Mariana
Mesmo se sentindo bem o suficiente para trabalhar, ainda assim passei alguns dias em casa, de repouso.
Não gostaria que nenhuma de minhas clientes me vissem com o rosto daquele jeito e gostaria menos ainda de ter que explicar a todos sobre o motivo daquele hematoma em torno do meu olho.
Ainda pior, não desejava de maneira alguma que qualquer pessoa pudesse concluir que foi em decorrência de alguma violência e sem saber a verdade, pudesse sair por aí espalhando mentiras.
Apenas quando todo o hematoma tinha sumido do meu rosto, voltei ao trabalho, de onde já estava sentindo muita saudade e quando encontrei a Virgínia bem mais cedo do que costumávamos fazer a nossa troca de horário, pois não suportava mais ficar dentro de casa, pensando besteira.
Mas a primeira coisa que a minha amiga pergunta foi algo completamente diferente do esperado.
— Imaginei que perguntaria se eu estava melhor — protestei com contrariedade — E você vem me perguntar daquele babaca?
Virgínia não se importa nenhum pouco por eu estar irritada e até mesmo rir da minha cara de raiva.
— Calma, amiga — ela pede sorrindo — Estou apenas curiosa para saber se Ethan te procurou, não queria deixar você irritada.
— Está me provocando, isso sim!
Apesar da troca de palavras, nós duas estávamos rindo e isso é algo maravilhoso, pois Virginia conseguiu isso bem rápido, considerando-se que nos últimos dias eu tenho estado um pouco triste e quieta, algo que a minha tia logo percebeu.
E durante o jantar, eu contei tudo sobre o que tinha acontecido, e por incrível que possa parecer, ela não odiou Ethan como eu imaginei que faria.
— Eu sinto pena dele, Mari — foram as suas palavras — Espero que ele não demore mais alguns anos para perceber o erro que está cometendo.
Eu não disse nada em resposta, estava sentindo falta daquele idiota, mas não queria dar o braço a torcer sobre isso, então continuei a minha refeição em silêncio e para o meu total alívio, não tocamos mais naquele assunto.
— Mas agora falando muito sério — disse Virgínia com uma expressão grave — Você acredita que ele vai jogar a nossa história na mídia?
— Eu não sei — era a verdade — Ethan está cego com essa vingança, mas eu não quero acreditar que será capaz de qualquer coisa.
— Vamos ficar preparadas.
A minha amiga tinha razão, era melhor esperar pelo pior, e dessa forma não seríamos pegas totalmente de surpresa.
— A todo momento eu confiro as notícias, colocando o meu nome no Google e tento sempre estar checando as minhas redes sociais também — continuou a dizer — Nunca se sabe o que está circulando por aí sobre nós, com essa ameaça pairando sobre nossas cabeças.
Eu não poderia acusar a Virgínia de estar sendo pessimista ou exagerada, quando aquela era realmente a nossa realidade no momento.
— Às vezes eu penso que seria melhor que toda essa história viesse à tona logo de uma vez — desabafei com genuína tristeza — Só assim, ficaríamos livres disso.
Virgínia e eu trocamos um abraço de despedida e ela foi embora, enquanto eu estava apenas iniciando o meu expediente na loja, e só sairia de lá às vinte e duas horas.
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