Viro o rosto em direção à voz, sentindo meu coração acelerar de um jeito que me irrita. Ethan está parado perto de mim, com um olhar sério demais para o meu gosto.
— O que você está fazendo aqui? — pergunto, odiando o quanto minha voz sai fraca.
— Eu poderia perguntar o mesmo — ele responde, inclinando a cabeça para o lado. — Vim respirar longe da agitação e te encontro aqui, tentando fugir.
— Não estou fugindo — rebato, apertando os dedos na taça quase vazia. — Só queria um pouco de ar fresco.
— Ar fresco e champanhe? — Ethan levanta uma sobrancelha, olhando a taça em minha mão. — Interessante combinação.
— Qual é o problema? — murmuro. — Não sabia que beber uma taça era contra as regras.
— Considerando que posso procurar o responsável por deixar você pegar essa taça, diria que é um problema — ele responde, num tom calmo, mas carregado de provocação. — Se não me engano, as leis americanas deixam bem claro: menores de 21 anos não podem beber, Srta. Bennett.
— Engraçado isso vir de alguém que ofereceu um drink e depois… — As palavras escapam antes que eu possa me conter, mas paro de falar imediatamente. Não quero outra discussão desnecessária. — Esquece.
— Termine — ele diz, quase como uma ordem.
— Não tem o que terminar — murmuro, engolindo em seco.
— Tem, sim. Quando você resolve responder, mesmo que seja para me irritar, é bem mais interessante do que a versão entediante.
— Talvez porque, quando respondo, você descobre que não tem o controle de tudo — murmuro, odiando o efeito que ele parece ter sobre mim. — Acho que essa conversa já foi longe demais. Por que não entra e me deixa aqui sozinha?
Ethan não responde de imediato. Apenas me observa, como se tentasse ler o que está por trás das minhas palavras. Esse hábito dele de analisar cada detalhe me irrita mais do que deveria.
— Afinal, por que você está escondida aqui, bebendo sozinha? — Ele pergunta, diminuindo a distância até parar em pé na minha frente, fazendo com que eu me sinta ainda menor. — Se não está confortável com o ambiente, deveria falar com…
— Por que você se importa? — interrompo, impaciente. — Isso não é um problema seu.
— Porque, mesmo não sendo problema meu, também sou o anfitrião e prefiro não ter que lidar com as consequências depois.
— Consequências — repito, soltando uma risada amarga. — Você fala como se fossem exclusivamente suas. Mas, se quer saber, Sr. Hayes, até a minha presença aqui é consequência de algo. Na verdade, acho que consequências definem quem sou.
— O que você quer dizer com isso? — ele pergunta, franzindo as sobrancelhas.
— Não importa — respondo rápido, arrependida de ter falado mais do que devia. Devia ter ficado quieta. Talvez assim ele tivesse ido embora.
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