Poucas horas antes do evento, Alexander e Nicole levaram os filhos para um passeio no shopping de Botafogo, na zona Sul do Rio de Janeiro.
Após deixar Nicole sob os cuidados dos profissionais da beleza em um Spa, eles correram até a loja de brinquedos enquanto o pai filmava e captava os momentos em que os filhos se divertiam no Magic Toy.
Depois de quase três horas de brincadeiras no parque, os meninos caminhavam nos corredores por entre as estantes e as bancadas com revistas e brinquedos de super-heróis na loja de quadrinhos.
— Eu quero ser médico igual a você, pai. — disse Alex.
— E você Rodolpho?
Alexander olhou o filho que estava distraído com a capa de um HQ da Liga da Justiça.
— Quero ser jornalista igual ao Superman.
— Fantástico! Será o primeiro jornalista da família Bittencourt.
Enquanto saíam da loja, Alexander incentivava os filhos a estudar e a ler bastante. Caminharam pelo largo corredor e retornaram ao spa onde Nicole se preparava.
Não demorou até que Nicole aparecesse, limpou a garganta para chamar atenção deles que estavam distraídos com o jogo do celular. A gravidez realçava a beleza.
— Você está tão linda, mamãe! — Rodolpho abraçou-a.
— Minha mãe é bonita! — Alex completou.
— Perfeita!
Alexander se levantou e deu um sorriso maroto para esposa que desfilou até eles e girou como se estivesse na passarela, os cabelos caíam cortados em v, desciam pelos ombros, e uma franja cobria-lhe a testa. O corpo fraquejou assim que a visão embaçou. Alexander a pegou no exato momento que ela teve uma vertigem.
— Você está bem?
— Estou! Eu virei rápido demais.
— Tem certeza, meu amor? — Ele segurou-a. — Não se mexa, sua pressão está baixa.
— Eu trouxe para mamãe! — Alex entregou o copo com água.
Nicole ficou sentada no sofá de couro branco até que Alexander terminasse de avaliá-la. Comeu alguns aperitivos salgados que a recepcionista ofereceu.
— Como se sente, meu anjo?
Alexander mirou os olhos amendoados.
— Estou melhor! Precisamos ir, estamos atrasados.
— Calma, meu amor. — O sorriso se abriu. — Você não perde essa mania do coelho branco.
— Quem é o Coelho Branco? — indagou Rodolpho.
— É do livro Alice no país das Maravilhas. — respondeu Alex ao ajeitar os óculos. — Quando eu chegar em casa, te empresto o livro.
Enquanto caminhavam do estabelecimento até a garagem, Nicole o evitou todas as vezes que ele tentava beijá-la, não queria borrar o batom. Fez um biquinho e entrou no carro depois que o marido abriu a porta. As crianças já estavam distraídas com algum joguinho do celular e se agitavam no banco de trás do veículo.
— Mais tarde eu vou borrar esses lábios — cochichou a voz rouca. ― Coloque o cinto!
Alexander tentou roubar outro beijo, mas ela se afastou. Exibiu um sorriso satisfeito com a brincadeira. O telefone tocou no instante em que o carro saiu do estacionamento.
— Vai atender?
Ele acionou o botão próximo ao volante e rejeitou a ligação.
— Não quero falar com a Louise. — Negou com a cabeça.
Nicole olhou para os filhos, que riam de algum vídeo. Moveu a cabeça para o lado e prestou atenção na rua.
— Está tudo bem? — Alexander olhou de soslaio para a mulher ao lado.
— Você precisa conversar com a sua mãe. — Alisou o nó dos dedos sobre o colo. — Eu odiaria se um dos meus filhos não quisesse falar comigo.
— Nicky, por favor, não comece! Já falamos sobre isso.
O automóvel parou no sinal vermelho. Encostou o cotovelo ao volante, não tirou os olhos dela.
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