Simon vestiu calças frouxas e brancas de seda e a camiseta do mesmo tecido, escovou os cabelos de frente a penteadeira, no closet mergulhado em silêncio, Raphael parado a porta, os braços cruzados.
— Não ligue para isso— Disse ele cortando o silêncio— Vamos dar um jeito. O Conselho não vai fazer isso realmente.
— Eles não podem. Meus pais...
— Sim, filho de Phenelope não é? Ouvi falar dela— Deu um sorriso— A dor de cabeça do Conselho e...— Mas Raphael foi interrompido por um barulho.
Simon parou de escovar os cabelos, pousou a escova na penteadeira e prestou atenção ao barulho, eram sons de correria e vozes exaltadas.
— O que significa isso?— Sussurrou.
Raphael correu para sua cama, apanhou a máscara e abriu a porta, Simon veio atrás. Submissos corriam de um lado ao outro. Raphael parou um garoto que vinha correndo.
— O que houve?
— Um Dominador— Disse o garoto ofegante— Um Dominador na Academia. Quebrou... Quebrou os portões.
— Merda!— Raphael saiu correndo pelo corredor, Simon olhou assustado para todos os lados.
— Simon!— A voz estrondou por todos os lados— Simon!— Um frio desceu pela coluna de Simon. Aquela voz... Aquela voz— Simon, cadê você?!
Simon correu. Abriu caminho entre os rapazes com os braços e chegou ao alto da escadaria. Submissos e funcionários da Academia se aglomeravam atordoados pela varanda circular em volta, e no saguão abaixo, alguns Submissos protegendo o rosto, como haviam sido instruídos a fazer. E para o choque de Simon, Christian estava parado, no meio da escada, com dois funcionários desacordados aos seus pés, com os narizes quebrados.
— Christian! O que...
— Vem— Simon desceu as escadas correndo até ele e caiu em seus braços— Precisamos ir embora daqui. Agora.
— Christian, não— Raphael parou atrás de Simon, usando a máscara— Se tira— lo daqui estará comprando briga com o Conselho. Não faça isso.
— Cala tua boca— Christian disse entre dentes, ameaçador— Vamos embora.
Simon foi levado por Christian para fora da Academia. Olhou surpreso para os portões caídos ali, e o carro no meio do pátio. Christian havia invadido o local e constatou horrorizado.
Mas seu horror aumentou quando viu os nove carros pretos e blindados parados na entrada do local. Homens mascarados de terno mantinham— se imóveis nos limites da entrada, como se sua entrada não fosse permitida. Porque eles são Dominadores, pensou Simon olhando para cada um deles.
— Christian Smith— Um homem alto e forte, com um terno elegante deu um passo à frente, seus pés tocaram o pátio e os homens atrás dele e nos Submissos prenderam a respiração, como se aquele simples gesto fosse algo horrível. Mas o homem não se abalou.
— Devolva o rapaz para a Acadêmia, entenda que queremos apenas o seu melhor.
— O meu melhor?! Vocês não sabem nada de mim! Saiam da frente, agora!
— E permitir que leve o garoto? Despreparado? Vocês têm poucos dias para o Ritual. Acreditamos, porém, que o garoto não está preparado.
— Quem decide isso sou eu seu babaca. Tire os carros da frente. Agora.
O homem deu um passo atrás.
— Eu, peço que não faça isso. Seria uma afronta a...
— Cara, pouco tô me fudendo para o que tu vai dizer— Christian abriu a porta do passageiro e sinalizou para Simon entrar, o garoto obedeceu, o coração a mil— Saiam da frente. Agora.
E entrou no carro. Ligou os motores.
— Coloque o cinto— Ordenou e Simon obedeceu. A última vez que vira Christian fica tão furioso quando quase mata Alex.
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