não sabia que tinha! Mas agora, com você me contando essas histórias que eu não lembro, acho que devo ter. Vou ao médico que me atendeu quando sofri o acidente para resolver isso. Você pode vir junto se quiser, para provar que estou dizendo a verdade."
Suspiro. "Ok. Amanhã a gente vai."
Na manhã seguinte, vamos ao médico a que Ulisses se referiu na noite anterior.
“Tenho certeza de que você não teve amnésia depois do acidente. Mas teve amnésia dissociativa quando tentou cometer suicídio, uma semana depois de acordar do coma de três meses. Então, realizamos alguns testes, suspeitando desse tipo de amnésia por causa da sua reação ao acordar. Acho que é melhor perguntar aos seus pais sobre isso", explica o médico.
"O que é uma amnésia dissociativa, doutor?", pergunta Ulisses.
“Amnésia dissociativa ou psicogênica é um tipo de amnésia em que a pessoa bloqueia uma determinada informação, principalmente se ela estiver associada a algum estresse ou evento traumático. A pessoa esquece informações pessoais importantes", explica.
“Você passou com um psiquiatra nos Estados Unidos, não foi?”, acrescenta o médico.
“Sim, meus pais que marcaram.”
"Você tentou cometer suicídio, Ulie?" É a única coisa em que consigo pensar, por isso tenho que perguntar.
Eu sabia que ele se sentia culpado pelo acidente, mas não ao ponto de tentar se matar. Estremeço só de pensar nele fazendo uma coisa dessas.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Pai Encantado do Meu Bebê
Boa noite. Quando termos os capítulos finais deste romance? Obrigada....