Ethan
Olhei para o rosto belo e visivelmente desconfortável da Mariana, parada do outro lado do balcão da sua loja no shopping e sorri abertamente.
Ela estava se abanando com as mãos, algo completamente fora de hora, tendo em vista que o ar condicionado estava deixando o ambiente bastante confortável para todos dentro daquele ambiente.
Ela também parecia nervosa, questionando sobre a resposta a uma pergunta que ela nem mesmo havia feito ainda.
— Eu não respondi, porque a pergunta ainda não tinha sido feita por você — fiz questão de apontar — Mas se você quer realmente saber, eu posso dizer agora mesmo.
— Então, diga!
Comecei a enumerar os meus motivos nos dedos da mão.
— Você não me atende. Você também não responde as minhas mensagens — o sorriso já tinha sido esquecido, pois senti raiva ao lembrar disso — Fui então até a sua casa e você não estava lá, é óbvio. Mas a tia Celina foi muito gentil em me explicar onde eu poderia te encontrar.
— Vou precisar ter uma conversa bastante séria com a minha tia — ela fala como se para si mesma — Ela não pode sair dizendo para qualquer um onde eu esteja.
— Eu não sou qualquer um, Mariana — ela conseguiu me aborrecer.
— Eu estou trabalhando, Ethan. Não tenho tempo para ficar jogando conversa fora com ninguém.
Assim como eu amava provocar a Mariana e deixá-la irritada, ela também parecia apreciar fazer o mesmo comigo, pois além de dizer isso, ela também usou de ações para deixar claro que eu não era alguém que ela desejasse conversar.
Desbloqueou a tela do computador a sua frente e começou a digitar algo no teclado, me ignorando de maneira proposital e irritante.
— Eu acredito que você seria bem mais sabia se me desse mais atenção, Mariana … — Usei um tom mais baixo e letal, tentando conseguir a sua atenção novamente
Sei que estou sendo um completo cretino, mas a Mariana é tão voluntariosa, que às vezes eu simplesmente não tenho a menor ideia de como conseguir ganhar daquela garota.
Agora eu consegui a sua total atenção, e irritação também, pois Mariana me fuzilou com seu olhar.
— Eu posso te dar atenção, mas não agora, quando estou no meu trabalho — ela justificou, ao que eu entendi perfeitamente — Precisa entender que eu tenho uma vida e você não é a coisa mais importante da minha vida.
— E o que seria a coisa mais importante da sua vida? — Eu fiquei realmente curioso agora.
Mariana não pôde responder, pois o mesmo jovem que me atendeu logo que entrei na loja chamou a sua atenção naquele exato momento.
— A cliente deseja falar sobre um ajuste, Mari — avisou, indicando uma cliente no final da loja — Você pode atender?
— Mas é claro que eu posso atender, Matheus — ela diz, e o seu tom de deboche é unicamente para me irritar, eu sei — Estou totalmente desocupada agora.
Sem nem mesmo um rápido "volto já", Mariana foi até onde a cliente estava e permaneceu lá mais tempo do que eu considerava necessário.
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