Um bebê para o CEO italiano romance Capítulo 22

— Eu te convidei com a ideia de você esquecer os seus problemas, não foi para você trazê-los para cá. — Julia falou, enquanto eu a ajudava a preparar algo para nós comermos. Na verdade eu só estava atrapalhando mais do que outra coisa, tendo em vista que ela precisou me chamar atenção pela terceira vez. — Quer falar alguma coisa, Gabriela? — Me questionou, estávamos sozinhas na cozinha. Diogo tinha ido levar Gio para tirar um cochilo revigorante. A casa era incrível: Tinha dois quartos, uma sala com uma cozinha americana integrada e uma bela varanda com uma boa vista para a praia e o pôr do sol.

— Eu sei. É… — Parei de falar. Eu não havia contado para Julia o que havia acontecido, principalmente por saber que ela não simpatizava nenhum pouco com o pai de Gio. Desde o ocorrido naquela sala, eu procurei evitá-lo como se ele fosse o próprio Coisa-Ruim. Não foi nenhum pouco fácil, mas eu o fiz, pois precisava daquela assimilação. A verdade é que eu passei a me sentir completamente desejosa depois daquele episódio, então evitá-lo seria uma boa coisa a se fazer. — Eu e o pai de Gio nos beijamos. — Contei enquanto ela estava cortando umas cebolas. Julia parou com a faca no ar e me olhou como se eu estivesse completamente maluca. — E Quim me convidou para irmos a um bar karaokê na Quarta-feira.

— Você… — Ela estava chocada. Por um momento achei que Julia fosse me jogar o que estava em sua mão, por eu ter falado tudo de uma vez e também por estar lhe falando só agora. — Meu Deus! Gabriela, desde que você começou a trabalhar nesse lugar parece que a sua vida virou uma montanha russa. — Fez o gesto do brinquedo subindo e descendo desgovernado. É, era como estava a minha vida realmente, e o pior é que eu sabia como parar aquilo, só que, impressionantemente, eu não conseguia. — E eu achando que um fim de semana aqui iria lhe ajudar. — Julia falou, mais para ela mesma.

— Júlia, o que não está me ajudando é você ficar aí falando como se eu não estivesse aqui. — Protestei, e ela trabalhava a sobrancelha em minha direção. Me recostei na pia e soltei um longo e sonoro suspiro. — Eu sei que está tudo uma bagunça. Às vezes eu tenho vontade de me enrolar na coberta e não sair de casa, como quando eu era pequena e não queria ir para a escola. — Falei o que veio genuinamente de mim naquele momento. Achei que Julia iria falar alguma coisa desejável ou me dar um sermão, mas ela fez exatamente o contrário, me deixando de boca aberta. Julia explodiu em uma gargalhada, me fazendo franzir o cenho.

— Eu também tenho muita vontade de fazer isso. Achei que fosse só eu. — Confessou, recuperei o fôlego e me fazendo rir junto ao entender do que ela tanto ria. — E olha que eu não tenho a metade dos seus problemas. — Debochou, e eu balancei a cabeça. Que ótimo que agora eu servi como medida para saber quando as coisas iam mal na vida de terceiros. — Sabe, acho que podemos dar por encerrado aqui. A lasanha está pronta para o forno. — Ela falou. — Vamos secar uma garrafa de vinho, aproveitar que os garotos vão ficar dormindo por toda a tarde praticamente. — Não me opus. Seria um pecado se fizesse aquilo.

Julia tinha comprado um vinho em uma lojinha de hóspedes. Eu supunha que seria para o jantar, mas as circunstâncias fizeram com que ela mudasse os planos. Poderia dizer que ela estava bem feliz com aquilo. Nós bebemos e falamos de coisas banais, de coisas relevantes e, por fim, do beijo com Lorenzo e o convite de Quim.

Eu estava saindo. Na verdade eu estava evitando Lorenzo quando topei com Quim, na saída dos fundos do Tortelline. Se ele estranhou o fato de eu estar saindo por ali, não me disse nada. Apenas abriu um sorriso ao me ver e me acompanhou até um ponto de táxi.

Quim perguntou-me se eu ainda queria sair com ele, e a pergunta me pegou de surpresa. Ele já estava saindo e voltou, com o rosto tomado por um carmim vermelho. Eu não consegui dizer não, que era o que eu pretendia fazer. Inventar alguma desculpa era o certo, mas eu não o fiz. Principalmente depois dele falar empolgado sobre o bar karaokê, o que me deixou curiosa e com expectativa. Era só isso que ele conseguiu despertar em mim no momento, já que eu sabia que não iria sentir por Quim o que eu sentia com Lorenzo.

Contei aquilo à Julia. Abri o meu coração, como eu não fazia há muito tempo, apesar de ela ser a minha melhor amiga. Julia se portava mais como se fosse a minha mãe ultimamente. Eu me via na obrigação de esconder coisas dela com medo de uma repreensão ou que ela pudesse contar a Diogo. Tudo bem eu sei que ela não faria aquilo, mas eu senti que Julia estava se tornando mais a namorada do meu irmão do que a amiga/irmã que sempre foi. Eu não poderia julgá-la por aquilo ou desejar a infelicidade dela com o meu irmão, mas era difícil estar tão perto e não ser mais como éramos desde sempre.

Depois de uma verdadeira bebedeira e conversas banais, aliás, eu não diria que não foi bem uma bebedeira, já que chegamos apenas na metade da garrafa. Conversamos bem mais do que bebemos e, no fim, Diogo acabou descendo e se juntando a nós. Ele sim terminou o resto do vinho. Quando Gio acordou, ele comeu algumas frutas e brincou bastante. O lugar era bem guardado, e confesso que eu gostava esquecendo de tudo o que perturbava a minha mente. Consegui focar no meu fim de semana, me divertindo bem mais do que eu poderia prever.

Na segunda-feira eu estava bem mais tranquila e relaxada e não pretendia mais continuar a evitar Lorenzo. Só seria sincero e lhe falaria que eu sairia com Quim, e ele deveria seguir aquilo. Além disso, o que aconteceu outro dia não deveria se repetir em hipótese alguma. Aquilo não poderia sequer ser relembrado. Eu repetia aquelas palavras para mim, em minha cabeça, com o intuito de me convencer. Era um ponto bem crítico: Eu preciso convencer a mim mesma. Mas era o certo para ambos.

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