TYGER romance Capítulo 11

Tyger

Quase vinte minutos depois, o corpo de Emily relaxa me assegurando que dormiu, meu abraço se intensifica um pouco mais em seu pequeno corpo, cheiro seu cabelo e o seu aroma frutado é meu preferido agora. Ela se encaixa tão perfeitamente em meus braços, quero ficar com ela aqui, para mim.

Mas não posso e não irei fazer isso. Amo minha liberdade e me apegar a uma fêmea me faria possessivo além de me deixar vulnerável, viveria apenas para protegê-la de todo o mundo. Emily se tornaria meu ponto fraco, meu vício e se algo acontecesse com ela me tornaria um louco.

Acompanhei em primeira mão tudo que aconteceu com os machos que tomaram companheiras humanas e se acasalaram, não foi nada fácil para eles ficarem juntos, sofreram demais e sofrimento não é o que desejo para Emily ou para mim.

Sem contar que a cada dia que passa os machos acasalados ficam mais e mais viciados em suas companheiras a ponto de não se verem mais sem elas, de não suportarem outro cheiro em seus corpos que não seja o delas.

Posso imaginar a angústia que deve ser viver a todo momento dependente de alguém para existir, porque é isso que machos apaixonados experimentam, sem suas fêmeas esses machos enlouquecem. Não quero isso. Gosto da liberdade depois que a tenho.

Os anos sendo mantido preso em uma espécie de jaula com humanos fazendo experimentos científicos em meu corpo, alterando meu DNA, obrigando-me a passar por diversos testes e até mesmo matar pessoas, me faz querer ser livre, aproveitar ao máximo tudo que nunca tive.

Inalo mais do seu cheiro fechando os olhos, meu pau continua duro e fico contente por ter conseguido me segurar e não ter feito sexo com ela, é pequena demais, machucaria tenho certeza. Nunca me perdoaria se tivesse causado dor a uma fêmea, especialmente Emily, tão suave e frágil.

Não quero admitir que esse é o menor dos meus problemas, porque a verdade é que ficaria obcecado se a montasse, iria querer mantê-la. Desenvolver algum sentimento por ela seria inevitável porque acho o sexo algo íntimo demais para ser feito de modo banal e fazendo isso, tudo que evito estaria vindo para mim.

Não quero me apaixonar.

Eu deveria ir para minha cama agora que Emily dormiu, mas não consigo tirar meus braços de em volta dela. Isso me amedronta, confesso. Nunca me senti tão atraído por uma fêmea. Por isso preciso me afastar dela logo.

Luto contra todos os meus instintos que querem dormir agarrado com ela e levanto-me da cama, vou para o meu quarto. Não consigo pregar os olhos e vejo o sol nascer com o fim da chuva, meu coração acelera ao lembrar-me de que logo estarei levando-a embora.. Pretendo alimentá-la e deixá-la segura em sua casa, quem sabe sua família não esteja preocupada com seu desaparecimento por horas.

Me levanto, tomo um banho quente, visto uma calça jeans e uma camisa preta com mangas longa. Em algumas horas terei de estar liderando os serviços de vigilância durante o dia nos portões após o incidente ontem. Um dos manifestantes idiotas jogou uma bomba de gás por cima dos portões, o alvoroço foi grande quando nossos machos levantaram fogo e alguns deles com armas escondidas revidaram. Por fim prendemos os envolvidos.

Na cozinha preparo o café da manhã. Ainda é cedo, por volta das seis e meia. Cai uma leve chuva junto com o sol e também está frio. Emily aparece na cozinha prendendo meu olhar a ela, seus cabelos cacheados estão soltos e a visão das pernas nuas vestindo minha camisa faz meu pau querer subir, ainda mais quando sei que não há nada por baixo.

— Bom dia, como está sentindo? Dormiu bem? — sou o primeiro a falar.

— Bom dia. Me sinto bem e você? Dormi muito bem também. — sua voz está rouca de sono.

— Ainda está com sono? Poderia continuar dormindo.

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