TYGER romance Capítulo 4

TYGER

Para minha surpresa, ela não grita, a fêmea pisca várias vezes e o olhar começa a viajar sobre meus ombros e braços durante vários segundos, suas bochechas ficam coradas na medida que me encara parecendo disposta a fazer isso eternamente. Seu olhar então fixa-se em meu rosto estudando cada centímetro, parece... Chocada.

— Você é... — começa a dizer mas a interrompo.

— Um Nova Espécie, sim. — meu tom sai mais ríspido do que eu queria.

— Eu sei, mas... Nunca vi um de vocês pessoalmente.

— Bem, está vendo agora.

— Sim e... Você é lindo... Fascinante.

Engulo em seco meio desconcertado. A última coisa que eu esperava era essa fêmea humana me achando fascinante e lindo. Será que está zombando de mim? Não sinto que está mentindo, entretanto.

Resolvo mudar de assunto.

— Você está bem? — pigarreio gesticulando para o sofá e chão.

— Sim, eu... — ela olha para seus cotovelos e joelho com curativos — Obrigada, mesmo. Se não fosse por você eu estaria morta agora dentro do estômago de um animal gigante.

— Sem problemas, mas o que você estava fazendo numa estrada deserta cercada por florestas, sozinha tarde da noite?

— Acredite em mim, eu não queria estar lá. Eu simplesmente não tinha nenhuma opção. Agradeço de verdade. — sou pego de surpresa quando abre os braços e me abraça, seu rosto fica pressionado em meu peito.

A pele cheirosa e macia em contato comigo e o cheiro do seu cio ficando mais forte faz meu pau endurecer na mesma hora. Puta merda! Começo a sentir vontade de acariciá-la, de sentir o sabor que vem dela, deve ser doce.

— É assim que humanos agradecem? — solto uma risada tentando esconder meu nervosismo por ter reagido desta forma a ela.

Seu rosto fica mais vermelho quando se afasta.

— É um costume meu, eu penso que abraços são bons para demonstrar gratidão quando não se tem nada para oferecer em troca, me desculpe se não gostou. — vejo ressentimento em seus olhos.

— Não é que eu não tenha gostado, apenas fiquei curioso. — um trovão soa alto fazendo-a se assustar e instintivamente se aproximar de mim.

Sinto o cheiro fraco do seu medo começando a fluir.

— Eu tenho medo de trovões e relâmpagos. — morde o lábio inferior olhando para o chão.

Ouço do lado de fora a chuva começar a ficar mais forte.

— Você vai ter que ficar até o amanhecer. — informo — Não irei levá-la para casa com o tempo desse jeito.

— E agradeço, também não gosto de sair com o tempo assim, você ouviu aquele trovão? — estremece — Eu não serei um incômodo? — engole em seco.

— Não e você? Se sentirá confortável aqui comigo? Não tem medo de mim? — dou um meio sorriso sem mostrar minhas presas afim de não assustá-la.

— Qualquer um me acharia estúpida por pensar assim sobre uma pessoa que nem conheço, mas estou me sentindo segura aqui.

Será que essa fêmea não irá parar de me surpreender? Ela é diferente, não tem medo de mim, até me abraçou... Sinto algo em meu interior tremer e não gosto nenhum pouco da sensação, é estranha e dolorosamente boa.

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