Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 216

Essa era a sinceridade dele, seu pedido desesperado.

Os fatos demonstraram que, com ou sem mal-entendidos, quando Paloma precisava de algo, ele não hesitava em te deixar de lado.

À noite, talvez já certo de que Paloma estava bem, César voltou.

Como os seguranças não o deixaram subir, ele ficou parado embaixo da minha janela.

Era uma noite de inverno rigoroso, muito fria.

Ainda mais com a tempestade de neve que fazia o vento cortar a pele.

Ele estava lá, vestido de maneira inadequada para o clima, parado na neve e no vento.

Em pouco tempo, foi esculpido pela neve como um boneco de neve.

Mesmo assim, ele permaneceu imóvel.

Ele viu a luz do meu quarto acesa.

Ele sabia que eu podia vê-lo.

E eu estava observando.

Sim, eu realmente estava olhando para ele.

Reclinada preguiçosamente na chaise longue em frente à janela de vidro, segurava uma tigela de canja quentinha, confortável e aquecida, enquanto o observava.

Ele gostava de jogar a carta da compaixão, então deixei que ele fizesse isso.

Aquela tempestade e o frio não eram piores do que a noite em que quase morri nas montanhas.

Ele me fez passar por muito.

Eu merecia um pouco de vingança.

Quando fiquei com sono, dei um bocejo, virei-me para a cama, apaguei a luz e dormi.

Esses dias, meu sono estava particularmente bom.

Tão bom que nem percebi quando a ambulância chegou ao nosso condomínio de madrugada e levou César embora.

Na manhã seguinte, a empregada que eu tinha contratado me contou que César foi levado às três da manhã.

Eu apenas murmurei.

Tão fraco.

"Amor, não faça isso comigo, por favor..."

Minha frieza o machucou ainda mais, ele me olhou, completamente perdido.

Ele não sabia o que fazer agora.

Ele fez tudo o que podia.

No passado, eu o amava tanto que, não importava quão bravo ele me deixasse, bastava pouco para me acalmar, às vezes nem precisava.

Ele realmente não sabia como me reconquistar.

Só restava enfrentar-me no tribunal, no lado oposto.

...

Na audiência, diante das provas que apresentei de que ele era o maior acionista de uma nova empresa, suspeito de transferir nossos bens conjugais, ele admitiu que a empresa era dele, mas negou que estivesse transferindo bens.

Era apenas um novo planejamento comercial, dizia ele com convicção.

Eu não estava insistindo na transferência de bens.

Desde que ele admitisse que a empresa era dele, o que me permitia obter pelo menos metade no divórcio, isso já bastava.