Sequestrada Por Um Demônio romance Capítulo 72

Sarah

Pego uma mamadeira e encho de leite para dar ao Lou, acho que o lobo infernal que peguei tem cara de Lou.

É um filhotinho lindo, ele está quietinho mas chora bastante quando fica sozinho.

Me sento no sofá e dou mamadeira para ele que só fica a tomar enquanto me olha, é um animalzinho tão fofo, nem parece que a espécie dele é enorme e assustadora.

Aron —você sabe que ele vai ficar com dois metros de altura né? Vai parecer uma formiga perto dele.— ignoro enquanto alimento Lou.

—vai ficar bem grande e forte né Lou?— pergunto animada e ele uiva.

Aron —você não deveria ficar tão perto dele, quando mais emocionalmente ficar ligada a ele mais esse monstrinho vai achar que é mãe dele, quando a desilusão acontecer a raiva dele vai ser bem grande já que essas coisas são bem inteligentes quando crescem.

—então serei a mãe dele.— falo abraçando Lou que parece um ursinho de pelúcia.

Aron —por que está tão apegada a uma coisa que pode te matar depois?— diz me olhando, parece estar tentando entender.

—até mesmo filhos podem matar os pais, não a muita diferença, além disso, preciso me apegar a alguma coisa para não querer me matar.— falo penteando os pêlos do meu filhote.

Aron —isso foi uma indireta?— pergunta me olhando com a sobrancelha levantada.

—se você se definiu  com o que eu falei problema seu...

Sinto falta de alguma ligação emocional, de calor humano, de sentir. A única coisa boa que consigo ver em estar aqui é que esse chifrudo não consegue ler minha mente ao contrário do pai.

Aron —sua cobra, eu deveria cortar sua língua por isso.— ignoro e volto a dar mamadeira para o lobinho.

Lou —Au! Auuu!— ele está latindo para o Aron, parece que notou o tom de voz hostil. Na verdade não sei se é um uivo ou um latido.

Aron —faz essa coisa calar a boca se não taco para outros monstros infernais comerem.

—esta tudo bem Lou, o chifrudo não vai machucar você.— falo dando cafuné nele que para de rosnar.

Aron —ele é um animal, pare de dar carinho e amor a essa coisa, tem trabalhos a fazer e se me chamar de.....

—eu já entendi, cortar minha língua.— falo me levantando para fazer meus afazeres.

(...)

(...)

(...)

Meu Lou está ficando enorme, já está quase no tamanho do meu peito. Ele aprende rápido e já obedece.

Aron —Ivy, presta atenção!— volto a realidade.

—o que foi?— pergunto pois não ouvi nada.

Aron —o décimo terceiro nível vai pertencer a mim a partir de agora.— diz com um meio sorriso.

—por que você quer o lugar onde foi abandonado?— pergunto sem entender enquanto coloco um pedaço de carne enorme para Lou comer.

Aron —eu cresci lá, gosto do lugar apesar de lutar para sobreviver desde criança.— diz olhando o mapa do lugar.

—como um bebê recém nascido sobrevive em um lugar sozinho?!— pergunto sem entender, essa história tem que ter uma explicação.

Aron —realmente, só tenho memórias de quando tinha 4 anos então até essa idade alguém provavelmente cuidou de mim, mas não tenho lembranças. Mudando de assunto, vamos beber.— diz me olhando.

Lou —AUUU!!— meu lobo infernal uiva animado.

Aron —você não, coisa peluda!— diz bravo e Lou senta no chão, coloca a cabeça em baixo da bata em sinal de tristeza.

—deixa ele vir com a gente, ele poderia ser seu lobo de guarda.— falo e ele olha friamente.

Aron —não preciso de um animal de estimação, essas coisas só servem para demônios carentes e fracos.— consolo Lou  que deita no chão triste, ele sabe que Aron está falando mau dele.

—não vou se o Lou não ir também!— falo brava.

Aron —eu ainda sou seu mestre sua inútil!— pulo em cima dele de novo e mordo seu pescoço forte para doer e sangrar bastante, ele me derruba no chão, mas valeu a pena mesmo assim, pois o ferimento está sangrando ainda.

Sem pensar duas vezes uso minha velocidade para correr dele que está vindo atrás de mim cheio de raiva.

Lou não tem coragem de atacar o Aron e isso é bom, ele já tem instinto de sobrevivência.

Para de correr ao ser cercada por um círculo de fogo no meio do jardim.

Aron —esta perdendo o medo da morde sua cobra.— diz vindo na minha direção e eu rio.

—não estou, você não consegue mais me pegar.— falo me teletransportando para dentro do castelo, vejo que Lou já comeu e está bem.

Sento no sofá cansada de correr, ele provavelmente está bem bravo, mas eu não me importo, se fosse menos babaca eu não detestaria tanto ele.

Aron —peguei você.— levo um susto quando ele me taca nas costas violentamente.

—eu estava brincando, me desculpa.— falo tentando fazer ele me soltar pois não posso me teletransportar tento contato com outra pessoa.

Aron —não parecia sanguessuga!— ele realmente está bravo.

(...)

Não acredito que aquele demônio me tacou no décimo terceiro nível do Inferno com o Lou, não tem ninguém e ele disse que só tiraria a gente daqui a uma semana.

—filho da puta! Espero que você morra empalado! Demônio idiota! Chifrudo!— falo brava.

Lou parece estar com um pouco de medo, acho que ele nem sabe que veio daqui.

—não se preocupe, Lou, vou cuidar e alimentar você.— falo animada.

Espero sobreviver primeiro é claro.

(...)

Eu tô horrível, com fome, com o cabelo todo sujo e oleoso, mas tô viva.

Consegui matar alguns monstros e Lou comeu eles, inclusive ficou mais gordinho. Tô tão cansada, me pergunto se Aron esqueceu a gente aqui ou abandonou mesmo.

Vou para dentro de uma caverna e durmo abraçada em Lou que é quentinho como um bicho de pelúcia.

Tomo um belo susto ao me deparar com Aron me olhando com seus olhos carmesim.

Aron —nem acredito que sobreviveu mesmo, pensei que só ia encontrar seus ossos.

Pulo em cima dele e mordo seu pescoço por causa da fome, nem me importo em estar em uma posição estranha. Sinto ele a passar a mão no meu cabelo de um jeito estranho, talvez carinhoso.

Aron —vamos voltar para casa, teimosa.

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