Por Amor ou por Vingança romance Capítulo 28

Mariana

Depois de conversar com a Virgínia e desabafar sobre os sentimentos conflitantes que estavam me afligindo, eu estava me sentindo mais leve, o coração tranquilo, pois nada melhor do que pôr para fora aquilo que está nos deixando tristes ou preocupados.

E enquanto o movimento na loja estava bem tranquilo naquele início de noite de segunda-feira, eu aproveitei para ficar no nosso pequeno escritório, cuidando um pouco das questões administrativas do nosso negócio.

Enquanto jogava algumas informações no computador, em planilhas desenvolvidas para facilitar o gerenciamento das informações, ouvi o celular vibrar de maneira insistente, mas ao ver que se tratava de mensagens do Ethan, decidi ignorar completamente.

Eu precisava de algum tempo longe daquele homem, sem a sua influência maléfica sobre a minha libido traidora, mas ele não facilitava a minha vida, e mesmo quando não estávamos próximos, a sua imagem se insinuava insistentemente em meus pensamentos.

E hoje eu não iria me permitir cair na armadilha ambulante que o Ethan estava se mostrando ser, então, continuei a prestar atenção naquilo que estava fazendo, mesmo que a todo momento eu olhasse para o aparelho de celular, como se ele fosse criar vida a qualquer momento.

Para o meu desprazer, o telefone passou a vibrar de maneira contínua, com uma ligação agora e, claro, era do Ethan, que agora tinha se tornado mais insistente.

Eu não atendi, mas tampouco consegui fazer algo além de olhar para a tela do meu celular, até parece que o Ethan iria sair de dentro do próprio aparelho eletrônico, algo completamente estapafúrdio.

Mesmo após o telefone parar de ficar, após três chamadas ignoradas com sucesso por mim,eu permaneci olhando detidamente para ele por longos minutos, aguardando por uma nova tentativa de ligação que não veio.

Apesar do silêncio ter voltado a reinar em minha pequena sala, eu não consegui voltar a fazer o que estava fazendo antes, mesmo me esforçando bastante para isso.

Acabei por desistir, é impossível fingir que está tudo tranquilo, quando o meu coração está simplesmente batendo acelerado no peito, pois apenas com uma ligação do Ethan suscitou todas as lembranças da noite de sábado novamente.

Desisti de permanecer ali, deixei tudo pela metade, e voltei para a loja, pois eu com certeza encontraria algo para me distrair, fazendo algo produtivo como ajudar alguma cliente mais indecisa, ao invés de perder meu tempo pensando em alguém como Ethan Constantino.

Não era possível que até quando estava longe de mim, aquele homem iria conseguir me perturbar daquela maneira.

Logo que abri a porta do escritório, já estava na parte interna do balcão, onde encontrei o Matheus cuidando do caixa, enquanto as outras duas vendedoras atendiam às clientes no meio da loja.

— Como estão as coisas por aqui? — pergunto para Matheus, que sorri ao me ver chegar e eu parei ao seu lado, me encostando ao balcão.

A pergunta era apenas para puxar assunto, claramente estava tudo sob perfeito controle.

— Está tudo tranquilo, Mari — ele apontou o óbvio.

— E a faculdade, como está? — Eu precisava me distrair!

Matheus sempre desata a falar quando questionamos sobre a sua faculdade de Engenharia de Produção e eu aproveitei para falar exatamente sobre aquilo.

— Estamos em semana de provas, mas está tudo bem, sim — ele falou de maneira modesta — Estou fazendo o curso que eu quero, então não devo reclamar.