(Ponto de vista de Yale)
Ela era minha e, graças à Deusa, sua beleza era ainda mais deslumbrante do que eu poderia ter imaginado. Seus cabelos loiros fluíam como ondas douradas, e seus olhos eram de um verde-esmeralda que parecia transcender qualquer cor que eu já tinha visto. Era difícil resistir à vontade de f*dê-la ali mesmo. Minha companheira era uma visão de tirar o fôlego, e a ideia de que, um dia, eu hesitei em desejar uma parecia, agora, completamente insana. A simples possibilidade de perdê-la era inaceitável.
Daisy, minha Daisy... Após anos de espera e orações por um reencontro, enfim, estávamos juntos. Todavia, eu duvidava que ela se lembrasse de mim, pois, quando nos vimos pela última vez, éramos apenas crianças.
Nossas mães eram melhores amigas na juventude, mas seguiram caminhos diferentes quando se uniram a matilhas distintas. No entanto, um dia, a tia Linda nos visitou com sua filhinha. Na época, Daisy tinha apenas cinco anos, enquanto eu tinha doze. Contudo, nos demos muito bem. Lembro-me do mal-estar que me invadiu quando chegou a hora dela partir.
'Ela não pode ficar?', eu perguntara à minha mãe, que sorrira e negara com a cabeça.
'Não, meu bebê. Mas, talvez, quando você for mais velho, possa ir vê-la.' Eu balançara a cabeça e, relutante, devolvera a pequena Daisy aos braços de minha mãe. No entanto, ela agarrou minha camisa com firmeza e começou a chorar. Ela queria ficar comigo... Mesmo assim, nossos caminhos acabaram se separando e com o tempo, aquela lembrança se transformou num borrão em minha mente, quase como um sonho distante, até que a encontrei novamente. Aqueles olhos... eu jamais poderia esquecê-los...
Perto do fim do banquete, ela se remexeu suavemente em meus braços, sinalizando que havia adormecido. Com cuidado, a carreguei para fora do salão. Olhos curiosos me acompanharam com admiração, e percebi que as mulheres estavam com ciúmes.
Daisy não era popular na matilha, e eu podia sentir que ela não era tratada com a gentileza que merecia. Mas isso estava prestes a mudar.
'E aquele cachorrinho, hein? Viu o jeito que ele encostou nela?' Pouco a pouco, o ódio cresceu em mim. O sujeito ousara tocá-la como se ela fosse sua, e meu lobo, Rolf, rosnou ao lembrar daquilo. Nossa companheira era somente nossa!
De repente, fomos informados de que nossos quartos estavam prontos. Com todo o cuidado para não acordá-la, deitei-a suavemente na cama e a observei dormir, depositando um beijo terno em sua testa.
'Ela não nos reconheceu...'
Daisy tinha vinte anos e ainda não havia passado pela primeira transformação, embora sua loba já tivesse se manifestado. Recordei-me de como seus olhos brilharam com uma tonalidade roxa única quando nos encaramos de perto. Somente uma linhagem carregava essa marca - a dos lobos da Lua. Eu precisava pedir à minha mãe para me contar mais sobre os Woodens...
Deixei o quarto e retornei ao andar de baixo. O filho da p*ta do Raener tinha assassinado dois funcionários da realeza. Sem aviso, escancarei a porta da sala de conferências, e todos os presentes se levantaram, inclinando-se em reverência, e só se sentaram quando eu assim o fiz.
"Espero que vocês tenham um bom motivo pra terem matado aqueles embaixadores." Olhei para o Alfa, irradiando uma aura dominadora, capaz de oprimir até mesmo os lobos mais corajosos ali reunidos.
"Nós não os matamos, Vossa Majestade. Eles se envolveram em um acidente. Escrevemos isso no relatório...", respondeu Raener, e eu estreitei meu olhar.
"Você chama aquela b*sta de relatório?! Os embaixadores tinham sido enviados pra descobrir o que aconteceu com os Woodens e ouvir de você, em detalhes, como e por que eles foram mortos sem que o parlamento ficasse sabendo!"
A matilha deles estava se tornando cada vez mais suspeita. Há aproximadamente um ano, tomamos conhecimento da morte do antigo Beta e sua companheira. Recentemente, enviamos embaixadores para investigar, mas nenhum deles retornou com vida. O conselho do Alfa alegava que se tratava de um infeliz acidente, mas, na mesma época, haviam tomado o controle da matilha vizinha de maneira violenta.
"N-Nós... bom... Depois que eles saíram daqui, ouvimos uma explosão. Então, corremos até a fronteira, mas era tarde demais, porque o veículo deles tinha pegado fogo...", explicou Beta Sampson.
Era óbvio que aquele cara era um sem-vergonha que buscava o poder a todo custo. Será que ele estava envolvido nos acontecimentos que dizimaram os Woodens?
"E já se passaram três anos desde a morte do ex-Beta. Por que o senhor tá investigando só agora?", questionou o filho do Alfa. Lancei-lhe um olhar afiado, e ele ficou tenso.
"Porque vocês tão agindo de um jeito cada vez mais suspeito. Com certeza, tem algo estranho rolando por aqui", apontou meu Gama, Thomas, fazendo uma careta para o jovem.
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