Resumo de 4 – Capítulo essencial de TYGER por I'm Emili
O capítulo 4 é um dos momentos mais intensos da obra TYGER, escrita por I'm Emili. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
TYGER
Para minha surpresa, ela não grita, a fêmea pisca várias vezes e o olhar começa a viajar sobre meus ombros e braços durante vários segundos, suas bochechas ficam coradas na medida que me encara parecendo disposta a fazer isso eternamente. Seu olhar então fixa-se em meu rosto estudando cada centímetro, parece... Chocada.
— Você é... — começa a dizer mas a interrompo.
— Um Nova Espécie, sim. — meu tom sai mais ríspido do que eu queria.
— Eu sei, mas... Nunca vi um de vocês pessoalmente.
— Bem, está vendo agora.
— Sim e... Você é lindo... Fascinante.
Engulo em seco meio desconcertado. A última coisa que eu esperava era essa fêmea humana me achando fascinante e lindo. Será que está zombando de mim? Não sinto que está mentindo, entretanto.
Resolvo mudar de assunto.
— Você está bem? — pigarreio gesticulando para o sofá e chão.
— Sim, eu... — ela olha para seus cotovelos e joelho com curativos — Obrigada, mesmo. Se não fosse por você eu estaria morta agora dentro do estômago de um animal gigante.
— Sem problemas, mas o que você estava fazendo numa estrada deserta cercada por florestas, sozinha tarde da noite?
— Acredite em mim, eu não queria estar lá. Eu simplesmente não tinha nenhuma opção. Agradeço de verdade. — sou pego de surpresa quando abre os braços e me abraça, seu rosto fica pressionado em meu peito.
A pele cheirosa e macia em contato comigo e o cheiro do seu cio ficando mais forte faz meu pau endurecer na mesma hora. Puta merda! Começo a sentir vontade de acariciá-la, de sentir o sabor que vem dela, deve ser doce.
— É assim que humanos agradecem? — solto uma risada tentando esconder meu nervosismo por ter reagido desta forma a ela.
Seu rosto fica mais vermelho quando se afasta.
— É um costume meu, eu penso que abraços são bons para demonstrar gratidão quando não se tem nada para oferecer em troca, me desculpe se não gostou. — vejo ressentimento em seus olhos.
— Não é que eu não tenha gostado, apenas fiquei curioso. — um trovão soa alto fazendo-a se assustar e instintivamente se aproximar de mim.
Sinto o cheiro fraco do seu medo começando a fluir.
— Eu tenho medo de trovões e relâmpagos. — morde o lábio inferior olhando para o chão.
Ouço do lado de fora a chuva começar a ficar mais forte.
— Você vai ter que ficar até o amanhecer. — informo — Não irei levá-la para casa com o tempo desse jeito.
— E agradeço, também não gosto de sair com o tempo assim, você ouviu aquele trovão? — estremece — Eu não serei um incômodo? — engole em seco.
— Não e você? Se sentirá confortável aqui comigo? Não tem medo de mim? — dou um meio sorriso sem mostrar minhas presas afim de não assustá-la.
— Qualquer um me acharia estúpida por pensar assim sobre uma pessoa que nem conheço, mas estou me sentindo segura aqui.
Será que essa fêmea não irá parar de me surpreender? Ela é diferente, não tem medo de mim, até me abraçou... Sinto algo em meu interior tremer e não gosto nenhum pouco da sensação, é estranha e dolorosamente boa.
— O que foi Hook? — pergunto assim que abro.
— Precisam de você nos portões, está acontecendo alguma coisa, não me disseram direito, só me ordenaram que te chamasse o mais rápido possível! — ele está nervoso.
— Já estou indo. — falo e noto suas narinas se alargam.
— Está com uma fêmea? Humana? — raiva cintila em seu olhar.
— Não é da sua conta. Vai indo e diz que em um minuto chego lá. — bato a porta virando nos calcanhares.
— Preciso sair agora, vou trancar tudo e ficará segura aqui. Não saia em hipótese alguma, ok?
— Tem mesmo que ir? — sussurra.
— Tenho. — meu peito aperta de forma incomum — Você vai ficar bem. Ligue a TV para evitar ouvir os trovões, tem comida no fogão, coma um pouco, o banheiro é lá em cima, se quiser tomar um banho pode ficar a vontade para vestir uma camisa minha, acho que servirá como um vestido para você.
Quando termino de falar ela está me olhando emocionada, em seguida me abraça novamente.
— Tudo bem. Sei que é chato para você ficar me escutando dizer obrigada a todo momento mas nada expressará minha gratidão pelo que está fazendo por mim. Cuidado com seja lá o que for. — assinto e saio podendo respirar aliviado do lado de fora.
Começo a correr no meio da floresta em direção aos portões odiando deixá-la sozinha. Incontrolavelmente tudo que eu consigo pensar no momento é naquela fêmea e em como quero voltar o mais rápido possível para casa, onde ela estará quando eu chegar. Tudo que eu queria evitar está me atingindo tão rápido que chega ser assustador.
Puta que pariu, estou muito fodido.
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