Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 167

Queria desesperadamente saber como encontrar uma saída naquela situação, mas havia esquecido como reagir. Agora já era noite.

Quando finalmente cheguei ao escritório de advocacia do Advogado Barbosa, tudo estava mergulhado em escuridão.

Dei um leve sorriso de desdém.

Fui atingida por esse golpe de uma maneira que me fez perder o juízo.

Apesar da urgência e do desejo de ligar para o Advogado Barbosa para perguntar se havia alguma brecha legal que pudesse me ajudar, lembrei-me de que já era muito tarde. Provavelmente, ele estaria dormindo.

Não queria perturbá-lo e, além disso, mesmo que houvesse uma solução legal, não seria algo que pudesse ser resolvido de imediato.

Guardei o celular de volta no bolso.

Estava completamente convencida de que no dia seguinte conseguiria o certificado de divórcio, me libertaria deste casamento e poderia me concentrar totalmente nos estudos. No entanto, esse golpe súbito realmente abalou meu estado de espírito.

Dirigi sem rumo pelas ruas tranquilas de inverno até chegar à porta da Universidade H.

Durante o dia, a entrada da universidade é sempre movimentada, mas naquela noite fria de inverno, apenas uma loja de conveniência 24 horas permanecia aberta.

Lembrei-me de que, na época da faculdade, adorava comer o ensopado japonês da loja. Como ainda não tinha jantado, estacionei o carro na entrada e entrei.

Escolhi uma tigela do meu prato favorito e peguei um iogurte.

Estava prestes a pagar quando ouvi uma voz familiar.

“Via?”

Aquela voz me fez instintivamente levantar o olhar.

Era realmente ele, Wagner Pacheco, que estava na porta e entrou de um salto.

Alto e de pernas compridas, ele usava um sobretudo bege que destacava ainda mais sua estatura esguia, com um rosto elegante que lembrava um protagonista de drama coreano.

A jovem caixa da loja ficou tão impressionada que quase esqueceu de cobrar pelo meu pedido.

As anotações e materiais de um gênio universitário são algo que nem mesmo dinheiro pode comprar.

Quando a conversa chegou ao fim de um tópico, Wagner olhou para a neve que caía cada vez mais forte e, com uma expressão distante, falou: “No inverno em que eu tinha onze anos, a neve caiu ainda mais intensamente. Naquela noite, minha mãe faleceu, meu pai ficou paralisado na cama, e minha irmã teve uma febre que não passava.”

“A casa velha não conseguia proteger do vento e da neve, e um frio ainda mais intenso rasgava a casa. Eu pensei que não conseguiríamos passar daquela noite e me preparei para que todos nós morrêssemos naquela noite.”

“Mas, no fim, conseguimos superar.”

“Não importa quão difícil seja a situação, quão insuperável pareça, se você persistir, um dia ela passará.”

Percebi que Wagner estava me confortando e encorajando, e senti uma onda de calor no fundo do meu coração.

Prof. Pacheco sempre foi como ele mesmo: gentil e acolhedor.

Devido à intensidade da nevasca, temendo a insegurança das estradas, decidi encontrar um hotel próximo à Universidade H para passar a noite.

Wagner só foi embora depois de me ver fazer o check-in no hotel.