Dou a Ulisses meu endereço; é o lugar mais seguro para conversar. Preciso ter cuidado, ainda mais agora que minha gravidez é o assunto mais falado do momento. A mídia não vê a hora de obter algum furo.
Se souberem desse meu encontro, com certeza vão achar que ele é o pai, e, embora seja verdade, quero manter o segredo o máximo que puder.
Está tudo uma confusão. Meu plano era ir para os EUA, mas, por causa do projeto da LHI, acabei esquecendo.
Queria ficar lá até dar à luz os gêmeos, para que não fosse um problema.
Quando acabasse, voltaria para as Filipinas e deixaria a mídia pensar que as crianças eram adotadas, sem que eu confirmasse nem negasse, apenas os deixasse achar o quisessem. Era o plano perfeito, mas não consegui colocá-lo em prática.
Agora, estou começando a me arrepender de ter escolhido Ulisses, as coisas só pioraram. Eu deveria ter achado outro cara. Mas que culpa eu tenho? Ele estava tão gato naquela noite.
Ouço a campainha; ele já deve estar aqui.
Quando abro a porta, sou recebida pelo seu rosto sério.
Digo para entrar e o guio pela sala de estar. Dou um café para ele.
Estou tão nervosa. Isso não estava incluído no plano. Sinceramente, não sei o que fazer agora.
"Desembucha", diz ele num tom autoritário.
Engulo em seco. Por que ele está tão sério?
Levanto do sofá, tentando me acalmar, o encaro e, então, aponto para a minha barriga.
“Bom, dá para ver que...”, digo apenas isso.
Ele contrai a mandíbula; em seguida, assente com a cabeça.
"É meu." Não foi uma pergunta.
"Como você tem tanta certeza?"
Vejo-o sorrir. "Está mais do que na cara, querida."
"Por quê? Porque eu era virgem naquela época? Como você pode ter certeza que eu não fiquei com outro cara depois?", pergunto. Eu ainda estava tentando encontrar uma desculpa para negar a suposição dele.
A verdade é que acabei desistindo dessa ideia. Pedi para ele vir aqui para ser sincera; só disse aquilo para provocá-lo. Queria ver a reação dele.
"Tenho certeza que não. E tenho certeza que você planejou tudo isso. Resumindo, você se aproveitou de mim."
Arregalo os olhos, sem conseguir acreditar. "O que você disse? Que eu me aproveitei de você?! Me poupe!"
Ulisses ri.
Olho para ele, que está tirando sarro de mim. Fiquei nervosa por nada, ele não parece estar levando isso com seriedade.
"Por que você não me contou?" diz ele, agora sério.
Ele é bipolar?
"Por que eu faria isso? Sim, você acertou, eu planejei tudo, mas quero ficar com a criança para mim."
"Por quê?" A curiosidade era genuína.
Reviro os olhos.
"Porque eu só queria um filho. Um marido ou o pai dessa criança não estavam inclusos. É por isso que eu escolhi ter uma transa casual. Mas você não para de aparecer! Estragou o meu plano!", digo e solto um suspiro exasperado.
Ele ergue as mãos. "Ei, calma aí! Por favor, não me culpe. Culpe o destino que não para de unir a gente."
"Destino sua bunda!" digo e fecho a cara.
Ele balança a cabeça e vem até mim.
Esse cara age como se tivéssemos intimidade. Aparentemente ele não levou a minha situação a sério, continua brincando.
"Mas a gente tem um problema."
Fico confusa. "Problema? Que problema?"
"Eu estou noivo. Foi um casamento arranjado", confessa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Pai Encantado do Meu Bebê
Boa noite. Quando termos os capítulos finais deste romance? Obrigada....