Por Você romance Capítulo 12

— Sim, tenho que estar lá amanhã, às oito da manhã em ponto. Cassandra deixou bem claro que não pode haver atrasos.

— Ana, você sabe o que isso significa, não é? — pergunta ficando séria. — Dizem que não é nada fácil conseguir uma vaga nessa rede de hotelaria, e você conseguiu!

— Eu sei! — Contive uma explosão de alegria. — Acredito que finalmente algo começou a dar certo para mim! — falo entusiasmada.

— Você é uma guerreira, minha amiga. Você dará muito orgulho à sua mãe de onde ela estiver e vencerá, porque você merece isso da vida. — Suas palavras me emocionam.

— Obrigada, amiga, por tudo! Por estar comigo, por me apoiar, por não me deixar desistir nunca. Eu te amo muito, minha irmã!

— Também te amo muito! Mas tudo isso que conquistou é mérito seu e não meu. — fala com um sorriso iluminando seu rosto e coloca Belly em seu carrinho. — Temos que comemorar! — Mônica fala batendo palmas e dando pulinhos no meio da sala. Belly solta algumas risadinhas, batendo palminhas, pensando ser uma brincadeira nossa.

Horas depois a neném já está dormindo em seu berço e depois de um banho rápido, eu saio do quarto e encontro a minha amiga na cozinha. Ela decidiu fazer um prato diferente para comemorarmos o meu novo trabalho. Sento em uma cadeira da mesa de seis cadeiras e aprecio o cheiro delicioso do risoto de camarão que ela acabou de colocar em uma travessa redonda, ao lado de uma tigela de vidro com a salada verde. Mônica vai até à geladeira e depois volta trazendo um vinho. Enquanto ela o abre, eu a ajudo a pôr a louça na mesa.

— Só beberemos uma taça, Ana. Apenas para brindar o seu novo emprego. E amanhã teremos um dia cheio — diz, servindo as duas taças.

— Ao meu primeiro emprego! — digo erguendo a minha taça. — Um brinde à minha nova vida! — Ela sorri erguendo a sua taça.

— Ao recomeço, Ana e ao seu novo emprego! — Nossas taças se encontram no ar e tilintam em seguida e bebemos um pequeno gole. Enquanto jantamos, conversamos sobre amenidades. Mônica fala sobre suas amigas de trabalho e sobre as loucuras que elas aprontam no escritório. Uma conversa que rendeu boas risadas. Depois do jantar e de deixarmos tudo organizado e limpo, Mônica foi para o seu estimado sofá na sala. Inaceitável! Eu já expliquei para ela que não é justo que ela durma naquele sofá desconfortável, quando ela tem uma cama macia e quentinha em seu quarto. Insisti no assunto, mas ela é teimosa como a uma mula, e eu acabei ficando em seu quarto mesmo. Deitada na cama, olhei pela janela e encontrei um céu cheio de estrelas. Suspirei baixinho, sentindo meu coração bater desenfreado de emoção, lembrando que amanhã terei o meu primeiro dia de trabalho.

— Queria que você estivesse aqui, mãe — sussurro pegando a sua foto emoldurada sobre o criado-mudo. — Tenho certeza que estaria feliz por mim e comemorando junto comigo. — Vou até à janela do quarto, a abro e me debruço sobre ela. Observo as pessoas passando na rua e respiro fundo tentando conter as lágrimas. — Ainda dói muito a sua partida — digo voltando a olhar para o céu e logo as lágrimas silenciosas molham o meu rosto.

Já são dez e meia da noite e eu ainda não consegui dormir. Estou cheia de adrenalina, devido às novidades do dia, então resolvo pegar um livro e voltar deitar na cama e me dedico a leitura, na esperança que o sono chegue. As horas passam e passam, o relógio é ingrato. Já é quase meia-noite, quando desisto da leitura e programo o despertador para despertar às seis da manhã. Apago a luz do abajur e me forço a dormi.

***

Algumas horas antes...

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