Mariana
Eu sempre me permito acordar mais tarde aos domingos, afinal, depois de uma semana completamente focada no trabalho, nada mais justo que me dar um descanso, era totalmente merecido.
Mas naquele domingo, o motivo de eu ainda estar na cama às nove da manhã era algo bem diferente disso, e que estava me fazendo suspirar pesadamente desde que eu acordei com algumas partes do meu corpo doloridas.
Lembrar de Ethan e de como foi maravilhoso tê-lo dentro de mim, deixou um gostinho de quero mais, algo bastante inapropriado, afinal, ele é inimigo e eu não deveria estar me sentindo assim em relação a ele.
Tudo o que aquele homem quer é vingança, e eu não posso esquecer disso um só momento, disse para mim mesma, me repreendendo por estar sentindo desejo por alguém tão inadequado quando Ethan é para mim e eu não podia ficar deitada na minha cama, lembrando daquele cretino vingativo.
Quando percebi que eu estava todo aquele tempo fazendo exatamente o oposto disso, ainda perdendo o meu tempo pensando em Ethan Constantino, quase me dei uns tapas, para deixar de ser tão boba.
Rapidamente eu me enchi de disposição, levantei, tomei um longo banho e fui procurar tia Celina, algo bem mais interessante do que ficar pensando naquele homem arrogante, que tinha criado na sua cabeça uma paranóia absurda contra o noivo da minha melhor amiga.
Encontrei minha tia na sala, vendo TV, é claro.
— Bom dia, tia — A cumprimento com um beijo em seu rosto.
— Até que enfim você acordou, querida — tia Celina diz, animada.
Apesar de a minha tia ser uma pessoa super de bem com vida, achei que ela estava mais animada que de costume e o seu sorriso estava realmente contagiante.
— Aconteceu alguma coisa diferente enquanto eu estava dormindo, tia? — pergunto, curiosa.
— Olha só o que eu recebi hoje — ela diz, apontando para um aparador próximo a TV.
Só então eu percebi algumas caixas e um belíssimo jarro de flores, que somente ao tocá-las eu constatei que eram artificiais, tamanha a qualidade do enfeite.
— São presentes? — perguntei, sem conseguir entender de onde aquilo tinha surgido.
Além do arranjo evidentemente caro, havia também uma caixa de bombons de uma marca bastante famosa de chocolates importados, e eu realmente não tinha a menor ideia de quem poderia ter mandado aquilo para a minha tia.
— Claro que são presentes, Mariana — tia Celina diz, claramente rindo da minha cara de tonta — Eu jamais gastaria tanto dinheiro em algo assim.
— Não gostou dos seus presentes? — perguntei, realmente confusa.
— Gostei muito, mas exatamente por serem presentes, querida — ela explica, indicando o lugar ao seu lado no sofá.
— Claro, a senhora tem razão — concordo — Eu só estou surpresa. A senhora sabe quem mandou esses presentes?
O olhar travesso da minha tia era estranho, mas eu realmente não conseguia pensar em ninguém.
— Adivinha! — ela sugeriu, sorrindo.
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