Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 217

Quando meu advogado pediu ao juiz o divórcio, alegando a ruptura irreversível de nosso casamento, César reagiu com veemência.

Ele insistiu que nosso relacionamento não estava rompido, que tudo era um grande mal-entendido, e que eu era a única pessoa que restava para ele no mundo. Ele afirmava que não tinha mais ninguém, apenas eu.

Só me amava a mim e não poderia viver sem mim, nem mesmo morrer sem mim.

Eu não consegui evitar soltar um som de descrença.

Não entendia como ele podia ter me repreendido tão fortemente por causa de Paloma, carregando-a nos braços, e ainda assim afirmar, com tanta convicção, que só me tinha a mim e só me amava a mim.

E quanto a "não ter família"?

Sem mencionar que ele sempre chamava Paloma de sua irmãzinha querida.

E mesmo que não fosse mais sua irmã, madrasta, ela ainda era da família, não é?

César, ao ouvir meu som de desdém, olhou para mim com uma expressão profunda, "Amor, sei que cometi erros no passado. Eu agi daquela maneira por um mal-entendido. Prometo nunca mais fazer isso."

"Dê-me mais uma chance, por favor. Só mais uma!"

César era um homem de aparência excepcionalmente bela.

Seus olhos, em particular, eram encantadores, de modo que ao olhar neles, parecia que poderiam capturar sua alma.

Nos últimos tempos, ele havia usado frequentemente estratégias de autopiedade, fazendo com que seu corpo já machucado parecesse ainda mais quebrado.

Era impossível não sentir um aperto no coração ao vê-lo assim.

Os casos de divórcio geralmente tentam reconciliar antes de separar, então, ao ver César tão sincero e arrependido, o juiz sugeriu uma reconciliação fora do tribunal.

Prometia passar o resto da vida compensando-me.

As pessoas ao redor compartilhavam sua opinião, achando que esse motivo não justificava um divórcio.

Estavam prestes a dizer algo, mas antes que pudessem, eu apresentei outras provas.

Mostrei as fotos do local onde a polícia me resgatou depois que fui empurrada de um penhasco por sequestradores.

Também apresentei a gravação da ligação para o celular de César do hospital, onde ele friamente disse que não tinha tempo para assinar a autorização necessária para minha cirurgia de emergência. Além disso, mostrei fotos do meu estado de saúde na época.

Quando todos viram as fotos de mim no hospital, cheia de tubos e equipamentos, meu corpo começou a tremer incontrolavelmente, como se estivesse de volta àquele momento: tão doloroso, tão desesperador...

Sem perceber, eu estava em lágrimas. Recobrando-me, olhei para o juiz e disse: "Quando os sequestradores me deram a escolha entre morrer ou sobreviver, meu marido não hesitou em escolher minha morte. Quando eu estava entre a vida e a morte, ele não veio assinar os papéis de emergência, ocupado preparando um chá de gengibre para sua suposta irmã. Sobrevivi, mas com metade dos ossos do corpo quebrados e fiquei de cama por mais de dois meses antes de poder me mover. Durante todo esse tempo, meu suposto marido amoroso, que dizia me amar mais que tudo, veio me ver apenas uma vez."