Por Amor ou por Vingança romance Capítulo 9

Mariana

Após um dia bastante produtivo e também de muito movimento na loja, eu enfim estava chegando em minha casa, louca para tomar um banho relaxante e me jogar na minha cama, e cheguei a suspirar de alívio ao descer do meu carro, já na garagem de casa.

Mas antes de me afastar, ainda passei a mão de maneira carinhosa pelo meu mais novo bem, comprado com os frutos do meu trabalho, e só então entrei pela porta lateral, que dava diretamente na sala de estar da minha casa.

E quase desmaiei de susto, ao me deparar com uma cena completamente inusitada na sala da minha casa, sem poder acreditar em meus olhos, pois não era possível que tal coisa estivesse de fato acontecendo.

— Isso só pode ser um pesadelo! — falei em voz alta, só me dando conta disso depois de despejar as palavras.

Mas a minha reação era totalmente compreensível, afinal, quando eu poderia imaginar que encontraria Ethan Constantino na sala de estar da minha própria casa? Ele nem combinava com o cenário, parecia deslocado em meio a simplicidade do lugar.

— Acho que você quis dizer “sonhando”, não é mesmo, querida? — A voz cheia de cinismo falou, trazendo consigo a certeza de que a cena era sim, completamente real.

— Mari, que bom que você chegou! — A minha tia, crédula demais para os dias de hoje, disse, batendo palmas de alegria.

Precisava ter uma conversa séria com a minha tia sobre as pessoas que ela deixava entrar em nossa casa, algo que nunca fiz antes por nunca ter considerado necessário, mas, ditado certo era aquele que dizia: vivendo e aprendendo.

— Estou tão feliz de ter conhecido o Ethan! — minha tia disse, enquanto eu ainda estava parada próximo a porta, tal qual uma estátua, ainda sem reação. — Você nem mesmo me contou que estava namorando…

— Quê!? — pergunto, horrorizada com a nova informação.

Se eu já estava em estado de choque antes, agora eu estava literalmente petrificada de horror, só então entendendo qual foi a tática usada pelo Ethan para ter conseguido ter acesso a minha casa e ser tão bem recebido pela minha tia daquela forma.

— Eu estava morrendo de saudades suas, amor, e imaginei que deveria estar muito ocupada no trabalho, que nem mesmo pôde atender às minhas dezenas de ligações, então resolvi vir até aqui, conhecer a tia Cilene e esperar por você. — Ethan disse, se aproximando de mim e colocando um braço por sobre os meus ombros, dando a entender uma intimidade que realmente não existia entre nós.

Aquele homem era mesmo muito cara de pau, pois com certeza o Ethan tinha entendido que eu não o estava atendendo por não o desejar fazer e provavelmente tinha decidido vir até a minha casa, para impor a sua presença.

— O Ethan é tão gentil e simpático, Mari! — minha tia comenta, e parece ter realmente gostado da pessoa que ele fingiu ser. — A minha sobrinha nunca me apresentou nenhum dos seus namorados, meu rapaz. Acredito que você deve ser alguém especial.

Não pude me conter e revirei os olhos de desgosto diante de tamanho absurdo vindo da pessoa que eu mais amo nesse mundo, mas que somente agora eu percebi que possuía a inocência de uma criança.

— Eu nunca apresentei nenhum namorado, tia Cilene, porque eu nunca tive um. — fiz questão de pontuar. — E não fui eu que apresentei o Ethan, visto que foi ele mesmo que veio até aqui, sem que eu soubesse, e se apresentou dessa forma para a senhora. Na verdade, eu não tenho conhecimento de que estamos namorando, não é mesmo, Ethan?

Eu encarei o Ethan com uma expressão fechada, o fuzilando com meu olhar e deixando claro que ele deveria corrigir a besteira que tinha feito, ao se apresentar como meu namorado, com o único objetivo de ter acesso a minha casa, usando de uma artimanha muito covarde, aquele cretino.

— Não parta o meu coração dessa forma, Mariana. — ele me contraria, levando a mão ao peito de maneira dramática. — Eu realmente desejo namorar com a sua sobrinha, tia Cilene, mas ela está sendo muito difícil.

Eu me controlei ao máximo para não partir em cima do Ethan e socar a cara descarada daquele cafajeste, se fazendo de coitado, daquela maneira para uma senhora crédula como a minha tia se mostrou ser.

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