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O Rei Lycan e sua Tentação Sombria romance Capítulo 110

VALERIA

— Havia uma lenda de que ali estava escondido um poder inigualável. No entanto, os tolos que ousaram atravessar o lago nunca mais voltaram.

Lugar assustador, amaldiçoado e com morte garantida; esse é o nosso destino, sem dúvida. Reunimos as poucas coisas que tínhamos e partimos em direção ao Lago dos Mortos, rezando para não sermos os próximos da lista.

— Gente, vocês sempre ao meu lado. — Segurei a mão de Celine, e Quinn assentiu ao lado dela.

Atravessamos juntos uma floresta selvagem durante a noite, avançando sem parar pelos arbustos cheios de galhos pontiagudos, sob a cobertura das árvores densas que bloqueavam a luz da lua acima de nós.

À medida que nos aproximávamos do lago, a umidade e o frio no ar aumentavam. Um detalhe perturbador era que nada se ouvia.

Não havia o sussurrar de animais noturnos, o som de asas de corujas ou o brilho de vaga-lumes no ar. Nada. Parecia que a vida havia sido completamente sugada daquele lugar.

Saímos da floresta e chegamos às margens do lago. Uma névoa espessa pairava sobre ele, alcançando os pedregulhos na beira. Olhando à distância, só era possível ver a escuridão da névoa cobrindo a paisagem.

— Vá até lá e teste a água — o Rei ordenou a um de seus homens. Ele obedeceu.

Por mais que tentassem parecer corajosos, o nervosismo era evidente em todos.

— Senhor, não consigo ver o fundo. Está muito escuro — respondeu o homem, inclinado na margem, mas sem coragem de tocar na água.

O Rei Vampiro aproximou-se por trás dele e o empurrou sem piedade.

Com um grito nada masculino, o guerreiro caiu de cara na água e chapinhou um pouco. Pensamos que algo terrível aconteceria, mas, na verdade, depois de alguns segundos, ele se levantou completamente encharcado, mas intacto.

— Muito bem, parece seguro. Valeria, pegue o artefato e lidere o caminho. Você vai na frente — disse ele, abrindo a caixa para mim.

Com a mão trêmula, retirei o artefato, que agora era uma bússola prateada, flutuando no ar e avançando sobre a superfície do lago.

— Vamos precisar de uma embarcação? — perguntei, duvidosa. Não podia acreditar que ele pretendia me mandar entrar naquela água perigosa.

— Calma, querida, você é a mais segura aqui. Vá em frente, posso sentir. Há um grande poder nos esperando perto — disse ele, olhando para a névoa no horizonte do lago, com os olhos verdes brilhando de ganância.

Suspirei, fazendo um gesto discreto para Quinn e Celine. Eles sabiam que, se algo acontecesse, deveriam fugir ou ficar ao meu lado, para que eu pudesse protegê-los.

Com determinação e coragem, levantei o vestido e dei o primeiro passo, pensando que ficaria encharcada. Mas, na verdade, meus pés tocaram algo sólido.

110. NA ESTRADA 1

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