Por Você romance Capítulo 148

Jasmine

Alguns dias depois...

Seguro o buquê de rosas brancas apertando- o contra o peito. Não tenho mais lágrimas para chorar. Não tenho mais palavras para lamentar. Só me restou a saudade. Na pedra de mármore observo as palavras douradas...

Daniela Vieira mãe e filha dedicada.

Logo abaixo a descrição...

Delia Vieira mãe e vó amada.

Suspiro sentindo a mão carinhosa do Jonathan acariciando o meu braço. Dou dois passos para frente e me agacho colocando o ramalhete sobre o túmulo no gramado viçoso. A despedida é a coisa mais dolorosa do mundo, ainda mais quando você não teve a chance de se despedir de verdade. Jonathan se afasta me dando o espaço que eu preciso. Com lágrimas não derramadas eu olho as imagens nos porta-retratos embutidos na pedra. Após trinta dias da sua morte ainda dói como se fosse ontem. Ana só me deixou vir quando teve certeza de que eu estava recuperada física e emocionalmente. Ela tem sido como uma verdadeira mãe para mim. Às vezes me sinto até constrangida com tanta atenção e cuidados. A verdade é que tanto a Ana quando o Luís são assim. Pessoas especiais.

— Oi, vó! — Sorrio mesmo sem vontade. — Eu sinto tanto a sua falta, e sabe de uma coisa? Eu queria muito ter falado sobre tudo o que acontecia aqui dentro de mim. As minhas chances foram cortadas, mas... quer saber de mais uma? A senhora era muito esperta! — Puxo a respiração. — Eu sei que sabia de tudo só de olhar nos meus olhos. Eu... sinto muito não ter vindo antes! Eu só... não podia, entende? — Levo a mão a sua imagem, linda e sorrindo para mim. — Agora eu tenho dois anjos olhando por mim. — Sussurro deixando um beijo na sua imagem e me levanto, puxando a respiração e olho para o céu de um azul límpido. Logo sinto as suas mãos em meus ombros e o seu nariz roçar suavemente a minha nuca me fazendo fechar os olhos em apreciação.

— Você está bem? — inquire baixinho contra a minha pele e me viro de frente para olhá-lo. Jonathan tem sido a minha força ultimamente, é ele o meu motivo para levantar todos os dias desde que...

— Estou! — digo com sinceridade. — Estou me sentindo em paz agora. Você entende que eu precisava me despedir, não é?

— Eu entendo, mas precisamos ir. O meu pai ligou e disse que o delegado encarregado das investigações está em casa nos aguardando. — Suspiro. Queria que tudo isso terminasse logo, mas algo me diz que é só o começo. — Eu sinto muito, meu amor! — Faço sim com a cabeça.

— Vamos acabar logo com isso! — Determino.

Esses trinta dias ao lado dele tem sido o céu para mim. Nossa, quando Jonathan se declarou para mim confesso que fiquei com o pé atrás, pois a última coisa que eu precisava naquele instante era de que ele sentisse pena de mim. Mas não era pena e sim amor. Ele realmente me ama. Senti isso quando vi o desespero nos seus olhos naquele quarto de hospital me salvando, me ajudando a respirar outra vez e sem dúvida alguma quando soube que ele entrou naquela comunidade para me tirar de lá. Não existe prova maior de amor do que essa. Em silêncio, entro no carro da família e me aconchego ao seu corpo no banco de trás, enquanto o motorista nos leva de volta a mansão. Durante o trajeto ele faz alguns gestos singelos de carinho e deixa minúsculos beijos no topo da minha cabeça. Isso parece um sonho, um sonho lindo. Confesso que ainda estou surpresa porque para mim não havia esperança de ver um playboy extremamente safado transformar-se em um romântico incurável. Sério, ultimamente ele tem levado meu café da manhã na cama e me acorda com beijos, está sempre colado a mim e até advinha os seus pensamentos, sem falar nas flores que recebo como bom dia! Se não visse com meus próprios olhos juro que jamais acreditaria.

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