Por Amor ou por Vingança romance Capítulo 30

Mariana

Fiz uma careta de desgosto ao ouvir a forma como Arthur fez questão de deixar claro que já esteve em minha loja, obviamente com o objetivo de irritar o Ethan e, ao mesmo tempo, demarcar um território que estava muito longe de ser dele.

— Quando você esteve aqui na loja? — Ethan o questionou, e pela forma como o fez, ele estava com raiva.

Arthur estava de parabéns, claramente tinha atingido o alvo, e eu acabei trocando um olhar de entendimento com o Matheus, que ainda estava próximo o suficiente para ouvir a conversa.

— Assim como você, eu também não te devo satisfações da minha vida, Ethan — Arthur rebateu.

Então, eu estava diante de dois trogloditas que, apesar da idade, estavam parecendo muito mais com adolescentes cheios de hormônios disputando uma bola durante a partida de futebol na escola.

Acontece que eu não sou uma bola e também não estou disposta a ser disputada por aqueles dois homens arrogantes e cheios de si, e iria fazer questão de deixar aquilo bastante claro, mais uma vez.

— Eu não vou a lugar algum com vocês dois e está decidido — digo, olhando de um para o outro de maneira firme e sem deixar margem para discussão — E eu preciso trabalhar, não posso ficar aqui servindo de mediadora nessa disputa ridícula que vocês resolveram travar.

Eu faço um gesto para o Matheus, indicando que ele deve vir para trás do balcão, e depois de olhar para os homens à minha frente com atenção, eu saio sem dizer mais nenhuma palavra, acredito que a expressão de desagrado em meu rosto já deve ter deixado claro todo o meu desprazer com a situação ridícula.

Vou para o pequeno escritório e deixo os dois lá no balcão da loja, e eles que se entendessem, porque aquilo já estava ficando chato.

De qualquer forma, eu não desejava ter mais nenhum tipo de contato com o Arthur, afinal, gato escaldado tem medo de água fria e eu não pretendia me arriscar outra vez, então, quanto mais distante de mim, melhor.

Já a minha situação com Ethan é mais complicada, ele tem um bom trunfo na manga e eu não pretendia pagar para ver até onde ele seria capaz de ir, caso eu decidisse o contrariar.

Ao invés de sentar na cadeira e tentar trabalhar, algo que eu já tinha tentado e não tinha obtido êxito, eu me joguei sobre o pequeno sofá de dois lugares, deitando-me e cobrindo os meus olhos fechados com o antebraço.

A ironia da situação me chamou a atenção, pois eu tinha dois homens praticamente brigando por mim, mas nenhum dos dois era alguém nem mesmo razoavelmente certo para mim, e eu não deveria desejar nenhum dos dois, tendo em vista todas as implicações.

Mas eu gostava de ser sincera comigo mesma, às vezes é difícil, mas eu tentava, e uma coisa que eu não poderia negar mais é que, enquanto Arthur me deixava irritada e com vontade de ir para bem longe dele, o cretino do Constantino só me deixava com vontade de ir para perto, bem perto, eu diria até que para cima dele, literalmente.

Que raiva!

Fiquei naquela posição por algum tempo, aguardando alguns minutos, e esperando ardentemente que os dois já tivessem ido embora quando eu saísse daquela sala para fechar a loja.

Ethan

Quando Mariana entrou por uma porta discreta estrategicamente colocada próxima ao canto por trás do balcão, eu fuzilei Arthur com o meu olhar, realmente irritado com a sua presença inconveniente na loja.

— Acho que agora você entendeu que ela não deseja falar com você — apontei o óbvio.

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