Isabela ficou em silêncio por um momento. Ela olhou para Sérgio com um olhar um pouco submisso e perguntou, quase num tom de súplica:
— Sr. Sérgio, será que eu poderia ficar aqui por um tempo?
Sérgio lançou um olhar na direção dela, depois olhou para o copo de macarrão instantâneo nas mãos dela, e uma expressão de leve desgosto apareceu em seu rosto.
— Fala logo, o que te trouxe até aqui dessa vez? — Perguntou, enquanto se sentava no sofá e afrouxava a gravata, com um ar claramente cansado.
Isabela olhou para o macarrão que segurava, suspirou e foi até a cozinha guardar o que restava, antes de voltar para a sala.
Quando retornou, Sérgio já segurava uma taça de vinho. Ela se aproximou.
Na verdade, tinha ido procurá-lo não só para pedir abrigo por uns dias, mas também porque precisava que Sérgio lhe emprestasse algumas pessoas.
Ela sabia que, quando se pede um favor, é preciso mostrar uma certa humildade.
Então, com um jeitinho, colocou a mão sobre o ombro dele e começou a massageá-lo suavemente.
Não tinha força nenhuma nas mãos, parecia mais uma carícia do que uma massagem, mas Sérgio, ainda assim, pareceu gostar. Ele fechou os olhos, aqueles olhos que sempre tinham um brilho frio, e murmurou:
— Pelo visto, o assunto é sério, hein?
Isabela deu um sorriso suave.
— Para você é coisa simples, nem vai precisar se esforçar muito. Sr. Sérgio, você poderia me emprestar uns caras?
Sérgio abriu os olhos e virou o rosto para encará-la.
— Emprestar gente?
Ela assentiu, contornando o sofá até ficar de frente para ele.
— Talvez precise de umas pessoas para resolver umas coisas para mim. Mas pode ficar tranquilo, não é nada perigoso. Só quero seus homens para dar um pouco de presença, sabe?
Falava a verdade, ela ainda precisava resolver o problema com Naomi, e enquanto aquela questão não fosse resolvida, não podia voltar para mansão da família Santiago.
— É mesmo? — Sérgio disse, tomando um gole lento do vinho.
Seu olhar não deixava claro se ia aceitar ou não.
Isabela ficou um pouco tensa. Claro que ela poderia contratar alguém de fora, mas preferia os homens de Sérgio, que eram mais confiáveis. Se não fosse por isso, não teria ido até ali.
— Ei, você ainda não disse se vai me emprestar ou não!
Sérgio olhou para ela por cima do ombro.
— Antes disso, acho melhor você pensar em como vai me explicar o que aconteceu ontem. — Fez uma breve pausa e completou friamente. — Não ter te jogado para fora agora há pouco já foi bondade demais da minha parte.
Depois disso, ele se virou e subiu as escadas.
Isabela ficou sem palavras. Ela bateu levemente na própria testa e se deu conta de que o assunto ainda não tinha acabado. No fim das contas, tinha voltado ao ponto de partida.
Mas também fazia sentido... Sérgio era um homem orgulhoso, cheio de elegância, jamais deixaria alguém lhe faltar com respeito. Ainda mais depois de ela mesma tê-lo chamado de sujo no dia anterior.
Quanto mais pensava, mais Isabela amaldiçoava em silêncio aquele maldito Bryan.
Se não fosse pelas palavras ambíguas dele, ela não estaria nessa situação, sendo humilhada diante de Sérgio.
Mas xingar não resolveria nada, no fim, ela sabia que teria que resolver isso sozinha.
Depois de refletir por um instante, Isabela respirou fundo e subiu as escadas também.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Preço da Tentação
O que houve que não lançaram mais nenhum capítulo?...
Muito chato ficar esperando capítulos,já desisti de outros livros por esse mesmo motivo,perde a emoção da leitura...
Não tem uma opção de pagamento por Pix pra quem não usa cartão.muito chato essa liberação de poucos capítulos grátis...
Qual o Instagram da autora? Para eu acompanhar...
Quais os dias que lançam novos episódios?...