Assim que a porta se fecha atrás de mim, Ethan se vira, encostando as costas contra a madeira. Ele cruza os braços e me dá um olhar indecifrável.
Que bicho mordeu esse homem?
— Ethan, o que você está fazendo? — murmuro, num tom baixo.
— Eu deveria te perguntar o mesmo, Mia. — Ele não levanta a voz, mas seu tom é suficiente para me fazer estremecer. — O que você acha que está fazendo com Theo?
— E desde quando isso é da sua conta? — arqueio as sobrancelhas, desafiando-o. Ele dá um passo à frente, descruzando os braços, sem desviar o olhar por um segundo sequer.
— Desde que você começou a usá-lo para me provocar.
— Acho que você está delirando — respondo, irônica. — Eu estava apenas… me distraindo.
— Distraindo? — Ele força uma risada amarga. — É assim que você chama aquela cena patética na praia?
— E o que você esperava que eu fizesse, Ethan? Que eu me isolasse do mundo, esperando pela próxima vez em que você resolvesse quebrar suas regras para me agarrar na cozinha?
— Esperava que você não fosse usar outro homem para tentar me tirar do sério, Mia — ele murmura, se aproximando até ficar bem na minha frente. — Esperava um comportamento menos… infantil.
— Infantil? — solto uma risada curta. — Isso vindo do homem que passa metade do tempo me confundindo e a outra metade fingindo que eu não existo?
— Confusa ou não, você sabe tão bem quanto eu que isso — ele gesticula entre nós — não é certo.
— Então por que estou aqui, Ethan? — pergunto, arqueando a sobrancelha. — Por que não continua me ignorando e me deixa em paz?
— Porque você não facilita, porra! — Ethan exclama, passando a mão pelos cabelos. — Porque pensar que você pode gemer o nome dele da mesma forma que gemeu o meu… mexe comigo mais do que deveria.
— Eu nunca faria com Theo o que fiz com você, porque… — pauso, procurando as melhores palavras para continuar sem parecer uma boba emocionada.
— Por quê, Mia? — ele pergunta, gesticulando para que eu continue.
Permaneço em silêncio por alguns segundos, decidindo se devo ou não dizer o que sinto. Minha tentativa de provocar Ethan pode ter dado certo ao ponto de tê-lo na minha frente, visivelmente incomodado, mas também me deixou com a sensação de culpa.
— Porque, por mais que Theo seja legal, ele não… — Engulo em seco, sentindo o rosto esquentar, mas decido ser honesta. — Ele não mexe comigo. Não teve a química que teve entre nós, aquela que me fez esquecer de tudo, até do que é certo ou errado.
Ethan arqueia as sobrancelhas, surpreso com minhas palavras. Sua mandíbula tensiona, e seus olhos escurecem de um jeito que me deixa sem ar.
— Mia… — murmura, mas não completa a frase.
Ele balança a cabeça, soltando um suspiro pesado, e por um momento penso que ele vai recuar novamente. Mas, então, diminui de vez a distância, segurando meu rosto entre suas mãos.
— Para o banheiro, agora! — ele sussurra, me puxando pela mão.
— Ethan, mas e se ele…
— Faça o que estou mandando, Mia — me corta, me empurrando em direção à porta do banheiro.
Com o coração a mil por hora, corro para o banheiro e fecho a porta atrás de mim, tomando cuidado para não fazer barulho. Me encosto contra ela, tentando controlar minha respiração acelerada enquanto ouço os dois do lado de fora.
— Por que não estou surpreso com a sua visita? — Ethan pergunta, em seu habitual tom impaciente. Ouço uma risada de James, provavelmente acostumado com esse jeito do amigo.
— Vim ver se está tudo bem — James diz, calmo.
— Está tudo bem, só estou sem saco. Sabe que não sou bom em socializar — ele responde, num tom despreocupado, mas sua voz soa mais apressada que o normal.
— Mesmo? Porque hoje você parece mais estranho e distante que o normal.
— Não sabia que agora você analisa comportamentos, James — Ethan rebate, seco.
— Talvez não, mas conheço você. E, honestamente… — James faz uma pausa, e meu coração praticamente para quando ele continua: — Isso na sua calça… está me dizendo outra coisa. Quer me explicar o que significa isso?
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