Por Você romance Capítulo 92

Luís Renato

— Rastrearam a mensagem? — pergunto adentrando o escritório de Gisele, onde estão o delegado, o detetive, meus seguranças, Marcos e Guilherme.

— Fizemos isso, doutor, mas foi inútil — Freitas disse frustrado.

— Como assim?

— Provavelmente o celular é do tipo descartável, Luís. Eles usam e descartam, assim não são rastreados. — Guilherme explica. Fecho os olhos e esfrego o meu rosto de forma exasperada. Estou cansado dessa merda toda, dessa brincadeira de gato e rato! E quero pôr um fim nisso tudo!

— Vocês não entendem! Eles estão chegando cada vez mais perto da minha mulher e eu não estou vendo nada resolvido. Eles estão sempre um passo à frente de nós, caralho! — rosno exasperado.

— Calma, Luís! Estamos todos nos esforçando, cara. Vamos aumentar a vigilância em cima deles. Colocamos três detetives revezando os horários, mais dois seguranças perto da Ana e na sua casa.

— Vocês não entendem, porra! Eu estou cansado, não consigo dormir direto, sabendo que estão atrás da Ana e dos meus filhos!

— Entendemos, senhor Alcântara — o delegado diz —, mas é um trabalho melindroso, requer muita atenção. Os rapazes são profissionais e sabem o que estão fazendo.

— Delegado, eu estou pagando a cada um de vocês o dobro do que o mercado lhes oferece. Eu quero esses filhos da puta apodrecendo na cadeia! Não quero saber se são profissionais ou não, porra! Peguem eles, caralho! — gritei perdendo a paciência. Observo o homem engolir em seco. Ao meu redor, todos estão sem ação diante da minha reação. Irritado, eu saio da sala, com a minha paciência no limite. Marcos, como sempre, está em meu encalço. Eu entro no carro e ele me acompanha.

— Você pegou pesado lá dentro, Luís. — Ele disse quando dei a partida no carro.

— Que se foda, Marcos! Quero que todos vão tomar no...

— Ou, ou, ou! — interrompe-me. — Calma aí, cara! Assim você vai enfartar.

— Não vou mais para a empresa hoje, quero ficar perto da minha mulher, quero tranquilizá-la.

— Não tem como não me preocupar, Luís. Você chegou lá transtornado. Estava pálido e possesso, revirando tudo. —Levo o meu indicador a sua boca e ela para de falar. Olhando em seus olhos, lhe peço, segurando um gemido agoniado.

— Não quero falar sobre isso agora, pequena. Eu só, preciso de você aqui, pertinho de mim. Preciso do seu abraço, dos seus carinhos. Preciso que me diga que vai ficar tudo bem — sussurrei com dificuldade. Sentia um nó sufocar a minha garganta e segurei a vontade de chorar. Ela voltou a se deitar na cama e me puxou para mais perto de seu corpo, ficando em posição de conchinha. Ana me apertou em seus braços e beijou carinhosamente minha nuca, fazendo carinho em meus cabelos. Fechei os olhos, apreciando o toque, o nosso momento.

— Vai ficar tudo bem, amor, eu prometo! — sibilou baixinho e eu respirei fundo.

— Promete? — pedi com um fio de voz.

— Eu prometo, querido, tudo vai se resolver.

— Eu quero acreditar nisso, Ana. Eu quero muito acreditar.

— Então acredite, meu amor. — Ela diz. Fiquei ali em seus braços, me sentindo protegido de todos os problemas que nos cercam, absorvendo os seus carinhos que me dava, o seu calor e a sua presença em minha vida. As horas se passam, mas eu não queria sair do seu aperto e deixá-la sozinha. Não quero sair de perto da minha Ana. Em algum momento, a paz me invadiu, e eu adormeci sobre os seus cuidados.