VALERIA
— Ela é a legítima herdeira do trono do Reino Sombrio, uma Selenia e filha de Gabrielle, a Piedosa — anunciou a Feiticeira Branca à multidão reunida na praça, após a reunião privada que tivemos com ela.
Estávamos sobre o palco que o líder da vila usava para se dirigir ao povo.
Seus rostos abatidos, marcados pela pobreza e abandono, me olhavam com ceticismo.
— Se ela é a herdeira do trono, onde estava enquanto o Rei Vampiro destruía o Reino?!
— Sim, ela até andava com ele! O que garante que não está aqui apenas para testar nossa lealdade? Você diz que ele está morto, mas tem provas, ou devemos acreditar na palavra de uma qualquer?! — Gritos e reclamações vinham de todos os lados, uns mais ousados, outros se escondendo atrás da multidão.
Um rugido ecoou repentinamente, silenciando a todos.
— O próximo que ousar questionar minha fêmea, eu arranco a língua direto da garganta! — a voz colérica de Aldric soou ao meu lado. Eu sabia que ele explodiria a qualquer momento.
— Eu sou o Rei Lycan, e Valeria Von Carstein é minha companheira. Ela não precisa usurpar o trono de ninguém, pois já é a Rainha do Reino dos Lobos!
Proclamou com firmeza, deixando todos visivelmente surpresos. Estava claro que a maioria ali não conhecia a identidade de Aldric. Se até muitos lobos não o viram pessoalmente, imagine essas pessoas.
— Mas…
— Mas o quê?! — Aldric fixou seu olhar desafiador em um homem da primeira fileira, que deu um passo atrás, amedrontado, e fechou a boca rapidamente.
— Vai me pedir provas também de que sou o Rei Lycan? Com prazer eu me transformo e te mostro em uma luta.
"Calma, amor, tranquilo" — apertei sua mão ao lado e o puxei para mim antes que aquilo terminasse em um massacre.
"Esses ingratos só entendem o medo e a intimidação. Acostumados com as botas do Rei Vampiro, parece que se tornaram masoquistas." — bufou em minha mente, enquanto me abraçava pela cintura de forma possessiva, me colando ao seu lado, com os caninos à mostra e rosnando baixo.
Eu sabia que ele queria voltar ao Reino dos Lobos, mas simplesmente não podia me esconder e fingir que nada estava acontecendo.
Estava prestes a falar para acalmar o ambiente tenso quando a Feiticeira retomou a palavra.
— Reconheço que passamos por momentos difíceis, acreditando que nossas preces à Deusa nunca seriam atendidas, mas aqui está a solução — apontou para mim. — Daria, onde está você?
Chamou de repente um nome, e todos se entreolharam até que uma mulher surgiu entre a multidão. Reconheci imediatamente: era a mãe do menino doente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Rei Lycan e sua Tentação Sombria
Comprei o capítulo e não consigo ler porquê?...
Eu queria continuar lendo...