No dia seguinte, Nicole ajeitou as ondas que se formavam nas pontas dos cabelos, avaliou o look no espelho, ajeitou a blusa sem manga, mais solta, na cor verde, combinando com a calça social preta e seguiu para a mesa do café da manhã.
Jenny sentou-se à mesa, tomou uma aspirina e o café expresso que Lana serviu. Nicole beijou o filho na testa e estudou o rosto da amiga que levava a mão ao topo da cabeça.
― Que dia lindo! ― falou um pouco mais alto. ― Não é mesmo?
― Não precisa gritar! ― Jenny apertou os olhos.
― Dormiu bem no sofá?
― Nicky, vai ver se eu estou na esquina.
Lana se aproximou e colocou o prato com dois ovos estrelados e alguns pedaços de bacon sem dirigir a palavra a Jenny. Saiu de perto e voltou para a cozinha
― Ela ainda está zangada. ― Jenny falou baixo.
― A culpa é sua! ― Os lábios delineados pelo batom nude exibiram um belo sorriso. ― Agora você vai pensar duas vezes antes de contar alguma coisa para o Alexander! ― Nicole zombou.
― Você não sabe como aquele homem fica quando está de mau-humor.
― Acredite, eu sei!
Nicole passou geleia de cereja em uma das torradas e mordeu um pedaço. Tomou um gole do suco de manga e notou a mensagem inesperada na tela do smartphone.
― Ele não desiste ― bufou ao ler a mensagem.
― É o passarinho verde?
― Sim, é ele!
― Como o passarinho verde tem o seu número de telefone?
― O doutor Ricardo deve ter passado o meu contato.
Alex comeu o cereal que estava na tigela e bebeu o copo de leite. Olhou para mãe e notou quando Nicole franziu a testa.
― Mamãe, por que você está zangada?
― Por nada, meu anjo! ― Forçou um sorriso. ― Vai lá e arruma as suas coisas, está quase na hora de ir para escola.
O alarme despertou às oito da manhã. Nicole terminou de beber o suco, tocou no display e desligou o ringtone.
― Eu preciso ir! Está na hora.
― Espere, Nicky! Nós te damos uma carona. ― Insistiu Lana ao se aproximar com uma xícara de café.
― Então vamos, estamos atrasadas!
― Alguém já te falou que essa sua síndrome do coelho branco é chata? ― Jenny desdenhou ao fitar Nicole.
― Eu apenas sou organizada e pontual.
― Jenny, onde está a chave do carro? ― Lana tentou apressá-la.
― Agora você fala comigo. ― Os olhos puxados encaravam a companheira. ― Olha na mesa do corredor.
― Eu já olhei, não está lá. Você só não perde a cabeça porque está grudada no pescoço!
― Prefiro não comentar!
― Achei, tia Jenny! ― Alex levantou o chaveiro e, em seguida, entregou na mão da madrinha.
― Pegue a mochila.
Enquanto o afilhado correu em direção ao quarto, Jenny abriu a gaveta da mesa onde ficava o computador e retirou um envelope. Depois de pegar as bolsas e a chave, todos seguiram para o automóvel e se acomodaram.
No trajeto, Nicole ajeitava o filho e algumas vezes checava as mensagens do celular. Ao chegar na escola, ela desceu com Alex e deu um beijo na testa antes que ele passasse pelo portão.
― Você está bonita, mamãe!
― E você é mais bonito! ― Olhou nos olhos do filho e apertou-lhe a bochecha.
― Nós vamos voltar para a casa do meu pai?
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