Rejeitada, mas reivindicada pelos seus quatro alfas romance Capítulo 113

[Ridge]

Virando para dar a Trystan e Sable um momento a sós, ofereço minha mão a Archer.

— Precisa de algo antes de irmos?

Ele balança a cabeça, mas consigo perceber que ele está com medo. Também consigo perceber que ele está envergonhado de si mesmo por estar com medo. Consigo sentir sua vergonha, vê-la na curva de seus ombros.

— Ei... — eu digo bruscamente. — O medo não é a fraqueza aqui. Até os alfas sentem medo. A fraqueza está em se esconder, fugir, não fazer a sua parte. E você, de todas as pessoas, não é capaz dessas coisas. Coragem é agir diante do seu medo.

Archer endireita os ombros e assente.

— Você está certo. Obrigado.

Eu solto sua mão para acenar para Dare, onde ele está esparramado nas almofadas do sofá.

— Você vai ficar, certo?

— Pergunta idiota pra caralho. — ele resmunga.

Eu levanto as mãos, sorrindo ironicamente.

— Sua reputação te precede.

Por um momento, eu penso que talvez tenha ido longe demais, muito cedo. Quando Dare fugiu de nós depois que Sable começou sua transformação, isso a machucou até o âmago. Eu sei que tem sido um ponto de discórdia entre eles algumas vezes desde que ele voltou, e provavelmente não foi legal da minha parte fazer uma piada sobre ele sair. Infelizmente, você não pode voltar atrás nas palavras depois que são ditas.

Não tenho certeza se eu gostaria de voltar atrás mesmo se pudesse. As coisas estão muito melhores entre nós agora do que estavam no rescaldo da transformação de bruxa de Sable, mas acho que nunca esquecerei minha raiva dele por abandonar nossa companheira. Espero que ele também não esqueça. Todos nós precisamos lembrar disso, como um lembrete para sempre agir corretamente por ela.

— Eu não vou a lugar nenhum nunca mais. — Dare rebate. Ele se senta, seu tom sério enquanto mantém meu olhar. — Nós temos isso aqui. Vá para sua matilha, e então volte para cá.

Um sorriso puxa meus lábios quando me abaixo para pegar sua mão como fiz com Archer. Acho que o idiota pode realmente sentir minha falta enquanto estou fora.

Estranhamente, eu também sentirei falta dele. As coisas nunca parecem certas, a menos que os cinco estejam juntos.

Depois que Trystan se despede, nós dois saímos da cabana lado a lado. Eu não olho para trás, porque sei que se fizer isso, verei lágrimas nas bochechas de Sable, e não consigo lidar com isso agora. Não em cima da preocupação que estou afogado pela minha matilha. Ela estará segura com Dare e Archer, e pode ajudar a preparar a Matilha Leste para o que está por vir. Fora no sol do quintal de Archer, eu seguro a mão de Trystan em uma despedida.

— Tenha cuidado lá fora. Não sabemos onde eles estão agora.

Ele assente sombriamente.

— Pensei... maldição, pensei que ele apenas fugiu para alguma cidade humana para começar uma nova vida. — ela murmura, passando as mãos em seu cabelo escuro. — Nunca imaginei... ele está morto?

— Eu não sei. — eu respondo, tristeza e raiva queimando lado a lado em meu peito. — Mas com base no que Sable viu, acho seguro assumir que ele se foi.

Os olhos de Amora se arregalam e ela cobre a boca com uma mão, balançando a cabeça tristemente.

Eu seguro seus ombros em minhas mãos e encosto minha testa na dela. Ela desliza suas próprias mãos para meus ombros, e ficamos com nossas cabeças juntas, nossos braços entrelaçados, olhos fechados, compartilhando nossa tristeza. É uma imitação de um abraço, mas mais destinado a nos dar força.

Nós éramos amigos de infância. Amora. Eu. Lawson.

Passamos todos os nossos dias juntos, nos metendo em encrencas na floresta, construindo casas na árvore, correndo pelo desfiladeiro como lobos, uivando para a lua e prometendo que seríamos amigos para a vida toda. Então nós éramos adolescentes, e algo mudou em Lawson. Ele começou a intimidar lobos mais jovens, se tornando mais interessado em ganho egoísta e menos no bem da matilha. Nossa amizade acabou, e até o amor que um dia compartilhamos como irmãos se desgastou, mas as memórias nunca desaparecem.

Amora enxuga as lágrimas de seus olhos ao me soltar, mas então seu rosto se suaviza em sua armadura de batalha habitual.

— Tudo bem. Qual é o plano?

Eu faço um gesto para que ela me siga de volta para minha cabana, para que eu possa vestir algumas roupas e fazer um café.

— Precisamos agir rapidamente. — eu digo a ela. — E preciso da sua ajuda.