Levo alguns segundos para processar a informação. Solto um suspiro pesado enquanto encaro Ethan, que agora parece tão frustrado quanto eu.
Seattle deveria ser… diferente. Um lugar onde não precisaríamos nos esconder tanto, onde poderíamos ter alguns momentos de normalidade longe dos olhares conhecidos.
— Como assim? — finalmente pergunto, tentando, sem sucesso, esconder minha decepção.
— Miranda está à frente do caso Morrison — explica. — Ela soube da nossa ida e decidiu aproveitar a logística. Já que vamos usar o jatinho, James…
— Sugeriu isso — completo, soltando outro suspiro.
— Sim. Faz sentido para ela, considerando que Miranda esteve em Seattle há algumas semanas.
Mordo o lábio, pensando em como três dias com Miranda serão… complicados. Não por sua história com Ethan, mas porque ela sempre me faz sentir tão… insignificante.
— Isso não afetará em nada do que planejamos, OK? — Ethan se aproxima, segurando meu rosto. — Só teremos que ser mais discretos.
— Três dias com Miranda perto de você — murmuro, desviando o olhar para a janela.
— Está com ciúmes, Srta. Bennett? — provoca, levantando uma sobrancelha.
— Não, isso seria ridículo — reviro os olhos, me afastando. — Só acho interessante como vocês ficaram… próximos quando decidiu se afastar de mim.
— Do que você está falando? — Ethan franze as sobrancelhas, confuso.
— Não precisa mentir — digo, tentando soar casual enquanto me encosto na mesa. — Miranda começou a vir com mais frequência aqui. Sei que vocês saíram para jantar naquela noite, quando James me levou no jogo de basquete. E, conhecendo você, imagino como a noite terminou.
Ethan franze ainda mais a testa, como se tentasse se lembrar daquele dia. Para minha surpresa, ele ri, balançando a cabeça.
— Então isso te incomodou? — pergunta, irônico, se aproximando.
— Você não é o único que pode se incomodar quando alguém te provoca.
— Mas eu não te provoquei em momento nenhum — responde, ainda rindo. — E naquela tarde, Miranda apenas desceu comigo até o estacionamento. Foi só isso.
— Mas…
— Mia — ele segura meu rosto entre suas mãos, me fazendo encará-lo. — Desde que uma certa estranha entrou no meu carro por engano, eu não me envolvi com mais ninguém.
— Ninguém? — pergunto, odiando como minha voz sai baixa.
— Ninguém. Fugir de você ocupava todo o meu tempo — confirma antes de me dar um beijo suave.
— Preciso trabalhar — murmuro. — Ou meu chefe vai reclamar.
— Concordo. Seu chefe é bem exigente. Nos vemos mais tarde, perdição — ele diz, me dando outro beijo antes de se afastar.
Saio de sua sala sentindo a frustração tomar conta de mim. Sento em minha mesa, tentando me concentrar no trabalho, mas é impossível.
Seattle deveria ser nosso momento. Nossa primeira viagem sozinhos, mesmo que fosse a trabalho. Imaginei jantares discretos em restaurantes onde ninguém nos conhecesse, caminhadas pela cidade sem medo de sermos vistos…
Tola.
Como se algo em nossa história pudesse ser simples assim.
Balanço a cabeça em negativa, tentando afastar a frustração antes de voltar a trabalhar. No entanto, quando estou quase conseguindo me concentrar, Gabriel aparece na minha mesa.
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