Por Você romance Capítulo 150

Jasmine

Se tem uma coisa que eu amo nesse lugar é o jardim. Os jardins da mansão Alcântara são extremamente lindos e encantadores. Um lugar onde a natureza impera com a sua beleza e cores. O sol da tarde está ameno e ainda assim aquece a minha pele de uma forma gostosa. Ansiosa, me livro dos meus sapatos para caminhar descalça pela grama verde, apreciando a maciez das folhas debaixo dos meus pés e respiro fundo, sentindo os perfumes misturados das flores, e encanto-me com as borboletas que brincam entre elas. Logo sinto a sua presença atrás de mim e o meu peito chega inflar de amor.

— Por que não me contou nada, Jasmine? — pergunta caminhando ao meu lado. O que eu posso dizer? Não era fácil pra mim pensar em tudo que passei ali, quanto mais tocar no assunto, ainda mais falar sobre um quase estupro. Mesmo sem acontecer de fato eu me sentia suja e imunda. Não vou negar que ainda consigo sentir aquele toque repugnante na minha pele, que a sua voz áspera ainda ecoa dentro dos meus ouvidos me causando náuseas e que aquele olhar vívido e cheio de maldade ainda invade os meus sonhos, trazendo terríveis pesadelos. Por Deus, ainda sinto a ânsia da sua língua tocando a minha boca. Respiro sutilmente, porém, mantenho os meus olhos fixos na grama.

— Me desculpe! Eu só... eu não estava pronta. — Ele fica em silêncio por um tempo, para de andar e me faz parar também. Dois dedos seus me faz erguer a cabeça e olhá-lo nos olhos. Eles parecem determinados, firmes e calorosos também.

— Amor, não importa o que aconteceu, eu só quero que se sinta à vontade para me contar qualquer coisa, seja o que for. Eu quero que confie em mim.

— E eu confio. Eu só... — Puxo a respiração. — Eu não estava preparada pra falar. Não é fácil falar e ter que lembrar do que aconteceu naquele quarto. — Ele fecha os olhos e respira fundo, depois me puxa para os seus braços e me aperta carinhosamente neles.

— Eu sei, me desculpe! — Seguro firme na sua camisa como se pudesse colar-me ainda mais a ele. — Que tal irmos para a piscina? — sugere. — A tarde está agradável e você precisa se distrair um pouco. — Definitivamente não estou animada para uma piscina agora. Penso.

— Se não se importar, eu prefiro ir para o meu quarto. Eu quero descansar um pouco, tive um dia cheio hoje. — Faço menção de me afastar, mas ele me segura junto a si.

— Ei, Bonitinha, não me afaste de você assim — pede docemente e céus, eu chego a me derreter!

— Eu não estou.

— Se você realmente precisa de um tempo sozinha, eu te darei esse tempo, mas se você quiser se trancar naquele quarto e remoer os últimos acontecimentos, me desculpa, Bonitinha, mas não vou permitir — sibila baixinho, porém, determinado e me pego abrindo um meio sorriso. — Você quer que eu te acompanhe? — Sério, a minha vontade agora é de me isolar do mundo e de chorar tudo o que está trancado aqui dentro mim, mas definitivamente não quero ficar sozinha.

— Quero — digo finalmente. Ele sorri e é o sorriso mais lindo que já vi na vida. É tão gostoso vê-lo assim! Jonathan deixa um beijo cálido no canto da minha boca, acaricia o meu rosto e por fim segura a minha mão para adentrarmos a casa. Na sala a reunião dos adultos ainda está rolando, porém, David não está mais entre eles, e penso que ele deve estar com o Caio, já que ambos têm praticamente tem a mesma idade e dividem os mesmos gostos pelos eletrônicos.

Minutos depois, a porta do quarto se abre e os meus olhos ávidos percorre pelo cômodo. Um lugar com uma decoração feminina, com móveis de design delicado e alguns traços em cor de rosa. Na penteadeira tem alguns acessórios que eu nunca tive antes e uma cama ampla, e macia coberta com lençóis brancos de linho. No criado mudo um porta-retratos exibe uma foto minha e de Delia sorrindo para a câmera. Contudo, uma caixa embrulhada com papel de presente me surpreendo e inevitavelmente olho para ele.

— O que é isso? — Ele faz um gesto de desdém.

— Abre pra ver. — Sorrio e ansiosa me sento no colchão, seguro a caixa e começo a abri-la.

— É um celular novo — digo analisando o aparelho.

— É para substituir o que perdeu. O número é novo, porque não acho seguro ficar usando o antigo. — Enquanto fala ele leva as mãos ao bolso da calça.

— Obrigada! — sibilo saindo da cama e me aproximo para beijá-lo.

— Hum, que beijo mais mixuruca! — Ele retruca me fazendo rir e me puxa para os seus braços, beijando-me com intensidade. Sua língua pede passagem e o seu sabor invade a minha boca. Jonathan me aperta ainda mais nos seus braços e eu enlaço o seu pescoço. Logo estou no seu colo e as nossas respirações ficam pesadas e ofegantes. Ele caminha na direção da cama e logo sinto o colchão macio nas minhas costas. Um gemido apreciativo escapa da minha boca e ele se afasta e me fitar os meus olhos.

— Tenho vontade de fazer coisas com você, Jasmine — sussurra com a voz rouca. Se ele soubesse o que se passa aqui dentro de mim. Penso. Sua mão desliza pela lateral do meu corpo e eu logo sinto algo quente no meu baixo ventre. Jonathan se inclina e espalha beijos cálidos pelo meu pescoço fazendo um arrepio se alastrar pela minha coluna. Sua mão ávida aperta sutilmente o meu seio por cima da minha blusa e me sinto febril. — Nossa, Bonitinha! — Ele resfolega e os meus batimentos cardíacos perdem o ritmo. Sem que eu consiga conter as sensações solto um gemido manhoso e aperto os seus ombros. Jonathan volta a tomar a minha boca em um beijo é estupidamente diferente dos que já me deu antes. É sensual demais, quente demais, envolvente demais e despido de qualquer pudor.

— Jonathan! — gemo com sofreguidão.

— Estou fervendo por você, meu amor! — Ele rosna em minha boca. Sua mão começa a deslizar por minha coxa e para bem na minha bunda. Ele aperta a minha carne e a acaricia em seguida. — Deliciosa! — rosna perdido em sensações e ansiosa, começo a me mexer debaixo dele. Me sinto queimar por dentro e um fogo me faz suar demasiadamente. Entretanto, ele para o beijo e eu puxo o fôlego que está retido dentro dos meus pulmões. Seus olhos escuros prendem os meus e percebo o quanto suas pupilas estão dilatadas. Jonathan respira com dificuldade pela boca. — Eu quero muito você, Jasmine — diz em meio a uma respiração pesada. — Mas se não estiver pronta eu vou entender. — É muito fofo saber que ele pensa em mim e não nos seus desejos, mas ele tem razão, eu não sei se estou pronta para dar esse passo ainda.

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