Arthur
Não posso acreditar que eles foram embora de mãos dadas, e me deixaram aqui com a sanguessuga da Bruna!
— Você viu o que eu vi? — Bruna pergunta, parecendo tão indignada quanto eu mesmo me sentia — Eles saíram de mãos dadas!
— É claro que eu vi. Não estou cego — digo, de maneira rude.
— Eu nunca imaginei que veria Ethan Constantino andar de mãos dadas com uma mulher — ela fala, como se para si própria — Ele é um maldito cretino!
Não vou ficar ali ouvindo os lamentos de uma amante abandonada, já basta o Ethan ter me deixado com aquela doida no sábado, quando ela estava caindo de tão bêbada e eu tive que providenciar para ir deixá-la em seu apartamento, algo realmente desagradável.
— Onde você está indo? — Bruna começa a me seguir, ao me ver saindo — Pode me deixar em casa?
— Não — recuso sem nem pensar duas vezes.
Bruna é uma mulher extremamente chata e interesseira, todos já conheciam o seu histórico e a forma como ela pulou da cama do Murilo diretamente na do Ethan e eu jamais entraria em uma fria daquelas.
— Não custa nada você me dar uma carona, Arthur! — Ela faz um bico e bate o pé, algo realmente ridículo para uma mulher daquela idade.
— Custa a minha paciência, algo que eu não quero gastar com você, Bruna — Mulher irritante!
— Pois eu vou te acompanhar e você vai ter que me deixar em casa — ela era insistente.
Ela cumpriu com a sua promessa e permaneceu ao meu lado até que cheguei ao meu carro, no estacionamento do shopping. Mas eu pretendia fingir que não a conhecia e entrar no meu carro sem dar mais nenhuma satisfação a ela.
Mas a Bruna é uma mulher verdadeiramente ousada, e quando cheguei ao lado da porta do motorista e destravei o carro, ela simplesmente abriu a porta do outro lado e entrou, sentando-se no banco do carona antes mesmo que eu conseguisse entrar.
— Você já ouviu falar em táxi ou Uber? — Estou sendo irônico e desagradável de propósito.
— Prefiro ir com você.
Se a Bruna estava em busca de uma nova vítima, ela precisaria procurar em outro lugar, que eu não sou os dois grandes idiotas que ela conseguiu enganar.
— Onde você mora?
— Jardim Paulista — Bruna sorri com ar vitorioso.
Eu apenas ligo o carro, saindo do estacionamento e dirigindo em silêncio. Eu a deixaria em casa, mas apenas para me livrar da sua insistência e pronto. Nada além disso.
— Onde está a Gisele? — ela teve o disparate de perguntar.
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