Thomas saiu do quarto da mãe e viu o irmão sentado no corredor do hospital. Os cabelos de Tiago estavam longos e bagunçados e com certeza estava mais magro. Thomas sentiu o coração mais apertado do que estava.
—Tiago, preciso falar com você— Tiago se levantou e foi até o irmão— Eu vou viajar.
—O que? Para onde? Com quem?— Tiago olhou boquiaberto para o irmão.
—Um amigo da escola. Me chamou para ficar numa casa dos pais deles. Ele vai fazer uma festa de aniversário e queria que eu fosse. Prometo estar aqui antes da mamãe sair do hospital.
Tiago passou as mãos pelos cabelos. E deu um sorriso.
—Claro. Devia ir mesmo. Você precisa descansar um pouco.
Thomas abraçou o irmão.
—Eu te amo.
—Eu também te amo maninho.
…
Thomas encarou a entrada da escola, a mochila com algumas coisas suas estava pesada. Clarice e dois seguranças, evidentemente alunos, estavam nos portões de entrada, já fechados naquela hora da noite.
—Thomas Lins— Cumprimentou ela com um meneio de cabeça— Uma honra tê-lo aqui. Mostrei sua foto ao pai do rapaz com quem vai... Bom, ele aprovou. Está enviando alguém para buscá-lo.
Thomas somente concordava em silêncio. Sentia—se fraco, talvez fosse a ansiedade o dominando. Seu estômago parecia cheio de borboletas.
—Você está fazendo a coisa certa— Clarice disse— Um bom rapaz pensando na família. Ah, lá vem ele.
Um carro preto de luxo vinha na esquina. Thomas esfregou as mãos no jeans da calça. O nervosismo aumentava cada vez mais.
O carro parou, Clarice deu alguns passos a frente e a porta de trás abriu. Um jovem de cabelos ruivos e encaracolados, vestindo um terno cinza com pasta na mão, saiu do carro.
Seus olhos verdes demoraram em Thomas e depois voltou—se para Clarice.
—Um ótimo produto Clarice. Aqui— E lhe entregou a pasta— Seu trabalho foi excelente mais uma vez. Thomas Lins?— Thomas assentiu— Entre no carro, agora.
Thomas lançou um último olhar a Clarice. Ela entregou a pasta a um dos seus seguranças e o abraçou.
—Use seu belo corpo da forma correta— Sussurrou em seu ouvido— Eles não te farão mal.
E se afastou.
—Me dê isso— Thomas entregou a mochila ao ruivo e entrou no carro. Viu o ruivo por a mochila no porta malas e entrar e sentar ao seu lado— De volta para casa— Ordenou ao motorista.
Thomas olhou em volta. Estava procurando o que? Armas? Ele não foi sequestrado. Estava ali porque queria. Porque escolheu isso.
—Sou Eduardo Blond, serei seu mentor e assessor pessoal— Thomas assentiu— Sr. Lins.
—Thomas, por favor.
—Tudo bem— O rapaz sorriu— Thomas, devemos esclarecer umas coisas. Você irá fazer o ritual, e depois irá embora. Não poderá mais ter contato algum com o seu Dominador. Esclarecido?
—Sim. Aonde vamos?
—A mansão. Você ficará trancado no quarto. Assim não corre o risco de se encontrar com alguém.
Realmente, vinte minutos depois estavam passando por um par de portões pretos fortemente guardados por seguranças grandalhões. O carro passou por um corredor de árvores frondosas mergulhadas na escuridão da noite. O corredor se abria, revelando uma imensa mansão no centro de um vasto campo verde.
—Ai meu Deus— Sussurrou boquiaberto.
Enquanto o carro parava em frente às portas de entrada, Thomas notou um grupo de garotos saindo pela lateral da casa.
O carro parou, Eduardo saiu e abriu a porta para Thomas.
—Seja bem vindo, Submisso.
…
Christian dirigiu pela cidade após deixar Simon em casa. Não queria ir para casa e enfrentar a realidade com os pais. Suspirou pesadamente ao parar em um sinal e ver um casal andando todo animado.
Havia ficado com muitas mulheres, perderá a conta de quantas quando já estava na décima quinta, mas nenhum chamou sua atenção para um possível relacionamento sério. Nenhuma mesmo.
Sua mente porém deu um salto e Simon surgiu ali. Simon com seu jeito desafiador, seus olhos curiosos e brilhantes por trás dos óculos, sua estatura e sua fragilidade, e seu cheiro. Seu cheiro cítrico. Christian nunca havia se deparado com algo tão... Angelical. O desejo de protege—ló vinham como ondas novas. Mas porquê agora?
Ele procurou uma resposta e achou só uma: estava cansado. Estava cansado daquela vida idiota onde todo mundo odiava ele. Cansado do fato de ser um rico mimado e pobre ao mesmo tempo. Estava cansado, e isso estava acabando com ele.
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