Alexander ajeitou os óculos e colocou a mão no volante enquanto espiava a esposa pelo retrovisor. Seguia por uma rua engarrafada quando decidiu falar.
― Tudo bem? ― Fitou Nicole.
― Sim! ― balbuciou. ― Só estou um pouco cansada.
Durante o percurso pela Estrada do Joá, Nicole encostou a cabeça no banco carona de três lugares com estofado luxuoso no veículo prata. Evitou contato com o pai que estava ao lado de Alexander e cerrou os olhos.
Embora Henry soubesse que a filha ainda estava magoada, ele sentiu-se grato por ver que Nicole estava fora de perigo. Pousou a mão sobre a barriga estufada.
O automóvel se aproximava da casa com uma vista de tirar o fôlego. O bairro tinha algumas casas, em sua maioria em condomínios fechados. Da casa dava para ver o mar, as montanhas, o arvoredo e as plantas à volta.
Nicole abriu os olhos assim que o carro estacionou na garagem da casa. Ao sair do automóvel, Alexander se dirigiu até o outro lado e ajudou Nicole a descer.
Era quase meia-noite quando se aproximaram da porta, as luzes no primeiro andar da casa ainda estavam acesas. Nicole entrou em passos lentos de braços dados com Alexander. Os olhos encheram de lágrimas quando Alex saiu do colo de Lana e correu em direção à mãe.
― Onde você foi mamãe? ― Abraçou a barriga de Nicole. ― Você esqueceu de mim?
― Não, meu filho!
Pegou as pequeninas mãos e caminhou até o sofá. Afundou no estofado e abraçou Alex.
― Eu nunca esqueceria de você!
Beijou o rosto terno do filho mais de uma vez e envolveu em seus braços.
― Então, por que você demorou a chegar em casa? ― indagou, a voz infantil. ― Pensei que você tinha ido embora.
― Não, docinho! Eu nunca vou te deixar ― confessou o tom embargado pelo choro. ― Você é o meu tudo! Te amo tanto!
Removeu os óculos da criança e secou o rosto do filho com a palma da mão. Alex sentou no sofá e deitou-se no colo da mãe para conversar com a irmã que se movia dentro da barriga.
Alexander conversava com Henry do outro lado da sala enquanto Ricardo servia-lhe uma taça de Uísque francês. Falou sobre como os policiais a encontraram na beira da estrada, mas não conseguiram pegar o depoimento de Nicole, já que a mesma ainda estava em choque e não queria falar.
Jenny levou a amiga até a cozinha e a fez companhia logo depois que Lana subiu para o quarto de Alex e o colocou para dormir. A obstetra aferiu a pressão de Nicole.
― Você sentiu alguma dor?
Jenny olhou para o aparelho que apitava, a pressão estava normal.
― Só um pouco de cólicas, mas estou melhor.
― Teve algum sangramento?
Nicole negou com a cabeça enquanto a amiga verificava os ferimentos nas pernas.
― Estou bem!
― Vou pedir ao Alexander que cuide dessas feridas depois que você tomar banho.
A governanta se aproximou da mesa redonda rústica e serviu-lhe um prato de sopa de ervilha.
― Você precisa comer um pouco.
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