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Proibida Para o CEO romance Capítulo 64

“Mia Bennett”

Não sei quanto tempo permaneço imóvel encarando a tela do computador sem realmente vê-la. Balanço a cabeça, tentando afastar os pensamentos, e começo a guardar os documentos na gaveta. Mas as palavras dele continuam ecoando na minha mente.

Reviro os olhos, mordendo o lábio pela centésima vez desde que ele saiu. O gosto do batom começa a desaparecer, e só então percebo o quanto estou irritada. Irritada com o trabalho de última hora, com a confissão inesperada, com a maneira como ele tentou parecer altruísta.

— Você não vai bagunçar minha mente, Ethan — resmungo.

Pego o celular e digito rapidamente:

“Me desculpe pelo atraso. Estou descendo em cinco minutos.”

A resposta vem quase imediatamente:

“Sem problemas. Já estou na garagem :)”

O emoji sorridente me faz sentir ainda mais culpada por estar assim. Theo não merece isso. Ele tem sido nada além de gentil desde que nos conhecemos.

Me levanto de repente, empurrando a cadeira para trás com mais força do que o necessário, e caminho até o banheiro. Preciso de um minuto. Apenas um minuto para me recompor e apagar o rastro dele da minha mente.

No espelho, vejo meu reflexo: o vestido continua impecável, o cabelo perfeitamente arrumado, mas os olhos… eles denunciam o fogo que Ethan conseguiu reacender.

Respiro fundo, retoco o batom e aliso o vestido, tentando convencer a mim mesma de que posso, sim, aproveitar essa noite sem me deixar afetar por ele.

Volto para minha mesa, pego minha bolsa sem olhar em direção à sala de Ethan e sigo para o elevador. A descida parece mais longa, como se cada andar me desse tempo para questionar minhas escolhas.

“Fui eu quem decidiu que você merece mais.”

Mordo o lábio, irritada por não conseguir tirar a voz dele da cabeça.

Quando as portas se abrem na garagem, vejo Theo encostado em seu carro. Ele está diferente do homem impecável que vi mais cedo, usando um jeans escuro e uma camisa branca com as mangas dobradas até os cotovelos.

Os cabelos castanhos, antes alinhados no padrão Nexus, agora caem levemente sobre a testa, me lembrando daqueles dias em Malibu.

— Desculpe mesmo pelo atraso — murmuro, parando ao lado do carro.

— Não se preocupe. — Ele me olha de cima a baixo antes de sorrir. — Você está linda.

— Obrigada — respondo, devolvendo o sorriso.

Theo abre a porta do passageiro para mim, um gesto cavalheiro que deveria me impressionar. Mas, enquanto ele contorna o carro, me pego pensando em outro homem que fez exatamente o mesmo há alguns dias, e onde isso terminou.

Theo sorri ao toque, como se minha atenção completa fosse tudo o que ele queria. Então, se levanta e me estende a mão.

— Quer dançar? — ele pergunta, num tom baixo.

Olho para sua mão por um segundo longo demais antes de aceitá-la. Juntos, vamos até a pista de dança, onde casais se movem lentamente ao ritmo da música. Sua mão segura a minha com delicadeza enquanto a outra para na minha cintura, e começamos a nos mover.

— Sabe… você dança bem — digo, tentando aliviar a tensão que só eu pareço sentir.

— Na verdade, sou péssimo, mas acho que estou com a pessoa certa — ele responde com um sorriso. Suas palavras deveriam me afetar, mas as borboletas não chegam.

Enquanto dançamos, minha mente divaga novamente, e a ironia quase me faz rir. Ethan está certo e errado ao mesmo tempo.

Certo porque, mesmo aqui, com um homem incrível à minha frente, quando fecho os olhos, é nele que penso. Errado em achar que mereço mais, porque como posso merecer mais quando o que quero, com toda sua teimosia, sarcasmo e indecisões, é exatamente ele?

Olho para Theo, que sorri como se estar dançando comigo fosse o suficiente para completar sua noite. E nunca torci tanto para Ethan estar totalmente certo.

Porque, no fundo, eu sei que deveria dar uma chance para algo mais simples, mais fácil.

Mas quando foi que eu me apaixonei por algo simples?

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