Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 289

Um zumbido tumultuado ecoava em seus ouvidos, mas Patrícia conseguia distinguir as vozes de Juliana e Teófilo.

Ela achou irônico, seus próprios parentes desejando sua morte, enquanto o homem que a odiava profundamente estava disposto a arriscar sua vida por ela.

Que tipo de parentes eram esses nos quais ela nem poderia depositar esperanças?

No passado, ela costumava sentar na porta de sua casa, vendo o caminho por onde Juliana havia partido. Durante o período em que estava em conflito com Teófilo, ela fazia a mesma coisa.

Reaquecendo refeições que esfriaram várias vezes, esperando com paciência nos degraus da porta.

Observando as flores do jardim passarem da primavera para o verão, resistindo ao outono até o inverno coberto de neve.

No final, ela nunca conseguiu o que esperava.

Sua vida, afinal, parecia ser uma piada.

Patrícia riu de leve e disse palavra por palavra:

- Sra. Freitas, não quero sua próxima vida. Mesmo que haja reencarnação, desejo apenas nunca mais te encontrar em todas as vidas!

- Paty, eu não tenho escolha, realmente não tenho escolha...

Juliana estava com lágrimas nos olhos. Ela não queria isso, mas amava Pedro demais, a ponto de não querer que Pedro perdesse sua única filha.

Desde que sofreu um aborto anos atrás, ela não pôde mais engravidar, e se Mariana morresse, a linhagem da família Freitas se extinguiria.

De qualquer forma, ela não deixaria Mariana morrer.

Mesmo que isso significasse sacrificar o sangue de sua família mais próxima.

Patrícia ignorou as palavras de Juliana e continuou:

- Teófilo, já passei por dias como esses. Você me deve tanto que uma vida não é suficiente para pagar suas dívidas.

Ela sorriu de maneira maliciosa.

- Lembre-se disso, foi ela que me matou! Há um dono para cada dívida. Depois que eu morrer, você poderá cobrar dela.

Teófilo pressentiu que algo estava errado.

- Paty, o que você está planejando? Não faça nada precipitado.

Patrícia fechou os olhos e ouviu o som das ondas batendo no barco e o distante chamado de algumas gaivotas.

Patrícia tinha seus próprios planos, pois sabia que Teófilo nunca teve coragem de investigar a morte de Rafaela.

Ela tentou investigar várias vezes, mas sempre encontrou obstáculos. Mas estava disposta a arriscar sua própria vida, fazendo uma aposta de que Teófilo ainda a amava.

Ela acreditava que, uma vez morta, Teófilo faria de tudo para descobrir a verdade.

Antes de cair no mar, um sorriso leve se formou no seu rosto.

“Teófilo, estou lhe entregando a verdade.”- Ela disse em seu coração.

O local ficou em silêncio, as pessoas não sabiam o que dizer.

Gabriel se aproximou de Teófilo e sussurrou em seu ouvido:

- Encontramos alguma coisa, na fábrica abandonada.

Teófilo parecia estar em choque, incapaz de aceitar a realidade.

Ele olhou para Gabriel, com os olhos vermelhos, e disse com a voz trêmula:

- Paty está morta.