NARRADORA
Tinha encontrado sua filha mais velha e Lyra na vila do feudo e, por sorte, Lavinia já tinha contado tudo antes de chegarem ali.
Ela não conseguia contato com sua irmã e já estava entrando em pânico, até que viu sua mãe.
Foi como ver os céus se abrirem, mesmo sabendo que não escaparia da bronca.
—Venham aqui, olhem só o espetáculo que estamos dando na frente dos reis! Elliot, pare de ser tão irracional. E se transforme de uma vez, porra!
Katherine puxou as filhas e rosnou para o marido.
Amara foi a que segurou com mais força, para impedir que corresse até seu companheiro.
Se deixasse, os dois iriam brigar de novo.
A lycan chorava, tentando se justificar, Lavinia tentava interceder, Elliot estava pelado, Beof quase pelado, sangrando e tentando pensar em uma desculpa para o julgamento que viria.
«Sogrinho, sua filha dançou seminua para mim em um bordel e ia se deitar comigo fingindo ser uma meretriz. Impossível resistir a tanta tentação, a carne é fraca!»
Nem morto ele confessaria a verdade.
Protegeria sua companheira acima de tudo, então, esperava sair dessa com a pau intacto.
De um lado, a família real observava a cena, curiosa.
—Coitado do Elliot, agora até simpatizo com ele. Esse lobo está…
—Amor, não deveria estar defendendo Beof? —Valeria perguntou, divertida, ao rei.
—Digo, porque ele é seu amigo e o guardião do nosso Reino.
—Não sei, querida, está difícil escolher um lado. Agora mesmo, Beof está me lembrando um certo perver…—
Aldric olhou de soslaio para seus netos e engoliu o insulto contra o pai deles.
Não importava quanto tempo passasse, um ladrão de filhotes sempre seria um ladrão de filhotes.
E Silas continuaria na sua lista negra até depois da morte.
—Mamãe, podemos comer? Estou com fome. Caçamos um cervo e tivemos que deixá-lo para trás.
De repente, um enorme ruivo abraçou Valeria por trás, beijando sua bochecha.
Era a cópia mais jovem de seu pai, que agora mesmo exibia uma cara fechada ao lado.
Já eram lobos adultos… e ainda viviam grudados na mãe como filhotinhos!
Nem Sigrid tinha sido tão grudenta com a própria mãe!
—Filhote, você sempre está com fome. Estamos como convidados aqui, como acha que vou agir como se estivesse em casa?
Valeria acariciou a barba curta de seu filho, tentando pensar em como alimentá-los.
—Podemos caçar de novo. Você está com fome, mamãe?
Magnus se aproximou pela frente, beijando a outra bochecha da mãe adorada.
—Por favor, Rei Lycan, desculpe-me por abusar de sua generosidade, mas poderia dizer isso para o meu marido?- Katherine arriscou um pouco mais, pedindo com respeito ao imponente monarca.
—Muito bem, eu farei isso- Aldric assentiu, disposto a apoiar um amigo.
Apesar da situação, conhecia bem Beof e sabia que ele era um lobo honrado.
Os lycans eram extremamente possessivos com suas companheiras, e o instinto de marcação sobrepunha qualquer racionalidade.
Era como se temessem que aquela pessoa tão especial desaparecesse para sempre, caso não a impregnassem com sua essência imediatamente.
Katherine se despediu e retornou às pressas para dentro, antes que a pancadaria começasse de novo.
—Vá, meu amor, nós te esperamos na saída do feudo.
—Que tal fazermos um piquenique ao ar livre com todos na floresta?
Valeria envolveu os braços ao redor do pescoço forte de seu homem, que, mesmo sendo avô, ainda parecia o mesmo de quando se conheceram.
—Está bem, não demorarei.
Aldric inclinou-se, apertando possessivamente sua cintura.
Seus lábios finos capturaram os dela com desejo, provando o gosto glorioso de sua hembra, sempre um misto de prazer e chocolate amargo.
—Ah não, pai! Solta a mãe, você vai sufocá-la!- Fenrir foi o único com coragem suficiente para exclamar.
—Quer apanhar de novo hoje? Porque não pretendo me meter para salvar sua bunda desta vez- Magnus ergueu a sobrancelha, franzindo o cenho no estilo Aldric.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Rei Lycan e sua Tentação Sombria
Comprei o capítulo e não consigo ler porquê?...
Eu queria continuar lendo...